Um time dos considerados grandes brigar para não cair para a Série B está longe de ser uma novidade no Campeonato Brasileiro. Só nos últimos 20 anos nós vimos diversos casos: Palmeiras (2x), Botafogo (2x), Vasco (3x), Atlético-MG, Corinthians, Internacional.
Antes que você me agrida, eu valorizo a história e força de Sport, Bahia, Vitória, América-MG, mas os três times citados no título, especialmente o Corinthians, estão um nível acima pelos títulos, craques históricos e representatividade no cenário nacional.
E por isso eles estarem brigando para não ficar entre os quatro últimos ganha ainda mais peso e se torna uma narrativa a partir da 30ª rodada, que começa neste sábado.
De final de campeonato para finais contra Z-4
Agora não adianta mais pensar em mata-mata, segurar um 0 a 0 sem chutes no gol ou R$50 milhões. Tudo que importa para o Corinthians é evitar 2007.
Pela posição na tabela, a 11ª colocação indica uma folga, mas são apenas quatro pontos de distância para o Ceará, primeiro na zona de rebaixamento e que já venceu o Timão recentemente. E tem um jogo a menos.
O ponto mais importante aqui é que enquanto têm algumas equipes jogando de forma ajeitada (Ceará entre elas), o Corinthians está em queda.
Desde a vitória por 1 a 0 contra o lanterna Paraná, no dia 25 de agosto, a equipe só venceu mais uma partida no Brasileirão, contra o vice-lanterna Sport, de virada. Nos outros jogos, quatro derrotas e três empates.
Pior que esses resultados é o futebol apresentado. Antes do gol de Jadson de pênalti na final da Copa do Brasil o time não balançava a rede por quatro jogos. E isso não é uma coincidência, já que os times de Jair Ventura mal conseguem criar chances, quanto mais aproveitar elas.
No jogo deste domingo contra o Vitória, veremos se o time consegue ser minimamente articulado no gramado do Barradão. Danilo Avelar tem dores no tornozelo e pode perder a partida. Já Roger volta depois de ficar fora de toda a disputa da Copa do Brasil por ter começado a competição por outra equipe.
O Corinthians ainda tem uma folga e o “consolo” que existem equipes claramente inferiores um pouco embaixo na tabela. Mas com um ataque improdutivo assim começa o efeito âncora que muitas vezes derruba equipes: a pressão pelo mau momento faz imprensa e torcida exercerem mais pressão e a bola de neve começa a aumentar.
Botafogo e Vasco em cenários familiares
Tanto Botafogo como Vasco não estão em território inóspito neste momento. Aliás, disputar lá em cima é que é raro mesmo, infelizmente. A junção de diretorias incompetentes ou claramente atrasadas, estrutura deficiente e péssimo uso de dinheiro gera essa situação desconfortável de brigar lá embaixo de forma constante.
E falando dos times piores que o Corinthians, os dois podem levantar a mão sem dúvidas. A sorte é que o Paraná está condenado, a Chapecoense tem um time fraco e o Sport apesar de ter dado uma leve acordada ainda está mal. Ou seja, muito dificilmente os dois cariocas caem.
Falando em Sport, esse é o rival do Vasco no sábado. Maxi Lopez está em alta e Yago Pikachu costuma ser carrasco dos pernambucanos. Isso será suficiente no duelo que será uma final para os mandantes? Caso o Sport vença, dorme a dois pontos do Vitória, primeiro fora da zona. Se perder pode ver a diferença aumentar para mais de dois jogos.
O Botafogo recebe o Bahia em outro duelo de times em perigo. O Bota, com 35, está com a mesma pontuação do Corinthians e um a mais que os baianos. É bom a equipe carioca vencer porque os próximos duelos são Atlético-PR fora e um jogo nervoso contra o Corinthians em casa.
E aqui está a minha best bet desta semana: acredito que o Botafogo vence em casa, pagando 1,9 para 1 na Betfair.
Na verdade todos os jogos serão nervosos. É isso que dá não ter feito a lição de casa em 29 rodadas e agora ter que correr atrás nas nove finais.