Top 10: As melhores finais de Copa do Brasil até hoje

Em menos de 24 horas, Inter e Athletico-PR estarão fazendo uma final inédita de Copa do Brasil, por isso nada mais justo do que revisitarmos algumas das melhores finais de todos os tempos da competição que completa 30 anos agora em 2019. Claro que talvez sua favorita fique de fora, mas assim são as listas né. Se sentir falta de alguma em específico, coloca nos comentários! Vamos lá.

10. Juventude x Botafogo (1999)

O Juventude já ficou entre os grandes do Brasil, e nesse período levou para casa uma Copa do Brasil

No fim dos anos 90, falar em Parmalat no futebol era sinônimo de falar do sucesso do Palmeiras, mas o alviverde paulista não foi o único abençoado com o patrocínio dos italianos. O Juventude era um time da elite na época, frequentando a Série A desde 1995 – mesmo ano em que o Botafogo havia sido campeão nacional pela última vez. Estes eram os finalistas da Copa do Brasil em 1999.

O jogo de ida aconteceu no Alfredo Jaconi, e viu o time da casa abrir 2×0 no primeiro tempo. No segundo, Bebeto (aquele Bebeto mesmo) descontou para o Fogão, mas a partida acabou assim mesmo. Na volta, no Rio de Janeiro, o Botafogo só precisava vencer por 1×0, mas o Juventude se fechou todo e segurou o 0x0 e o título – o mais importante de sua história ao lado da Série B de 1994 e o Gauchão de 1998. Que década para o Juve!

9. Santo André x Flamengo (2004)

No começo da década passada, os times do ABC paulista estava assanhadinhos. O Santo André, por exemplo, ganhou até Copa do Brasil

O começo dos anos 2000 viu muitos times considerados pequenos surgindo e fazendo barulho entre os gigantes – podemos incluir aí Brasiliense, Paulista e São Caetano, mas o Santo André também deu seus pulinhos. A campanha do time do ABC Paulista foi de sucessos absurdos consecutivos, tendo deixado para trás Atlético-MG, Guarani e Palmeiras. Na final aguardava o todo-poderoso Flamengo.

O primeiro jogo aconteceu no finado Palestra Itália (o estádio do Santo André era pequeno demais para receber a partida) e foi um empate espetacular com quatro gols. Osmar e Romerito fizeram para os anfitriões, enquanto que Roger e Athirson marcaram para o Flamengo.

Foi na volta, porém, no Maracanã lotado até a tampa, que a zebra passeou espetacularmente. O Flamengo só precisava empatar sem gols (o critério de gol fora ainda valia), mas saiu derrotado diante do seu torcedor por 2×0, com tentos de Sandro Gaúcho e Élvis. Foi o único e mais importante título da história do Santo André, que jogou até Libertadores no ano seguinte.

8. Santos x Vitória (2010)

Foi em 2010 que a turma que incluía Neymar, Ganso, André e outros bons nomes começou a chamar a atenção – e acabaria campeã da Libertadores no ano seguinte

Com a geração Neymar e Ganso chegando ao seu auge dentro do clube, o Santos deu o primeiro passo na sua caminhada de glória. Depois de um vice do Paulista em 2009, o ano novo viu o time começar com título estadual e chegar forte até a final da Copa do Brasil.

O time era habituado às goleadas, tendo enfiado 10, 8 e 4 gols em algumas ocasiões. Do outro lado estava o Vitória, que havia deixado para trás gente como Náutico, Goiás e Vasco para chegar na final.

O Peixe jogou primeiro na Vila Belmiro e venceu por 2×0 com gols de Neymar e Marquinhos, enquanto que na volta o Vitória fez 2×1 no Barradão, mas acabou perdendo o troféu por saldo de gols. Quem marcou para o Santos foi o eterno Edu Dracena, que com o gol obrigava os baianos a fazerem 4 para serem campeões. Não foi dessa vez.

7. Corinthians x Internacional (2009)

Com polêmicas, o famoso DVD e muita mágoa envolvida, o Inter viu outra vez o Corinthians levar a melhor sobre si valendo troféu nacional

Já fazia quatro anos que o Corinthians tinha sido campeão brasileiro numa espécie de “final de pontos corridos” contra o Inter, num 1×1 que fez do Timão provavelmente o segundo time mais detestado dos Colorados. Todo mudo lembra de Fábio Costa, Tinga e etc., certo? O torcedor do Inter certamente sim, e por isso a final da Copa do Brasil de 2009 foi vista como uma oportunidade perfeita para a revanche – só que ela não veio.

A temporada de 2009 foi especial para os corintianos por muitos motivos. Foi a primeira de volta à Série A, o time era atual vice-campeão da Copa do Brasil (falaremos daquela final logo mais) e contava no seu elenco com ninguém menos que Ronaldo.

O jogo de ida foi no Pacaembu e viu uma vitória de 2×0 dos donos da casa, com gols de Jorge Henrique e Ronaldo (este polêmico). Na volta, o time de Mano Menezes acabou com as esperanças de virada do Inter abrindo 2×0 com Jorge Henrique e André Santos. O Colorado até empatou com dois gols de Alecsandro, mas o título ficou com o Corinthians mesmo, dentro do Beira-Rio, e a bronca dos torcedores do Inter continuou presa na garganta. A briga épica dentro de campo mais para o final da partida não ajudou a apaziguar em nada, diga-se.

6. Cruzeiro x Palmeiras (1996)

No auge daquele tão querido “futebol raiz” dos anos 90, dois grandes times fizeram dois grandes jogos que acabaram em troféu para o Cruzeiro

O torcedor do Palmeiras deve lembrar com carinho da conquista do Paulistão de 96, quando o time faturou 83 de 90 pontos possíveis, fez 102 gols e teve aproveitamento de 92,2% no total – recordes até hoje não quebrados.

Já o Cruzeiro tinha um excelente time e foi campeão mineiro, mas seria eliminado no Brasileirão (ainda com sistema mata-mata) poucos meses depois. A Copa do Brasil era a menina dos olhos da Raposa, e o sonho do bicampeonato ficava cada vez mais real depois de os mineiros baterem Vasco, Corinthians e Flamengo no caminho até a finalíssima.

O primeiro jogo da grande final foi Mineirão, abarrotado com mais de 68 mil torcedores presentes. A partida terminou em 1×1 e o Palmeiras de Luxemburgo levou todo o favoritismo para a decisão no Parque Antártica. Foi em São Paulo mesmo, porém, que a Raposa papou o Verdão. O Palmeiras saiu na frente com Luizão, mas o Cruzeiro virou em jogo em plena Barra Funda com Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos, conquistado seu segundo título de Copa do Brasil.

5. Grêmio x Corinthians (2001)

O Sr. Copa do Brasil Marcelinho Paraíba esteve em campo mais uma vez e foi, como sempre, protagonista na finalíssima

Ainda embalado pelo título mundial do ano anterior e contando com um belíssimo elenco, o Corinthians vinha em busca de mais um título relevante, mas encontrou pelo caminho o então ricaço Grêmio, que chegaria às semis da Libertadores no ano seguinte e tinha gente como Zinho, Marcelinho Paraíba e outros.

O Timão havia deixado para trás, entre outros, Athletico-PR e Ponte Preta para chegar até a final, enquanto que o Tricolor Gaúcho vencera Fluminense, São Paulo e Coritiba nos últimos jogos.

A primeira partida da final aconteceu no Estádio Olímpico de Porto Alegre e foi de puro drama para os donos da casa. O Corinthians começou voando e abriu 2×0 com gols de Marcelinho Carioca e Müller. A reação do Grêmio veio no segundo tempo, com dois gols de Luis Mário, e assim acabou o jogo: 2×2, ou seja, um ótimo resultado para o Corinthians, que tinha vantagem no empate de 0x0 ou 1×1 pela regra do gol fora.

O que se viu em São Paulo, porém, foi um pesadelo para os corintianos. Comandado por Tite (ironias do destino…), o Grêmio atropelou o Timão no Morumbi com gols de Marinho e Zinho. O Corinthians voltou a sonhar com a taça quando Ewerthon descontou, mas Marcelinho Paraíba fez o terceiro e enterrou de vez as chances de troféu do Alvinegro. Para o Grêmio, a glória e seu quarto título de Copa do Brasil, o que o tornava o maior campeão até então.

4. Vasco x Coritiba (2011)

Futebol de qualidade não faltou naquela belíssima final de 2011, lembrada com carinho pelos torcedores do Vasco e tristeza pelos do Coxa

Esta certamente foi uma das finais mais emocionantes de todos os tempos, e é uma pena ver ambos os times envolvidos em situações complicadas atualmente. Em 2011, porém, Vasco e Coritiba eram timaços que fizeram um jogo espetacular de se ver.

O torcedor Coxa sempre vai se lembrar da semifinal, que viu o time paranaense atropelando o Palmeiras por 6×0, mas o do Vasco também se alegra com a campanha que passou por Náutico, Athletico-PR e Avaí até chegar na finalíssima.

Esse troféu foi decidido no critério de gols fora, ou seja, o Vasco foi campeão pela sua competência jogando em Curitiba. O primeiro jogo aconteceu em São Januário e o time da casa venceu por 1×0, com gol de Alecsandro, com sua excelente defesa que contava com Fernando Prass no auge e Dedé comandando na zaga e atuando em alto nível.

A volta, no Couto Pereira, foi um dos maiores jogos da história da competição: uma partida eletrizante de cinco gols. Alecsandro pôs o Vasco na frente, mas o Coritiba empatou com Bill e virou com Davi. Éder Luís empatou para os cariocas e Willian de novo deu a vantagem ao Coxa. Ninguém mais conseguiu marcar depois disso e o Vasco acabou com o troféu – seu único de Copa do Brasil até hoje.

3. Sport x Corinthians (2008)

Em tempos que o Sport jogava a Série A e o Corinthians a Série B, foi o time do Recife quem saiu com o troféu da Copa do Brasil

Aqui começam as grandes viradas entre jogos da nossa lista. Mesmo estando na Série B em 2008 (e o Sport na Série A, diga-se), o Corinthians não era necessariamente azarão neste duelo memorável, tanto que abriu 3×0 no jogo de ida, que aconteceu no estádio do Morumbi. Dentinho, Herrera e Acosta marcaram para o Timão. Quando o jogo parecia ganho e sem riscos, porém, o Sport achou um gol com Enílton, e suavizou muito sua situação.

A volta aconteceu no caldeirão da Ilha do Retiro, com o Sport privado de Romerito, seu então melhor jogador e referência do time. Não bastasse, teve tensão de sobra bem antes da bola rolar, com briga de diretorias sobre quantidade de ingressos, torcedores corintianos deixados para fora, tumultos no Recife e afins.

O time da casa, comandado pelo técnico Nelsinho Batista, sabia que precisava ir para cima do Corinthians para tentar reverter o placar, e foi isso que fez. Em dois ataques quase seguidos, ainda no primeiro tempo, Carlinhos Bala e Luciano Henrique atordoaram os paulistas e deram um placar que garantia a vitória o ao Sport. Com a torcida jogando junto, o Leão segurou o resultado até o fim e levou para casa seu único título da competição até hoje.

2. Cruzeiro x São Paulo (2000)

Com um dos seus muitos timaços históricos, o Cruzeiro conquistou a terceira e provavelmente mais saborosa das suas Copa do Brasil até agora em cima do São Paulo, que ainda está correndo atrás do seu troféu

É sempre difícil escolher o top 3 de listas, e qualquer um dos três desta poderiam estar em qualquer posição. No ano 2000, Cruzeiro e São Paulo fizeram sem dúvidas uma das mais emocionantes partidas de Copa do Brasil de todos os tempos, isso é inegável.

Estamos falando aqui do maior campeão, o Cruzeiro, contra um dos poucos gigantes do futebol brasileiro que ainda não faturou o troféu da competição – e em 2000 foi quando o Tricolor Paulista chegou mais perto.

Com gente do naipe de Rogério Ceni, Belletti, Edmílson, Raí, Marcelinho Paraíba e França enfrentando Cris, Sorín, Ricardinho, Donizete e Oséas, não havia como o jogo ser ruim.

O primeiro duelo foi no Morumbi e acabou num 0x0 truncado e que deixou a volta absolutamente aberta. No Mineirão, que marcou obscenos 85 mil pagantes nas arquibancadas, o Cruzeiro se mostrou mais time e venceu por 2×1, de virada. Marcelinho Paraíba (sempre presente quando o assunto é Copa do Brasil) fez para o São Paulo, mas a Raposa empatou com Fábio Júnior e, aos 45 do segundo tempo, virou com Geovanni, para explodir Belo Horizonte.

O terceiro dos seus títulos do Cruzeiro deve com certeza ter um gostinho especial para o torcedor até hoje.

1. Palmeiras x Santos (2015)

Tendo defendido um pênalti e cobrado o último, – o da vitória – Fernando Prass se tornou ídolo Palmeirense naquela noite de dezembro de 2015

Nossa medalha de ouro fica, coincidentemente, com a final mais recente da nossa lista. Em 2015, com dois grandes times em grandes fases, Palmeiras e Santos precisaram ir até os pênaltis para decidir a Copa do Brasil depois de dois grandes duelos.

O Santos fez uma campanha espetacular, eliminando os rivais Corinthians e São Paulo com muita autoridade, enquanto que o Palmeiras deixou para trás adversários complicados como o multicampeão Cruzeiro, Inter e Fluminense.

O primeiro jogo, na Vila Belmiro, viu o Santos sair na frente com gol de Gabriel Barbosa já na segunda metade da etapa final, mas teve muitas chances de marcar – inclusive num pênalti perdido e um gol bizarramente perdido por Nilson. O placar acabou 1×0 mesmo e a decisão ficou para a capital paulista.

A volta aconteceu no Allianz Parque, nova casa do Palmeiras então, e marcou o verdadeiro batismo de fogo do estádio. Depois de um primeiro tempo truncado, cheio de tensão, mas com muita qualidade, o placar continuava 0x0, o que dava o título ao Santos. Na segunda etapa, brilhou a estrela de Dudu, que marcou duas vezes e ia dando o título ao Palmeiras no tempo normal, não fosse o interminável Ricardo Oliveira marcar para o Peixe no apagar das luzes.

Sem regra de gol fora na final, a decisão ficou para os pênaltis. Pelo Santos, Marquinhos Gabriel chutou para fora e Gustavo Henrique teve sua cobrança defendida por Fernando Prass, enquanto que apenas Rafael Marques perdeu para o Palmeiras. Geuvânio, Lucas Lima e Ricardo Oliveira converteram para o Peixe, mas Zé Roberto, Jackson, Cristaldo e o próprio goleirão Prass converteram para o Verdão e garantiram o primeiro troféu na casa nova. Um grande clássico disputado num jogo emocionante, estreando estádio e valendo troféu. Melhor que isso não fica!

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