Estamos em julho, o que significa que o caótico ano de 2020 já está oficialmente na sua segunda metade. Para o futebol, especificamente o futebol brasileiro, significa que o Campeonato Brasileiro deveria estar em sua 12ª rodada, mas sabemos que as coisas não foram bem assim.
Claro que é chover no molhado falar de tudo que a crise da COVID-19 trouxe para o futebol (apenas uma gota no oceano dos afetados mundo afora), mas a partir de agora, com o fim do ano mais próximo do que o começo, as pausas dentro de campo se tornam problemas sérios para times, entidades e jogadores.
Neste texto vamos falar um pouco sobre o que esperar do Brasileirão 2020, isto é: quando ele deve começar, o que deve rolar e em que situação os clubes vão estar nesse tão esperando momento.
Data de início
Uma coisa que deve ficar claro logo de cara: assim como a data de início original, que era 2 de maio, a data estabelecida pela CBF agora também está sujeita a mudanças – afinal de contas, o coronavírus ainda não chegou nem perto de ser controlado e, via de regra, cidades e estados se encontram cada um em uma situação e praticamente todos ainda mostram aumento no número de casos, o que indica que o pico da doença ainda não chegou.
Pois bem, a data então: 9 de agosto, ou seja, pouco mais de um mês de agora. Essa decisão da CBF foi tomada junto aos 40 clubes das duas primeiras divisões, de modo que a data vale para as Séries A e B, naturalmente.
Não apenas isso foi decidido como também que, se forem mantidas as 38 rodadas de sempre, os jogos se estenderão até o mês de fevereiro de 2020.
Formato da competição
Nas conversas mais atualizadas da cartolagem não existe plano sólido de mudança de formato no Brasileirão 2020 das duas primeiras divisões, ou seja, a ideia é manter os pontos corridos de sempre, com os 20 clubes de cada competição jogando todos contra todos em turno e returno.
É aí que começam a surgir alguns problemas. O primeiro deles é que esses jogos estão previstos para acontecerem sem público, o que por si só abre uma brecha para que o campeonato seja reduzido e jogado em campos neutros, da mesma forma que a fase final da atual UEFA Champions League.
Essa é uma possibilidade hipotética; uma bem mais realista, porém, é de municípios imporem restrições aos jogos dentro de seus limites, uma vez que cabe à administração das cidades e estados decidir sobre isso. No caso de determinada cidade não permitir a realização do jogo, a CBF aventa a possibilidade de a partida ser transferida para outro município no qual isso seja permitido.
Nessa mesma reunião, vale dizer, os clubes e a CBF concordaram em retomar a Copa do Brasil a partir da segunda semana de agosto. No caso de a CONMEBOL decidir sobre retomada da Libertadores e Copa Sul-Americana, então, o acúmulo de jogos beiraria o impossível, com possibilidade de três jogos por semana ou mais. Não bastasse, ainda temos os Estaduais, todos inacabados…
Paulistas insatisfeitos – Cariocas um passo a frente
Como todos sabemos, o único Campeonato estadual que já voltou, e sob protestos de todos os lados, é o Carioca. Seguindo o planejamento da FERJ, o Campeonato Carioca vai acabar nas próximas semanas necessariamente, e isso representa uma vantagem para os times do Rio que não passou despercebida.
Os paulistas, por exemplo, só puderam recomeçar seus treinos nos CTs exatamente no primeiro dia de julho, de modo que os quatro grandes e outros clubes estão seriamente preocupados com a justiça da competição a nível nacional quando/se ela começar em agosto.
Convenhamos que times em ritmo de campeonato como Flamengo e Fluminense, vindos de um Estadual ativo, entram muito mais em forma do que clubes que estão parados desde março e que só puderam jogar bola no treino por poucas semanas antes do início da competição – sem contar na possibilidade real de encavalar o Paulistão (e os outros estaduais para os outros clubes) com o Brasileirão e as outras competições.