Brasil Top 10: melhores times brasileiros do Século XXI

Top 10: melhores times brasileiros do Século XXI

Santos Neymar 2010

Parece que não quero fugir de polêmicas. Depois de ter escolhido os melhores treinadores do Brasil – Renato Gaúcho em primeiro foi uma boa seleção, vai – e ter falado mal do futebol do Brasil, agora preciso mostrar o que verdadeiramente gostei de ver no futebol brasileiro na virada do século para cá (2001 em diante).

Estes times ganharam títulos e isso precisava ser um critério de seleção. Mas não é porque um ganhou uma Libertadores e o outro “só” um Brasileiro, que o campeão da América fica na frente. A técnica em campo, jogadores marcantes e até uma partida memorável podem colocar um time um pouco à frente do outro.

E outra: esta é minha lista, tentando ser justo com os parâmetros, mas obviamente bastante subjetiva. Você tem a sua? Fale conosco nos comentários ou nas redes sociais! Vamos para a lista.

Já aviso: tive que deixar algumas equipes boas de fora. Entre elas o Cruzeiro bicampeão brasileiro, o Fluminense de 2012, o Corinthians de Ronaldo e o Atlético-MG campeão da Libertadores.

10 Corinthians de 2015

O Corinthians em 2015 foi um time dominante na era dos pontos corridos e colocou Tite na seleção

Foi o time que levou Tite para a seleção brasileira, depois de ter sido esnobado um ano antes para a contratação mais inexplicável da história da humanidade: a volta de Dunga para a Seleção.

O Timão fez uma reformulação no elenco que foi campeão mundial e novas peças ascenderam. Jadson, envolvido em troca com o São Paulo, se tornou no líder de assistências. Renato Augusto carimbou sua passagem para a Copa do Mundo três anos depois sendo o ditador de ritmo dessa equipe. E Vagner Love, criticado no começo de sua passagem, tornou-se o artilheiro do time e fez a torcida esquecer do fato que ele foi revelado pelo Palmeiras.

Não era uma equipe brilhante (como outras desta lista), mas era eficiente, moderna e matadora. E o título veio com três rodadas de antecedência e 12 pontos sobre o segundo colocado.

9 Flamengo de 2009

Adriano estava no seu auge pós-Inter e levou o Flamengo ao título brasileiro

Muitos podem estranhar a inserção desta equipe aqui, já que esse Flamengo de 2009 é na verdade um Flamengo de três meses, na arrancada espetacular da equipe para o título brasileiro do ano.

Adriano estava de volta da Europa depois de não terem mais paciência com suas questões pessoais. Petkovic basicamente chutou a porta do CT para jogar, trocando uma dívida por um lugar no elenco. E os dois juntos clicaram, enquanto o Grêmio e Palmeiras não aproveitaram as chances que tiveram para abrir vantagem e levar o título.

O jogo mais icônico foi Palmeiras 0 x 2 Flamengo, com até gol olímpico de Pet. Por razões de “Flamengo” (falta de organização, comando e outras coisas), o time durou pouco. Uma pena.

8 Grêmio de 2016 até hoje

Renato Gaúcho fez o Grêmio jogar bola e ser competitivo por dois anos e meio

Roger Machado começou a fazer o Grêmio jogar bola e deixar um pouco a história de nosso 10 é o 5 para trás. Mas foi com Renato Gaúcho que o Grêmio decolou, vencendo a Copa do Brasil, a Copa Libertadores no ano seguinte e quase, por muito pouco, ficando fora da final neste ano.

O time mudou e perdeu vários jogadores – Pedro Rocha, Arthur – mas conseguiu manter o toque de bola, a velocidade nas pontas, a segurança com Pedro Geromel lá atrás e Renato sendo inventivo e querendo a bola em um futebol brasileiro onde cada vez menos se quer a bola. Coloco este time nesta lista não só pela conquista da Libertadores, mas por ser um time diferente entre várias equipes que não tem criatividade. Até as que vencem títulos.

7 São Paulo de 2007

Rogério Ceni estava em excelente fase e tinha uma defesa incrível e Hernanes em 2007

O São Paulo de 2007 não parecia com o São Paulo de 2005 e nem com o de 2006, muito menos com o de 2008. O time que ganhou o segundo campeonato brasileiro seguido, com Muricy Ramalho no comando, foi a equipe que melhor sabia se defender entre todas as citadas neste post.

O time tomou 13 gols desde o início da competição até o jogo que decidiu o título, contra o América-RN. TREZE gols em 34 rodadas. Este foi o time de Breno, que com 17 anos surgiu como um tanque de guerra e logo foi vendido para o Bayern de Munique, onde se perdeu. Foi o time de Hernanes, um volante ambidestro sensacional que liderava o meio de campo. E de Rogério Ceni, que com sete gols no Brasileiro foi o artilheiro da equipe na competição junto com Borges.

O time de 2008 era menos talentoso e mais dependente da bola aérea. O de 2006 era mais ofensivo, mas não tão sólido. E o de 2005 – que vai aparecer nesta lista – tinha muitos nomes diferentes.

6 Internacional de 2006

O Inter foi finalmente Internacional em 2006, com uma vitória contra o Barcelona de brinde

O Internacional era só no nome até 2006. O time de Abel Braga foi o responsável por acabar com o incômodo que era ter o Grêmio como bicampeão da América e campeão do mundo como único time gaúcho a fazer algo fora do país.

Seis meses separaram dois jogos icônicos. O primeiro deles o 2 a 1 contra o São Paulo no Morumbi, com Rafael Sóbis entortando a defesa do time campeão do mundo e encaminhando um título que ainda teria uma emoção no jogo da volta, que terminou empatado (2 a 2).

O segundo jogo foi contra o Barcelona de Ronaldinho Gaucho, que foi engolido por Ceará e com o gol de Adriano Gabiru provando que Deus pode ser um piadista de vez em quando. Claro que não dá para esquecer as referências Fernandão e Clemer, Iarley, Tinga e por aí vai.

5 Santos de 2002

O Santos de 2002 e 2003 encantou, com Robinho sendo o líder artístico e jogador importante da seleção nos anos seguintes

Aqui falamos de outro time que teve que encarar uma barra histórica. O Santos estava em um jejum de 18 anos, atolado de dívidas e teve que colocar um time quase sub 20 em campo. Deu mais do que certo.

A equipe de Robinho, Diego, Elano, Leo, Renato e Fabio Costa ficou em oitavo, classificando em último para o mata-mata no último ano do Brasileirão com esse formato. A partir dali, atropelou o São Paulo, de Kaká, e o Grêmio e venceu as duas contra um Corinthians que vinha vencendo tudo nos últimos anos. As pedaladas de Robinho foram a cereja do bolo de um time ofensivo, jovem e cheio de talento.

No ano seguinte a base se manteve para a Libertadores, mas o Boca veio com um time que estará na lista de melhores equipes argentinas do século XXI quando fizermos ela e a final foi para os argentinos.

4 Corinthians de 2012

Campeão da Libertadores e Mundial, o Corinthians de 2012 foi o time da superação

Para terminar a sub-seção equipes que terminaram com jejuns, nenhum era mais incômodo que o Corinthians nunca ter ganho uma Libertadores, ou sequer chegado a uma final. O time se reformulou após a saída de Ronaldo e Roberto Carlos e a patética eliminação para o Tolima, foi campeão brasileiro e chegou forte em 2012.

Muitos vão lembrar do gol perdido de Diego Souza no Pacaembu. Ou então o jogo horroroso do Santos na Vila, onde o Timão ganhou por 1 a 0. Mas a verdade é que todos os méritos vão para o Corinthians, que era sólido defensivamente depois de ter encontrado Cassio e tirado Julio Cesar. E no ataque, Romarinho fez um gol brilhante na Bombonera contra o Boca e Emerson Sheik decidiu com dois gols no Pacaembu.

Como todo time de Tite, não estamos falando de uma equipe que era um primor de talento. Mas foi eficiente. E o peso do maior tabu que existia no Brasil não parecia pesar para seus comandados. O Mundial, contra o Chelsea, foi a cereja do bolo, colocada com a cabeça por Paolo Guerrero.

3 Cruzeiro de 2003

Dono da Tríplice Coroa, o Cruzeiro de Alex foi um dos melhores elencos já formados no Brasil

O Cruzeiro de 2003 vai ser muito citado como time memorável nos anos que se aproximam, porque com nosso calendário horrível e times cheios de desculpa, uma Tríplice Coroa é cada vez mais improvável.

Esse foi o feito da Raposa, com seu camisa 10, Alex, jogando o fino da bola e Vanderlei Luxemburgo em seu auge de domínio de elenco, como estrategista e na agressividade nas substituições. Gomes no gol, Maicon na lateral direita, Luisão, Maldonado, Aristizabal, Deivid e por aí vai em um dos elencos mais recheados que foram montados.

Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro foram para Minas Gerais. A pena é que em 2004, Luxa foi demitido e o Cruzeiro foi eliminado da Libertadores logo nas oitavas de final. Alex sairia logo depois também. Uma pena.

2 São Paulo de 2005

O São Paulo de 2005 era um time moderno, eficiente, agressivo e multicampeão

A falta de um craque inegável – um Alex, Neymar, Robinho – faz muita gente não lembrar com tanto carinho do São Paulo de 2005. Bom, o craque era Rogério Ceni, que naquele ano contrariou a teoria que embaixo da trave ele era um goleiro qualquer. Seu ano foi espetacular tanto no gol como fazendo gols.

O São Paulo de 2005 estava à frente do tempo na questão da recomposição rápida, roubada no campo de ataque e verticalidade. Josué e Mineiro eram máquinas de desarme, Cicinho uma força na direita e Junior na esquerda. Amoroso e Luizão na frente foram contratações cirúrgicas, conseguindo aproveitar toda a produção dos alas.

É até engraçado que no gol do título do Mundial, o passe de três dedos do centroavante Aloísio tenha achado o volante Mineiro para a finalização. Era um time moderno, mas com qualidade técnica e que ainda consegue ser subestimado, mesmo com as conquistas pesadíssimas.

1 Santos de 2010/11

O Santos de 2010 era artístico, o de 2011 foi efetivo. Neymar era o jogador principal nos dois anos

Falamos bastante de eficiência e time moderno neste post. O Santos de 2010 não era eficiente e jogava como se fosse 1962 porque tinha o talento para isso. Novamente endividado, o clube jogou a responsabilidade para os jovens. Deu certo porque ajuda ter Neymar e Ganso pedindo passagem.

Eles receberam sinal verde e junto com a volta de Robinho, os dinâmicos Arouca e Wesley e André empurrando bolas para dentro, o melhor ataque do Brasil foi acionado. O time fez 10, 9 e 8 gols em um jogo só no 1º semestre de 2010 e ao mesmo tempo que marcava e driblava como queria, cedia gols e espaço para qualquer um. O Santo André parecia a Holanda de 74, o Grêmio fez 4 gols em 45 minutos e Diego Souza e Armero dançaram na Vila Belmiro. Jogava e deixava jogar.

O Santos ganhou o Paulista e a Copa do Brasil jogando de forma kamizake e encantando o Brasil com seu talento. Neymar e Ganso logo foram colocados na seleção no pós-Copa de 2010. Pensando em 2011, alguns reforços foram trazidos – inclusive Danilo (hoje no Manchester City) e Alexsandro (hoje na Juventus) -, Muricy Ramalho acabou com o suicídio tático e o time se tornou mais eficiente e moderno. Ganhou a Libertadores com um Neymar dominante. Soube ser espetacular e também ganhar títulos. Pena que no Mundial tinha o maior Barcelona da história pela frente.

 

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