Briga para fugir da zona do rebaixamento será especial em 2020

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Com tantos clubes tradicionais – e que são pessimamente geridos – não é incomum que um time grande caia para a Série B. Aliás são poucos os que não tiveram que jogar a segunda divisão: por anos a lista tinha apenas Santos, São Paulo, Flamengo, Internacional e Cruzeiro. O Inter caiu em 2016 e o Cruzeiro sabemos bem da situação.

Para este ano não devemos ter um rebaixado inédito, mas podemos ter um clube tradicional caindo. O Bahia, depois de anos positivos, está na zona do rebaixamento. O Botafogo e seus muitos empates são perigosos. O Corinthians buscou Vagner Mancini porque a situação estava feia. E neste momento o Athletico está entre os quatro últimos, logo um time organizado que estava bem nos últimos anos.

Porém, o que acontece com frequência no Campeonato Brasileiro é uma equipe que começa bem, até figura lá em cima da tabela, mas começa a cair sem freios. O Inter em 2016 começou com 19 pontos em apenas oito rodadas. Acabou rebaixado.

Neste ano uma repetição disso é possível porque as distâncias estão muito pequenas e sem um fator campo forte e uma profusão de empates, tudo está embolado. O Vasco, que chegou a ser líder, agora é o 12°, com 18 pontos, apenas 3 a mais que o Bahia, o primeiro na zona de rebaixamento. O Tricolor baiano tem um jogo a mais.

Rebaixamento no Brasileirão: quem corre perigo?

Goiás é o lanterna mas tem um ponto a se segurar: a equipe tem três jogos a menos que o Coritiba, primeiro fora da zona de rebaixamento, com uma distância de sete pontos. Nesta sexta há um duelo direto contra o Bahia – a equipe nordestina é favorita na Betfair. Claro que é demais pensar que a equipe goiana vai emendar três vitórias e sair da zona, mas pode entrar no bolo de equipes em vez de ser um lanterna.

A equipe em pior situação neste momento é claramente o RB Bragantino, que tem 13 pontos em 16 jogos e não vence desde a 11ª rodada, quando bateu o Ceará. Mas mais uma prova como este campeonato é embolado: o time teve enorme investimento, tem estrutura e empatou com o Flamengo nesta quinta.

Acima do Bragantino temos cinco equipes que já foram campeãs nacionais. O Coritiba venceu o Palmeiras de forma imponente, mas vendo o futebol e a qualidade do elenco é de se esperar que a luta contra a zona de rebaixamento dure todo o campeonato.

O Bahia é uma enorme decepção porque tijolo a tijolo foi criando uma identidade e se mantendo na Série A, mas neste ano, desde que venceu o RB Bragantino na terceira rodada, a equipe teve sete derrotas seguidas, venceu o Vasco e perdeu de novo na rodada passada. Mano Menezes ainda não conseguiu emendar vitórias no comando do clube

Já o Botafogo tenta juntar os cacos desde o começo do ano, quando ficou claro que o investimento seria baixo e a sobrevivência o objetivo até conseguir tirar a ideia de clube-empresa do papel. As chegadas de Honda e Kalou são um pequeno desvio, mas necessárias para reforçar um elenco fraco.

As coisas viram rapidamente e o Vasco, que já foi líder, se aproxima da zona da degola

Os resultados não foram necessariamente ruins, mas a prova que o empate não é um bom resultado em pontos corridos a menos que seja em certos contextos. O time tinha o mesmo número de derrotas que o Atlético-MG, mas por causa dos empates estava na zona de rebaixamento. Com duas vitórias após a saída de Paulo Autuori, o time saiu da zona, mas a derrota para o Grêmio mostra que qualquer coisa acima do sufoco do rebaixamento é lucro.

Vale destacar mais dois grandes nessa briga de foice. O Corinthians teve partidas horrorosas na competição, seus grandes jogadores estão em má fase, demitiu Tiago Nunes e insistiu com Dyego Coelho até onde deu. Agora, com Vagner Mancini, a equipe venceu o Furacão fora de casa no fim, mas o conforto está longe de ser alcançado.

Por fim temos o Vasco, que teve um início bom com Ramon Menezes, mas isso mostrou o pior do futebol brasileiro. Ramon tirou leite de pedra, mas a diretoria começou a cobrá-lo como se o time fosse um candidato a algo. Não é: com as derrotas veio uma demissão que voltou a tornar tudo uma bagunça. O elenco não confia na diretoria, os salários estão atrasados e está chegando um treinador de fora (o português Ricardo Sá Pinto) que não conhece um pingo de tudo isso.

Se não é organizado e muito menos sério, pelo menos o Campeonato Brasileiro é emocionante.

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