Pelo título eu até pareço um crítico esnobe francês falando de filmes de Hollywood. Sim, é um prazer a mais falar mal do que falar bem, mas aqui, neste caso, há muito para falar mal.
Não quero nem me alongar mais na introdução porque assunto não falta.
Real e PSG dão vexame
Não há outra forma para classificar. Como apontei no texto de ontem, o Manchester United pagava 13 para 1 na classificação na Betfair. Apelar para camisa é uma idiotice, até porque quando a camisa pesada cai de quatro, ninguém fala nada.
O PSG caiu porque é uma zona. Porque seu líder técnico está rebolando na boquinha da garrafa a 10 mil km de distância dois dias antes do jogo mais importante de seu time na temporada.
Quem acha que Neymar ter feito o que fez não foi nada demais merece um manicômio. Como você se sentiria, na preparação para um duelo de mata-mata da Champions League, vendo o maior salário do elenco da televisão e nos programas de fofoca. Não importa que ele não podia jogar. Estar ali, dar força, a sua visão e qualquer ajuda que fosse é vital, afinal ele não recebe por jogo, recebe por mês.
Isso é só uma parte do problema. Jogar o fraco Campeonato Francês é outro. Ele não te prepara para os duelos fundamentais. Maus hábitos não são punidos, você pode dar o drible a mais, não voltar para ajudar na marcação, tomar aquelas geladas no dia anterior do jogo, porque no dia seguinte você vai ganhar.
Você pode dizer “ah, o Real Madrid ganhou três Champions e joga na Espanha”. A Espanha perto da França é uma guerra todo fim de semana. E Cristiano Ronaldo anda na linha e é uma liderança moral e técnica. Essas são diferenças enormes.
E isso se viu no Real Madrid contra o Ajax. Até o torcedor mais fanático dos merengues na temporada passada via a linha de chegada, a reta final desse elenco vitorioso. Mesmo assim deu para dar uma última arrancada, apesar da Juventus ter merecido passar naquela noite no Santiago Bernabéu.
Só que isso parece ter mascarado o óbvio para Florentino Pérez, que fez basicamente todas as decisões erradas; não reforçou o elenco, não segurou Zidane, brigou com Cristiano Ronaldo e trouxe Lopetegui. Tudo isso foi cobrado pelos pés de Tadic e um Ajax majestoso, incrível e que irá cair nas quartas.
Barcelona e Manchester City sorriem de orelha a orelha, eles que já eram os favoritos para a conquista na Betfair. Dois dos principais rivais já eram. Bayern e Liverpool não estão jogando tão bem e a Juventus pode ser o terceiro grande candidato a cair já nas oitavas.
Brasileiros não apresentam muito
Alguns perderam, outros ganharam, o resto… não, não teve empates. Flamengo e Palmeiras ganharam fora de casa, o que é positivo destacar. Agora, quem está feliz com isso merece a eliminação broxante que virá.
O Flamengo sofreu demais contra o limitadíssimo San José e quem quiser culpar apenas a altitude e ignorar que o time também sofre no Maracanã contra times igualmente ruins, à vontade.
Já o Palmeiras é algo incrível. O time começa bem, troca passes, faz 1 a 0 e se transforma em um ferrolho horroroso. Eu não sei porque Felipão pede reforços, porque atacantes viram ajudantes de laterais, o centroavante vira referência para o bicão iminente e os meias cobrem a área defensiva no momento que o time abre o placar.
Ter 22 jogadores e atuar dessa forma é um completo desperdício, já que você joga essa técnica superior para o alto, com ela podendo brilhar apenas em três, quatro jogadas ofensivas por jogo.
Mesma coisa do Flamengo: para que ter Diego, De Arrascaeta, Everton Ribeiro mais Bruno Henrique, Gabriel e Vitinho no ataque se eles vão jogar a 50 metros do gol rival na maior parte do tempo?
Tem certas coisas que realmente não entram na minha cabeça.
O Internacional ganhou em uma falha clamorosa do goleiro do Palestino. Nada mais a destacar do Inter. Sério mesmo. O Atlético-MG é outro que apresentou pouco e foi punido com um gol no fim, algo que até nem merecia. Agora, daí a dizer que é injustiça nem se eu fosse o filho de Levir Culpi, um treinador ultrapassado mas que pelo menos dá entrevistas boas.
E o Grêmio é minha esperança. Deveria ter ganho do Rosario Central, que está em fase tenebrosa. Felipe Vizeu não fez o que devia e por isso só veio o empate.
Mas o Grêmio é um time que propõe, que joga, que dribla, que faz golaço e segue atacando. Sim, o tricolor gaúcho é a esperança de bom futebol do Brasil na Libertadores. A Academia do Palmeiras e o Flamengo de Zico choram.