Mais importante jogador do Grêmio na temporada 2018, o atacante Everton não faz mais parte da seleção brasileira. Ele foi convocado pelo técnico Tite para os amistosos contra Arábia Saudita e Argentina na segunda data que a Fifa (Federação Internacional de Futebol) reservou para jogos entre seleções depois da Copa do Mundo da Rússia. Isso seria, em praticamente qualquer outra parte do mundo, uma honra.
No Brasil, é um problema. Isso porque a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), organizadora do calendário nacional, é incapaz de estabelecer um cronograma que acomode as competições locais e as internacionais.
Assim, agendou para o domingo, 14 de outubro, a decisiva partida entre o Palmeiras, líder do Brasileirão, e o Grêmio, candidato ao título distante cinco pontos do alviverde e, por isso, necessitando da vitória para seguir na disputa.
Contusão levanta suspeita de ‘golpe’ para usar o jogador
Assim, seria de se esperar que a entidade permitisse que os clubes tivessem todos os seus melhores atletas para a aguardada partida. Não foi o que aconteceu. Chamou Everton para o amistoso e não mexeu com o Palmeiras causando grande revolta entre os tricolores. Foi o suficiente para que crescesse um movimento nas redes sociais para que o Grêmio utilizasse a “Estratégia Fágner”
Na primeira data Fifa pós-Copa, o atleta corintiano foi convocado. O clube, alegando que ele havia sofrido lesão muscular, fez com que fosse dispensado. Porém, o lateral acabou entrando em campo em jogo decisivo da Copa do Brasil. A recuperação, muito antes do tempo previsto, gerou suspeitas.
CBF mudou sistema de corte devido à repercussão
Embora não tenha existido uma comprovação de que a atitude foi planejada, a repercussão do caso fez com que a CBF mudasse o sistema de dispensa de atletas depois do “Caso Fágner”. O corintiano nem precisou se apresentar para ser cortado da seleção. Bastou o contato do departamento médico corintiano e o envio dos exames. Já no episódio Everton, o jogador precisou se apresentar, foi examinado pelos médicos da entidade e só então cortado.
Os médicos do Grêmio, naturalmente, descartam qualquer manobra para enganar a CBF. Garantem que não há possibilidade de Everton estar em campo no próximo domingo contra o Palmeiras. Dizem, inclusive, que a presença do jogador é duvidosa para a partida contra o River Plate, na Argentina, em 23 de outubro, pelas semifinais da Copa Libertadores da América, que é considerada muito mais importante do que o duelo contra o Palmeiras.
O diagnóstico do atacante, líder em gols e assistências na temporada 2018, é de lesão muscular grau dois, o que exigiria pelo menos 15 dias para a recuperação.
O problema é que a falta de credibilidade ampla, geral e irrestrita do futebol brasileiro faz com que toda e qualquer teoria de conspiração ganhe corpo.
Teoria coloca problema principal em segundo plano
O grande problema dessas teorias de conspiração é que elas acabam fazendo com que a questão principal seja esquecida. Trata-se da incompetência da CBF em estabelecer um calendário onde não sejam marcados jogos durante os períodos que a Fifa reservas para duelos entre seleções, como acontece em praticamente todo o mundo. Os clubes, embora reclamem dessa situação, nada fazem para mudá-la.
O Cruzeiro, por exemplo, não poderá contar com o uruguaio De Arrascaeta, na decisão da Copa do Brasil contra o Corinthians, na quarta-feira, 10 de outubro. Ele vai disputar amistosos enquanto o clube estará lutando pelo título de bicampeão do torneio e um prêmio de R$ 50 milhões.
Apesar dessa situação, os mineiros contam com grande favoritismo. Na plataforma de apostas de Betfair, por exemplo, têm cotação de 1,57 contra 6,50 para sucesso do Corinthians no primeiro jogo e 3,40 para empate.