Em meio ao considerável caos que se instalou na América Latina, incluindo aí mudança de estádio da partida, a grande final da Libertadores finalmente chegou.
O jogo acontece em Lima, no Peru, no próximo sábado (23), e vamos falar sobre isso em um post especial logo mais, incluindo aí as odds, escalações prováveis. Neste aqui, porém, vamos nos dedicar a falar da campanha de um dos finalistas: o River Plate.
O atual campeão
A última vez que o então campeão chegou à final da temporada seguinte foi o São Paulo, em 2006, quando o Tricolor Paulista foi derrotado pelo Internacional na última final brasileira do torneio. A última vez que houve um bicampeão, ainda por cima, foi em 2001, quando o Boca Juniors se sagrou vencedor em cima do Cruz Azul.
O River Plate tem, portanto, chance de igualar o feito do seu arquirrival, o qual o próprio River venceu justamente na final do ano passado, num jogo com polêmica a dar com o pau a ponto de a partida de volta ter acontecido na Espanha, conforme todo mundo lembra.
Na Argentina, o River não sabe o que é ser campeão desde 2014, e corre atrás do prejuízo no relativamente novo formato do campeonato dos nosso hermanos – no momento, é quarto. A cabeça dos Milionários, porém, está 100% na Libertadores, como não poderia ser diferente.
Fase de grupos
A campanha do River Plate começou, para ser gentil, medíocre. Foram três empates nos três primeiros jogos, incluindo um dramático 1×1 contra o Alianza Lima que quase foi derrota, não fosse um golaço de falto salvador de Cristian Ferreira aos 45+6 do segundo tempo. Isso pode parecer positivo, mas quando lembramos que o Alianza acabou sendo o pior time de toda a Libertadores, com um único ponto conquistado (esse contra o River), fica claro o tamanho do tropeço dos argentinos.
Logo depois, um 0x0 insosso com o Palestino afundaram ainda mais o time num grupo longe de ser o mais complicado da competição, e um 2×2 dramático com o Inter no Beira-Rio selaram um aproveitamento totalmente medíocre na primeira metade da fase de grupos, de apenas três pontos em três jogos – péssimo para um atual campeão que quisesse se manter assim.
Foi no returno que o River Plate acordou para a vida, sabendo que corria sério risco de ficar de fora das oitavas de final. O primeiro adversário foi o Alianza Lima, que dessa vez não segurou os argentinos e tomou de 3×0 no Monumental de Núñez.
Ainda ameaçado, o River foi até o Chile e se impôs para vencer o Palestino por 2×0, jogo que selou sua classificação, já que o próprio Palestino era concorrente direto pela segunda vaga. No último jogo, outro 2×2 com o Inter, dessa vez em Buenos Aires, e de novo com um gol salvador no último minuto impedindo a derrota – no caso, Lucas Pratto deixou o dele e selou o 2×2.
Com o placar, o Inter passou confortavelmente em primeiro no grupo e o River foi segundo. O Colorado cairia, já nas quartas, justamente para o outro finalista, o Flamengo. Já o River Plate foi em frente.
Mata-Mata
Parece que é na hora das decisões que times cascudos e tradicionais como o River crescem, e foi justamente o que vimos. Depois de uma fase de grupos de performances duvidosas, empates dramáticos e vitórias escassas, o River cresceu de vez a partir das oitavas de final.
O adversário sorteado foi o brasileiro Cruzeiro, que ficou no 0x0 com os argentinos duas vezes, tanto no Monumental de Núñez quanto no Mineirão. Foi em Belo Horizonte mesmo, porém, que a Raposa tropeçou em duas cobranças desperdiçadas e viu o River Plate seguir em frente após vencer por 4×2 nas penalidades.
Nas quartas, veio o Cerro Porteño, que não deu muito trabalho aos argentinos. A ida em Buenos Aires foi um 2×0 sossegado a favor do River e a volta um 1×1 sem grandes emoções. Foi na semifinal, porém, que o River Plate jogou a vida, já que o adversário era ninguém menos que o mesmo da final passada, seu maior rival: Boca Juniors.
Falar do tamanho do confronto é chover no molhado, então vamos nos ater aos jogos. A ida, com mando do River Plate, viu uma vitória dos Milionários por 2×0 e que poderia ter sido muito mais – o clube amassou o arquirrival, meteu bola na trave e tocou o terror no Monumental de Núñez.
A decisão ficou para a volta, na Bombonera, onde o Boca Juniors jogou na pura raça e peso da camisa – levando em conta que, na parte técnica do elenco, o River era claramente melhor – e venceu por 1×0, mas não conseguiu reverter a vantagem do rival. A vaga era do River Plate, finalista mais uma vez.
Que venha o Flamengo!