Vasco e Atlético-MG começam sua caminhada no Campeonato Brasileiro de 2018 se enfrentando neste domingo em São Januário. E se ambos os times em 2017 só tiveram a Chapecoense entre eles na tabela, o fato dos cariocas terem sido sétimos e o Galo nono teve grandes diferenças para esta temporada.
O Vasco se classificou para a Libertadores, ou melhor dizendo, às fases anteriores para conseguir entrar no tradicional estágio com grupos. O time levou um susto contra o Jorge Wilstermann, mas conseguiu se classificar e entrou no Grupo da Morte com Cruzeiro e Racing como grandes rivais.
Já o Atlético-MG, depois de cinco anos seguidos disputando a Libertadores, tendo vencido ela em 2013, não conseguiu a vaga pelo Brasileiro ou Copa do Brasil. Assim, o time começou o ano de forma mais modesta, abrindo mão do atacante Robinho e vendo Fred ir para o arquirrival Cruzeiro. A folha assim se viu livre de seus dois maiores salários.
Mas isso não quer dizer que um time está no céu e o outro no inferno, muito pelo contrário. Ambos tem um 2018 com coisas para esquecer. O Vasco teve mais uma guerra política, com eleições traumáticas e divididas e mais crise financeira. O elenco está longe de ser brilhante, mas com o treinador Zé Ricardo ele luta por uma bola no ataque e tenta se impor taticamente e na raça. Assim a equipe conseguiu bons resultados, como empatar com o Cruzeiro no Mineirão por 0 a 0 na Libertadores e chegar à final do Carioca, mesmo não tendo vencido a Taça Rio ou a Taça Guanabara.
Só que nem sempre aplicação tática e esforço, mas sem muita criatividade, vão trazer algum resultado, vide a derrota em casa para a Universidad de Chile que deixa o Vasco precisando urgentemente uma vitória em um grupo muito difícil da Libertadores.
Já o Atlético tropeçou no começo da temporada e viu o treinador Oswaldo de Oliveira ser demitido quando mal tinha começado o ano. Sem grandes treinadores no mercado, Thiago Larghi foi colocado na posição como interino e segue com esse status. Ter perdido o Campeonato Mineiro para o Cruzeiro após fazer 3 a 1 no jogo de ida não ajudou na sua campanha pela efetivação.
O Galo terá basicamente o mesmo time que no ano passado, já que só o veterano Ricardo Oliveira trouxe algo de novo e fez seu papel, com nove gols em 19 jogos no ano. Roger Guedes, que veio do Palmeiras, até teve momentos de brilho, mas não ficou nem no banco contra o San Lorenzo no meio de semana e já reclamou publicamente da falta de tempo de jogo. Ou seja, mesmos problemas de sua passagem pelo Palmeiras.
Além de Ricardo Oliveira, o time terá que confiar na boa qualidade técnica de Cazares, mas que só aparece em certos momentos, no esforço constante de Luan e na presença de Victor, grande líder do time.
Já o Vasco visa esses jogos iniciais, antes da parada para a Copa do Mundo – serão 12 rodadas – para ter um bom início e assim conseguir um bom posicionamento para planejar o resto do ano com tranquilidade. Com um elenco notoriamente curto, o Vasco não pode se dar ao luxo de poupar muito no Brasileiro enquanto pensa na Libertadores.
Zé Ricardo poderá usar Rildo, mas não poderá contar com o jovem Paulinho, que fez uma cirurgia no cotovelo. Ainda buscando reforços, o time tentou um acordo pelo velho conhecido Diego Souza, mas os valores não bateram.
Portanto, Vasco e Atlético-MG começam o Brasileiro com a desconfiança de suas torcidas, mas com toda a possibilidade de fazer campanhas similares às do ano passado. Mais do que isso, por enquanto, seria uma surpresa.