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Quais são as chances do Grêmio ser bi da Copa Libertadores da América?

everton renato portaluppi

Nesta terça-feira o Grêmio vai encarar o Atlético Tucumán quase que por obrigação, já que o jogo da ida, na Argentina, foi 2 a 0 para o atual campeão da Copa Libertadores da América. Então com um pé e meio nas semifinais, quais são as chances do tricolor gaúcho ser bi continental?

Para a Betfair, o time é o “terceiro favorito”, pagando 5 para 1 em caso de conquista. Palmeiras (3,1 para 1) e Boca Juniors (4 para 1) estão à frente segundo a casa de apostas. Será que isso procede? Vamos para a análise.

Grêmio busca algo que não é feito desde 2000/2001

Ser bicampeão da Copa Libertadores da América é um feito que poucos times conseguem. Entre os brasileiros, apenas Santos (1962/63) e São Paulo (1992/93) conseguiram. O último sul-americano que conseguiu isso foi o Boca Juniors em 2000, batendo o Palmeiras na final, e 2001, vencendo o mexicano Cruz Azul na decisão.

Tem muitas razões para esse hiato. O equilíbrio histórico da competição é um deles, assim como a necessidade das equipes do continente de vender jogadores para sustentar suas operações.

O São Paulo em 2006 quase conseguiu mais um bi seguido, mas esbarrou no Internacional na final, um ano depois de bater o Atlético-PR. O Santos, em 2012, chegou até a semifinal com Neymar liderando a equipe, mas caiu para o campeão Corinthians.

O Grêmio se assemelha aos dois times no sentido de ter perdido poucas peças de um ano para o outro, mantendo a base e a competitividade. Arthur, que foi para o Barcelona, faz muita falta, claro. Mas outros jogadores, como Everton, subiram de rendimento.

A grande questão aqui é o chaveamento. Em 2017, o caminho até a final foi heroico, mas teve alguns sopros a favor do destino. Depois de bater o Botafogo nas quartas, em um duelo com apenas um gol nos dois jogos, o time pegou o Barcelona de Guayaquil, que bateu o superior tecnicamente Santos.

E na final a equipe enfrentou o Lanús, que superou o também superior River Plate em uma semifinal maluca.

Claro que o Grêmio não teve nada a ver com isso e fez seu dever, mas para 2018 os duelos vão ser muito mais difíceis porque os sobreviventes são mais talentosos. E se você acredita em tradição e camisa, Palmeiras, Boca Juniors/Cruzeiro e River Plate/Independiente também entregam mais nesses quesitos.

O caminho até a grande final é mais difícil

Basicamente garantido nas semis, os duelos agora devem ser mais difíceis que em 2017

O Grêmio deste ano é um pouco difícil de ler, já que nas competições que não são a Libertadores parece jogar desinteressado. O ataque caiu de rendimento, especialmente porque Luan despencou tecnicamente, sendo criticado por imprensa e até a torcida.

Só que a qualidade no toque de bola, tecla batida por Renato Portaluppi, continua. O time tem jogadores técnicos, como Pedro Geromel, o já citado Everton, Maicon, o competente Ramiro e o próprio Luan, quando está em bom dia.

O duelo contra o Estudiantes evidencia essa dificuldade ao analisar o Grêmio. A classificação veio na bacia das almas: um gol de cabeça nos acréscimos para levar para os pênaltis e a vitória nas penalidades máximas.

O Estudiantes não era uma grande equipe e isso ligou um sinal laranja. Mas aí o time enfia 2 a 0 no Tucumán fora e volta a empolgar. A classificação heroica pode ter servido como empurrão.

O problema do ataque é algo que Palmeiras e Boca Juniors, por exemplo, não tem. Mas com Geromel e Kanneman, mais o goleiro Marcelo Grohe, o Grêmio pode fechar a casinha, ter a bola com qualidade e explorar a excelente fase de Everton.

O Grêmio pode não ser o favorito, mas é muito competitivo. E com a motivação de ser o maior campeão brasileiro da Libertadores – hoje é tri assim como Santos e São Paulo – e a conquista do bi seguido, pode chegar lá empurrado por sua fanática torcida.

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