Com jogadores de sua base e soberano na final, Grêmio conquista tri da Libertadores
Com reforços pontuais e revelando talentos, Grêmio conseguiu o tri da América

O Grêmio finalmente voltou a ser imortal na Copa Libertadores da América. Competição favorita do time e sua torcida, o tricolor do Rio Grande do Sul conquistou a copa pela terceira vez, depois de ter vencido em 1983 e 1995. E longe de ter grandes investimentos, o clube deu uma aula de como montar um elenco e dar poder ao treinador. Ajuda também quando ele é o maior ídolo do clube por seus feitos como jogador: Renato Portaluppi.

O elenco formado para esta Copa Libertadores foi bastante interessante. Depois de alguns anos de alto investimento financeiro que não se traduziu em títulos, o Grêmio olhou para dentro e deu espaço para jovens atletas. Os meio-campistas Luan, Arthur e Ramiro chegaram ao Grêmio bastante jovens. Marcelo Grohe foi revelado pela equipe e por anos foi reserva de diversos goleiros.

E junto com essas revelações, o time fez contratações cirúrgicas nos últimos anos. Pedro Geromel, que tinha carreira discreta na Europa, voltou ao Brasil e se tornou um dos maiores zagueiros do país. Fernandinho, que já tinha passado pelo Grêmio e não convencido, voltou de empréstimo e aumentou muito seu rendimento.

Vários jogadores chegaram sem muita moral no time e elevaram seu rendimento, algo que o Grêmio tradicionalmente faz ao longo dos anos. Com Renato Portaluppi, todos ganharam uma injeção de ânimo, montando uma equipe de forte defesa e bom toque de bola, com um meio-campo talentoso e habilidoso, isso sim não tão comum na historia do time. Luan é a principal razão para isso e mostrou no segundo gol do time na final da Copa Libertadores contra o Lanús, quando limpou o zagueiro e com uma cavadinha deixou o goleiro congelado, só sendo um espectador no golaço.

Mas esse foi apenas o ponto final em uma longa história que começou com uma campanha incrível na Copa do Brasil de 2016. Renato e Valdir Espinosa, dois grandes nomes da história do clube, foram trazidos após maus resultados com o ex-treinador, Roger Machado. Logo de cara Renato conseguiu motivar seus jogadores na Copa e garantiu assim uma vaga na Libertadores do ano seguinte.

Como a Copa Libertadores mudou de duração, durando o ano inteiro ao invés de apenas alguns meses no começo do ano, o trabalho teve que se sustentar em mais do que motivação. E o Grêmio começou a mostrar um futebol envolvente, passando com tranquilidade pela fase de grupos e pelas oitavas de final. O primeiro grande desafio veio contra o Botafogo, outro time bem postado. Depois de um 0 a 0 no Rio de Janeiro, o time venceu por 1 a 0 em casa, com gol de Lucas Barrios, outro jogador que não estava na crista da onda após ter uma passagem cheia de lesões pelo Palmeiras.

Na semifinal o time encarou o Barcelona de Guayaquil, que tinha sido algoz de dois times brasileiros, o Palmeiras e o Santos, nas fases anteriores. Só que o tricolor nem deu chance, vencendo já no Equador por 3 a 0, dando um baile e ainda com Grohe fazendo uma defesa incrível.

Garantido na final sem susto, o mais difícil foi furar a defesa do argentino Lanús em casa. Mas o gol da vitoria veio e com Cícero, outro jogador desacreditado. Na partida final, o time passou no gramado do rival sul-americano, com dois gols já no primeiro tempo, um de Fernandinho em contra-ataque e o de Luan já citado.

Foi uma conquista de Copa Libertadores como o torcedor do Grêmio sonhou por duas décadas: com um grande ídolo envolvido, jogadores desacreditados se superando e ainda uma dose extra de técnica e talento, que sempre vai bem.

Copa Libertadores Final
Renato Portaluppi foi um dos heróis da conquista e se tornou ainda mais ídolo no clube
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