Griezmann no Barcelona. E agora, Neymar?

Há menos de uma semana, o Barcelona jogou um balde de água fria em Neymar, no PSG e em muita gente ao fechar negócio com o rival local Atlético de Madrid pelo atacante Antoine Griezmann, campeão do mundo com a França em 2018. A negociação custou aos cofres catalães 120 milhões de euros.

A ciranda financeira parece longe de ter acabado, porque o Atlético de Madrid exige o pagamento da multa rescisória de 200 milhões de euros (ou seja, faltam 80 milhões) e o Barça, por sua vez, já colocou uma nova multa em cima do atleta, essa na bagatela de 800 milhões de euros.

Toda essa novela com o francês interessa profundamente a Neymar, que já declarou publicamente que quer sair – e nem precisaria, visto as atitudes do atleta brasileiro desde o fim da temporada passada, com críticas abertas aos colegas de elenco, falta a treinos programados, atrasos em reapresentações e outras atitudes que minaram a confiança de Tomas Tuchel e do time nele.

O que também já foi declarado publicamente pelo camisa 10 do time francês é sua vontade expressa de sair para retornar ao Barcelona especificamente. É sobre isso e sobre alguns cenários alternativos que vamos tratar aqui.

Como fica o Barça com Griezmann

Griezmann deixa o Atlético de Madrid para trás como promessa do Barcelona de reviver dias de glória, principalmente na Liga dos Campeões da Europa

Digamos que o caso do Barcelona é daqueles de “pecar pelo excesso”. Com um possível trio de ataque titular formado por Griezmann, Suárez e Messi, já é logo de cara difícil pensar em qualquer outra adição – ou seria, mas temos que lembrar que estamos falando do Barça.

Suárez jogou praticamente toda a última temporada como atacante centralizado, com Messi jogando pela direita (seu lugar favorito) e o lado esquerdo, onde originalmente Neymar jogava três anos atrás, ocupado ou por Phillippe Coutinho ou por Dembélé.

Com a chegada de Griezmann, habituado a ser atacante centralizado ou “falso 9”, vindo logo atrás do homem de frente central, só podemos esperar ver o próprio francês se deslocando para a esquerda ou contando com a benevolência de ou Messi ou Suárez (ou ambos) para jogar nas suas faixas do campo.

Se já com esses três astros o time do Barça vai ter que se adaptar a um novo esquema de jogo, um possível retorno de Neymar embaralharia ainda mais a situação. Se o brasileiro de fato chegar, pra começo de conversa, a primeira coisa que se espera é a saída de gente como Dembélé, Malcom e, principalmente, Coutinho, cobiçados por gigantes europeus e que não devem se conformar com uma temporada quase inteira no banco de reservas.

Quanto a Neymar em si, já que seu grande desejo é voltar para o Barcelona, é bem irreal supormos que um craque com o talento (e o ego) dele aceitaria esquentar banco. Se a escolha realmente for o Barça, alguém lá dentro vai rodar e uma dança das cadeiras com posicionamento deve começar assim que/se a negociação for concluída

O que o futuro pode guardar para Neymar

A fase de “jovem promessa” ficou para trás há muito tempo. Cabe a Neymar provar por si próprio que tem potencial de brigar entre os melhores do mundo

Aos 27 anos de idade, Neymar Jr. já não é mais nenhum garoto, e sim um homem que ganhou fama de difícil de lidar. O talento e importância dentro de campo são inegáveis, claro, mas ver o Brasil ganhar uma Copa América com ele afastado do elenco, com tamanha harmonia e jogando bem como não se via há anos, faz qualquer um refletir sobre a influência do jogador nos meios.

Sobre sua própria carreira, na opinião deste que vos fala, Neymar parece preso numa zona de conforto perigosa, jogando apenas por gigantes em ligas de dois times (La Liga) ou um time só (Ligue 1). Talvez um desafio mais sério fosse bem-vindo a uma carreira que deveria estar chegando ao seu auge em sucesso e qualidade.

A Premier League é logo ali, cheia de gigantes (pelo menos seis) dos quais pelo menos dois pagariam com alegria para ter um jogador do naipe do brasileiro. Mesmo uma ida à Série A italiana ou à Bundesliga alemã talvez fizessem bem ao jogador, que se habituou a ser dono do seu time e ganhar muita coisa dentro de casa, mas fazer pouco na Europa (e menos do que se esperava também na Seleção Brasileira).

Cabe ao próprio Neymar e seus empresários (especialmente Papai Ney) decidirem qual é o próximo passo. O Barcelona continua parecendo o mais óbvio, até porque não se ouviu de interesse de mais ninguém. Se esse é o caminho correto, teremos que esperar a temporada começar em agosto para descobrir.

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