A não ser, claro, quem torce para o Flamengo. Todos os times campeões que tivemos nos últimos anos merecem seu respeito. O Cruzeiro bicampeão brasileiro, o Palmeiras nessa série importante, o Corinthians campeão brasileiro em 2015 e 2017, o Santos de Neymar, etc. O problema é que todos eles tinham fins claros.
O Cruzeiro bicampeão teve que vender Everton Ribeiro e Ricardo Goulart e mesmo assim não evitou os sérios problemas financeiros que encara agora. O Palmeiras nunca jogou de forma dominante, de meter medo mesmo. O Corinthians campeão brasileiro foi desmanchado por necessidades financeiras e o Santos de Neymar duraria até a inevitável venda.
O Flamengo atual mete medo. Porque ele contrata na base do caminhão de dinheiro e tem esse dinheiro sem precisar de parcerias obscuras ou empréstimos no banco. O time entra em campo para dominar, atacar, vencer no talento e não parar no 2 a 0. E se as vendas vierem, a reposição pode chegar. Bruno Henrique não irá para um top da Europa porque tem 28 anos. Everton Ribeiro tem 30. Gabriel Barbosa não terá o Real Madrid batendo na sua porta. De Arrascaeta deve ser o mais assediado, mas não é qualquer “10 milhão” que vai tirar ele do Rio.
O que pode parar esse Flamengo neste Campeonato Brasileiro? É isso que vamos falar agora.
Não é o calendário
O pior já passou. A metade final do mês de julho e agosto era o pior após a parada para a Copa América, já que tinha a volta do Campeonato Brasileiro mais a Copa do Brasil e a Copa Libertadores. O Flamengo caiu na Copa do Brasil mas manteve-se na Libertadores, que era a mais importante.
A partir de agora o time pensa no Campeonato Brasileiro no mês de setembro inteiro e a tabela ajuda. Os confrontos são contra o Avaí, que está na zona de rebaixamento e ainda vendeu seu mando para Brasília, um duelo direto contra o Santos em casa, um jogo contra o Cruzeiro no Mineirão e depois dois jogos contra Internacional e São Paulo em casa.
Sim, são muitos rivais difíceis, mas a maioria deles é em casa. Por isso dá até para criar uma gordura na liderança, especialmente se bater o Santos na última rodada do turno. Esse jogão será no dia 14 de setembro.
O duelo pela Libertadores com o Grêmio será no primeiro dia de outubro. O seguinte só três semanas depois. O Flamengo tem elenco. O calendário não é problema.
Os rivais
Claro que os rivais precisa ser um fator a ser considerado quando falamos da possibilidade do Flamengo não passear por cima de todo mundo. O Santos compartilha a liderança no momento e o trabalho de Jorge Sampaoli é incrível. Mas apesar de também estar com 36 pontos, o time da Vila Belmiro precisa se provar.
A derrota por 4 a 0 para o Palmeiras foi marcante. As duas derrotas para São Paulo e Cruzeiro e o empate sofrido com o Fortaleza depois de estar vencendo por 3 a 0 em casa deixaram cicatrizes. E a vitória em Chapecó não foi linda e maravilhosa. Ou seja, hoje, não há razão para acreditar que Santos e Flamengo estão no mesmo patamar, apesar de terem os mesmos pontos. Sabe o que pode mudar isso? O jogo do Maracanã em 12 dias.
Dá para dizer o mesmo de todos os outros times no topo, seja Corinthians, São Paulo ou Internacional e Atlético-MG. E o Palmeiras recebeu o tratamento de respeito devido: o Flamengo sabia que depois de uma eliminação traumática, o atual campeão brasileiro estaria ressentido, mas uma vitória no Rio poderia reerguer o time. O Rubro-Negro fez sua parte pisando na jugular.
Então é o que?
Assim como com um vilão de filme de terror, não adianta só um golpe. O oba oba que sempre paira sobre o Flamengo é um plus para os rivais. A atenção na Libertadores pode ajudar, especialmente se chegar em outubro e o Rubro-Negro não tiver aberto uma vantagem.
Depois disso há outros fatores como a Seleção Brasileira desfalcando a equipe, algo que acontecia com o Santos de Neymar, por exemplo, e lesões, que nem é legal de contar. Mas é isso ai, é difícil imaginar o Flamengo caindo de rendimento e como bater esse time. Talvez Renato Gaúcho tenha uma solução.