Para manter a cabeça ocupada durante esse período sem futebol, vamos mergulhar de novo no passado glorioso para matar a saudade. No primeiro volume de um especial que vai durar alguns dias, vamos falar sobre os brasileiros que voaram na história do Campeonato Italiano.
Desde já vamos deixar as menções honrosas, que podem incluir nomes que vão te deixar de cabelo em pé por não estar no Top 5 final, mas todos justificados: alguns não estavam no auge quando estavam na Itália, outros não foram tão vitoriosos assim. Os que quase entraram, então: Leonardo, Careca, Mazzola, Adriano, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Aldair e Zico.
5. Júlio César (Inter de Milão)
Para abrir nossa lista com a devida polêmica, vamos de Júlio César, que hoje em dia é mais lembrado como o goleiro do 7×1, mas na Itália ficou eternizado como um dos maiores nomes entre os arqueiros da Inter de Milão.
Na década atual só da Juventus na Serie A, mas nos anos 2000 a Internazionale era uma máquina de vitórias e títulos. O goleiro conseguiu cinco títulos italianos com seu clube, além de uma Champions League e um Mundial de Clubes FIFA na temporada 2009-10, tendo se tornado uma âncora de segurança e liderança naquele time de José Mourinho. Lenda em Milão.
4. Cafu (Roma e Milan)
Que fique claro que não vamos falar de nenhum jogador aqui que também não tenha brilhado com a camisa da Seleção Brasileira, mas Cafu é especial. Estamos falando do capitão da última conquista de Copa do Mundo, cuja imagem ainda vive firme no coração de geral.
Em questão de clube, o lateral-direito talvez não tenha criado identificação específica com um, mas seus grandes destaques foram na Roma e, acima de tudo, no Milan.
No time romano o atleta foi essencial na conquista dos seus dois últimos títulos italianos até hoje (2001-02 e 2003-04). Já no Milan, onde chegou com 33 anos, faturou uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes, sendo titular mesmo em finzinho de carreira. Terminar no auge assim é para poucos, mas a carreira inteira de Cafu na Itália (e no Brasil, óbvio) é coisa de gênio.
3. Falcão (Roma)
Falamos de Cafu, um dos astros da Roma, mas agora temos que nos curvar perante o único verdadeiro Rei de Roma, Paulo Roberto Falcão.
Numa época em que ainda era relativamente raro jogadores brasileiros se aventurarem pela Europa, Falcão chegou na cidade eterna para ser majestade. Reza a lenda que os italianos cobiçavam Zico e Rivelino, mas ficaram encantados quando Falcão começou a mostrar o que sabia fazer dentro de campo.
Jogado o fino da bola entre 1980 e 1985 lá (tanto que era parte vital da lendária Seleção Brasileira de 1982), Falcão faturou duas Copa Itália e um Campeonato italiano, mas o que importava mesmo era ver a Roma ser competitiva na Itália e na Europa depois de décadas de marasmo. Não à toa, muita gente considera o brasileiro, com razão, o maior estrangeiro que já vestiu a camisa romanista.
2. Dida (Milan)
Chegando num passado mais próximo, nossa medalha de prata fica com um dos maiores goleiros brasileiro de todos os tempos, que já havia escrito seu nome em letras de ouro na história do Corinthians e do Cruzeiro, mas foi no Milan que Dida atingiu o status de lenda.
No Timão, o arqueiro ganhou o apelido de Rei dos Pênaltis, e assustou o mundo com sua qualidade debaixo das traves nos campos da Europa usando a camisa milanesa. Depois de ser penta com o Brasil (na reserva de Marcos, é verdade), o goleiro se firmou como titular do Milan para não sair mais durante muitos e muitos anos.
É difícil apontar um único momento de auge nos seus 10 anos como Rossonero, mas a conquista da Liga dos Campeões 2002-03 é certamente um deles, com o goleiro pegando simplesmente três pênaltis na decisão contra a Juventus. O título de Champions em 2006-07 veio apenas carimbar a qualidade incontestável do alagoano.
1. Kaká (Milan)
Sem dúvidas que o Milan e o Brasil têm carinho especial um pelo outro – além dos que já citamos na lista, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Leonardo, Pato, Roque Júnior, Rivaldo e tantos outros astros passaram por lá, alguns com mais, outros com menos sucesso.
Nenhum deles, porém, atingiu o nível que atingiu Kaká com a camisa Rossonera, e é por isso que o meia fica com a nossa medalha de ouro.
Todo mundo sabe que ele foi revelado pelo São Paulo e fez sucesso também com a camisa do Real Madrid, mas o Milan ocupa lugar especial no coração do brasileiro e na sua carreira vitoriosa. Seus mais de 220 jogos com a camisa do time são apenas a introdução de uma história gloriosa.
O ápice de Kaká em Milão foi na temporada 2006-07, quando o time faturou a épica Liga dos Campeões contra o Liverpool, com Kaká jogando o fino da bola. Membro do Quadrado Mágico da Seleção da Copa de 2006, talvez menos lamentada apenas que a de 1982 pelo resultado, quase não surpreendeu ninguém ver o jogador ganhar o prêmio de Melhor do Mundo FIFA em 2007.
Com títulos a rodo ao longo da carreira, Kaká fica com nosso primeiro posto não apenas por isso e pela identificação com o time, mas por, sendo um dos melhores da sua geração, ter vivido o auge do auge por lá e entrado na história do time.