A partir de 2016 as vagas na Libertadores foram turbinadas para os times brasileiros. Se antes uma posição no G4 era algo que valia ouro, porque ninguém mais ia jogar a Libertadores – além dos campeões da Copa do Brasil e da própria Libertadores no ano anterior – no Brasileirão de 2017 tivemos o oitavo classificado ganhando uma vaguinha.
E para a Copa Libertadores 2020, quanto vai precisar para entrar? É isso que vamos analisar agora.
Olhando para as vagas na Libertadores conquistadas em 2016, 2017 e 2018
Se o número 45 é sempre falado para quem quer escapar do rebaixamento, talvez dê para estipular um piso similar para quem quer disputar a maior competição de clubes na América do Sul.
O problema é que os rebaixados sempre são 4, enquanto os que conseguem a vaguinha pelo Campeonato Brasileiro podem variar. Vamos aos casos.
2016
Tivemos seis classificados, com um G4 que entrou direto na fase de grupos e os outros dois na segunda fase da que ficou conhecida como Pré-Libertadores.
2017
Foi o ano da esbórnia. Como Grêmio e Cruzeiro foram campeões da Libertadores e da Copa do Brasil e ainda ficaram no G6, eles abriram a vaga para o sétimo e oitavo colocados, Vasco da Gama e Chapecoense respectivamente.
E é isso que pode acontecer nesta temporada, já que o Athlético se aproxima da zona de Libertadores e o Flamengo pode vencer a competição continental. O G6 pode virar G8.
2018
Aqui a organização foi mantida: o G4 foi direto para a fase de grupos, São Paulo e Atlético Mineiro disputaram a chamada Pré-Libertadores (ninguém vai me fazer chamar esses jogos eliminatórios antes da fase de grupos de “Libertadores”).
Quanto os times precisaram para chegar na Libertadores?
Quarto colocado em cada ano:
2016: Atlético-MG, 62 pontos
2017: Grêmio, 62 pontos
2018: Grêmio, 66 pontos
Sexto colocado em cada ano:
2016: Athlético, 57 pontos
2017: Flamengo, 56 pontos
2018: Atlético-MG, 59 pontos
Note que o ano de 2018 foi realmente mais puxado em todos os casos. E 2019 deve ser ainda pior: o Corinthians, sexto colocado, tem 53,6% de aproveitamento, mais que os 52% do Galo em 2018. E o quarto colocado, São Paulo, tem aproveitamento ligeiramente superior ao Grêmio, quarto colocado em 2018.
O mesmo vale para o topo: Flamengo, Palmeiras e Santos têm aproveitamentos superiores a Palmeiras, Flamengo e Internacional em 2018.
Portanto é normal esperar que seja necessário um pouco mais que os 66 pontos do Grêmio para ficar no G4 e os 59 pontos do Atlético em 2018 para ficar no G6. Colocar o piso em 68 para G4 e 60 para G6 é algo bastante realista.
Isso é curioso porque os números vão de encontro com o que observamos no campo: o espaço entre os fortes e os não tão fortes aumentou. Por exemplo, o Santos em 2007 foi vice-campeão com 62 pontos, com 54% de aproveitamento. Com esse aproveitamento, em 2019, conseguiria apenas a quinta posição.
Você pode argumentar que o ano foi fora da curva, mas o Internacional foi vice em 2009 com 57% de aproveitamento, o Vasco foi vice com 60% em 2011, o Grêmio com 57% em 2013 e até recentemente o Palmeiras foi vice em 2017 com 55%.
A disparidade econômica já é fortemente ligada com o que acontece em campo e a tendência é que agora tenhamos times dominantes e aproveitamentos muito maiores que no começo da era dos pontos corridos. E sem ser pontos fora da curva, como o Cruzeiro em 2003, que teve 72% de aproveitamento. O Flamengo está com 79% e uns quebrados agora.
Quem acha que não consegue chegar em 60, muito menos em 68, só pode fazer uma coisa. Somar o máximo possível e torcer para uma vitória do Flamengo contra o River e que algum time lá de cima despenque bonito.
Como habitual, na quarta-feira, falaremos sobre os jogos, como o clássico entre Palmeiras e São Paulo e suas odds na Betfair. Até lá!