
A troca demorou para acontecer, mas teve resultado imediato. O Flamengo pós-Mauricio Barbieri acordou com Dorival Junior, que inclusive já teve o primeiro confronto com um dos veteranos do elenco, o goleiro Diego Alves.
O duro para este é que o Flamengo venceu as últimas três partidas no Campeonato Brasileiro com um agregado de 10 a 0. E quatro pontos atrás do Palmeiras, terá um confronto direto no Maracanã no fim de semana, enquanto o alviverde encara apenas o Boca Juniors na Bombonera.
O que mudou? O Flamengo pode superar o campeão brasileiro de 2016? Vamos aos tópicos.
Cobrança, pressão no adversário e diferença de mentalidade
Era muito óbvio que o problema do Flamengo não estava no pé e sim na cabeça. Faltava agressividade ao time para se impor em campo e mostrar que tecnicamente é uma boa equipe, superior a quase todas as outras no Brasil.
Sim, tem o problema com os laterais. Sabe que times têm problemas com laterais? Todos no mundo. Em um futebol como o nosso, é até risível achar que essa era a razão para o Flamengo naufragar sempre, já que equipes com limitações muito mais sérias jogavam com maior intensidade, vontade e conseguiam melhores resultados que o rubro-negro.
Dorival Junior parece ter botado a cabeça de todos no lugar, especialmente Lucas Paquetá e Vitinho, que também ganharam ajustes em seu posicionamento. Já falaremos de um deles.
Tratar a cabeça de seu elenco é algo que Dorival já fez várias vezes, inclusive em seus dois últimos trabalhos, no São Paulo e no Santos.
E apesar de muitas vezes ser visto como amigão da galera, o atual comandante tem mais peso para peitar medalhões e cobrar seu elenco que seu antecessor.
Aliás, Dorival nunca se esquivou disso e até foi demitido por essa razão, sendo que todo mundo o defendeu e o viu como “herói” nesse caso: em 2010, ele barrou Neymar de cobrar um pênalti, viu o camisa 11 do Santos reclamar de forma vergonhosa em campo e o presidente ficar do lado do jogador após Dorival tentar uma punição. Acabou demitido.
Mexidas no time
Diego e Diego Alves estavam machucados, mas quando voltaram Dorival não quis escalar eles logo de cara. No caso do meio-campista, a razão é clara: Lucas Paquetá jogando mais adiantado voltou a mostrar seu melhor futebol, conseguindo marcar e criar situações de perigo.
Com um setor de criação mais ágil, com Vitinho e Everton Ribeiro completando o trio, esse Flamengo fez 10 gols em três jogos. E com Willian Arão e Cuellar de volantes, eles têm mais liberdade e capacidade para receber a bola em suas áreas mais “confortáveis”. Paquetá como segundo volante precisa ser “motor”, o que ele não é.
Diego então sentou no banco contra o Paraná e entrou no decorrer da partida. Diego Alves não quis saber de ser reserva e não viajou após saber que tinha perdido a posição para César. Algo inadmissível e que deve ser punido pela diretoria, prestigiando seu treinador.
Jogo contra o Palmeiras

O jogo contra o Palmeiras não podia vir em maior hora. O único ponto positivo de ter caído na Libertadores é que o Flamengo terá a semana inteira para treinar, enquanto o Palmeiras irá até a Argentina para enfrentar o Boca Juniors na quarta-feira. O jogo de volta acontece uma semana depois.
Ou seja, o Palmeiras vai ter o Flamengo em um sanduíche de Boca e sem quatro jogadores que foram suspensos: Mayke, o excelente e decisivo Bruno Henrique e Lucas Lima, mais Deyverson, que foi expulso contra o Ceará. Felipão e Alexandre Mattos já reclamaram dos cartões, o presidente do Fla, Bandeira de Mello, retrucou e a decisão está acirrando os ânimos.
Esta é a chance do Flamengo, que jogará em casa, com time completo e sem nada a se preocupar além de cortar a vantagem de 4 pontos do Palmeiras, que joga desfalcado e pensando no maior bicho-papão de brasileiros na Libertadores. Se não for agora, esquece.
Por todos esses fatores, o Flamengo é favorito para a plataforma da Betfair, pagando 1,9 para 1 na sua vitória. O Palmeiras, 4 para 1 e o empate, 3,2 para 1.