A campanha do Flamengo até a final da Libertadores: susto, crescimento e história

A poucos dias de enfrentar o River Plate na final da Libertadores, a campanha do Flamengo até a final da Libertadores não foi só de alegrias e goleadas. Depois de conquistar o caneco na sua primeira participação, com a equipe absurda de 1981, e chegar perto em 1982 e 1984, o torneio está completamente engasgado na garganta.

Não faltam eliminações na fase de grupos e para times bem mais modestos. E em 2019 ambos quase aconteceram até que Jorge Jesus ajeitou o time e a máquina começou a funcionar. Vamos relembrar?

A fase de grupos de novo…

Com a segunda colocação no Campeonato Brasileiro, o Flamengo foi para a fase de grupos da Libertadores de forma direta. Mas isso não quer dizer que o torcedor flamenguista podia ficar tranquilo: os traumas nessa fase não são pequenos.

O grupo era considerado de média dificuldade, sem um time de grande dificuldade para assustar mas dois rivais na altitude e o tradicional Peñarol. A equipe de Abel Braga superou bem o primeiro duelo, vencendo o San Jose na Bolívia por 1 a 0, gol de Gabriel.

A segunda partida teve o Flamengo abrindo o placar logo de cara contra a LDU, Diego Alves pegando um pênalti perto do intervalo e um segundo tempo mais morno até Gabigol e Uribe abrirem vantagem. O Fla era líder do grupo ao fim da partida.

Mas aí veio a partida contra o Peñarol. O jogo foi um dos piores de Abel Braga no comando do time e depois da expulsão de Gabigol (não será a única no ano), o time se perdeu, abriu mais do que deveria e tomou um gol no fim de Viatri.

O 6 a 1 contra o San Jose foi um dos resultados mais elásticos do ano, mas a derrota para a LDU na altitude de virada acendeu todo tipo de sinal. O time tinha 9 pontos, o mesmo que o Peñarol, rival no último jogo e dois a mais que a LDU, que enfrentaria fraco San Jose em casa.

O Flamengo só precisava do empate e se segurou, jogando até melhor que os uruguaios, que não tinham a qualidade para gerar mais um trauma nos flamenguistas. Mesmo após a expulsão de Pará o jogo não ficou tão ameaçado. No fim o Flamengo foi o líder do grupo, mas em um empate triplo com LDU e Peñarol, passando pelo saldo de gols.

Sofrimento, alegria e final

bruno henrique flamengo rafinha
O Flamengo deitou e rolou contra os Brasileiros, deixando o sofrimento concentrado no Emelec

Ninguém tinha medo excessivo do Emelec, mas o Flamengo não estava evoluindo e jogando a bola que seus jogadores poderiam proporcionar. Abel Braga foi demitido e Jorge Jesus chegou já sendo jogado na fogueira. O Emelec abriu o placar aos 10 minutos, fez o segundo aos 33 do segundo tempo, Diego saiu com uma lesão horrorosa no tornozelo e a escalação de Rafinha na ponta direita fez Junior chamar Jesus de Professor Pardal.

A volta, uma semana depois, foi outro jogo. Gabriel fez dois gols em 18 minutos e o Emelec não teve a qualidade para reagir. Mesmo assim se segurou e nos pênaltis, o Flamengo passou acertando suas cobranças. A vergonha que seria a eliminação não passou longe.

Seria o mais perto que o Flamengo passou de ser eliminado.

Belas vitórias contra os Brasileiros

Encarar os times brasileiros não é fácil na Libertadores, já que todos têm a competição como seu maior desafio no ano. O Flamengo passou com méritos pelos dois.

O Internacional foi para o jogo do Maracanã para não perder e estava conseguindo isso até os 15 minutos finais. Mas Bruno Henrique decidiu a partida e fez justiça com dois gols para abrir boa vantagem. Na volta Gabigol perdeu um gol incrível logo de cara e o Inter abriu 1 a 0, mas a classificação nunca ficou ameaçada e o empate veio para dar folga aos cariocas.

As semis traziam o Grêmio, time de melhor campanha na Libertadores e excelente futebol com Renato Gaúcho. Vocês sabem o que aconteceu: o Flamengo abriu o placar, o Grêmio conseguiu empatar no fim e no Maracanã, Renato sofreu cada palavra que declarou. 5 a 0 no melhor jogo do Flamengo no ano.

É uma campanha bastante atípica, já que o time sofreu onde não devia e foi muito bem onde era esperado que tinha que suar sangue. Vendo a troca de comando de Abel Braga para Jorge Jesus e as ideias novas que vieram na mala do português, explicar esse giro não é tão difícil.

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