Mundial de Clubes 2020: Guia completo

Chegou a hora de falar sobre o maior prêmio que um clube de futebol pode conquistar em uma temporada: o Mundial de Clubes da FIFA. É verdade que os europeus costumam esnobar um pouco a competição, mas times de todos os outros lugares, incluindo o Brasil, sabem que é um troféu reservado para pouquíssimos – o melhor entre os melhores.

No caso de 2020, falar do Mundial de Clubes é falar do Palmeiras, grande campeão da Libertadores da América e representante do Brasil (e da América do Sul, claro) da competição no Catar – que, aliás, vai voltar a ser disputada no Japão em 2021, segundo o planejamento da FIFA.

Vamos dar uma olhada, então, em tudo de relevante acerca do Mundial da FIFA, falando sobre os times envolvidos, o desenvolvimento das fases, analisando prognósticos e falando até mesmo das odds disponíveis na casa de apostas Betfair – uma boa oportunidade não apenas de fazer um joguinho, mas ter uma noção de como o mercado enxerga as possibilidades dos envolvidos.

Clubes classificados

O Mundial já sofreu diversas modificações e reformulações ao longo da sua existência, mas o sistema atual tem se mantido já há algum tempo (embora a sede mude de vez em quando). A edição de 2020 (jogada em 2021 por conta da pandemia, claro) será a 17ª da história no atual formato.

Sete clubes disputam o título de maior dos maiores, sendo seis deles os campeões das competições continentais do mundo todo, ou seja, UEFA (Europa), CONMEBOL (América do Sul), CONCACAF (América do Norte), CAF (África), AFC (Ásia) e OFC (Oceania) e, por fim, o campeão nacional do país-sede – no caso, o Catar.

A primeira coisa a ser notada na edição do Mundial de Clubes 2020 é que o campeão da OFC, o Auckland City, desistiu de participar da competição, o que classificou o Al-Duhail, campeão do país-sede, direto para a fase seguinte, por W.O.

Os outros participantes da competição são o Al-Ahly, do Egito, o campeão africano; o Tigres, do México, campeão norte-americano; o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, campeão asiático e, por fim, os dois gigantes da competição: Bayern de Munique, campeão da UEFA Champions League e o Palmeiras, campeão da Libertadores.

Ambos Bayern e Palmeiras só entram na competição mais para frente; antes de chegar nos favoritíssimos, então, vejamos o que deve rolar nas fases preliminares, que começam nesta quinta-feira (04/02) mesmo.

Primeiras fases

Como o número de participantes previstos é ímpar, teria havido um primeiro jogo entre os times das confederações consideradas mais fracas: a do país-sede e a da Oceania. Por conta de desistência dos neozelandeses do Auckland City, o campeão catariano recebe o placar automático de 3×0 a seu favor sem entrar em campo e avança para a fase seguinte.

A partir desse momento, isto é, das quartas de final, é que começa a disputa pra valer. Os dois jogos acontecerão nesta quinta, mas em horários diferentes. A primeira partida, grande inauguração do Mundial de Clubes 2020, será Tigres x Ulsan Hyundai, que se enfrentam no Al Rayyan Stadium, futura sede da Copa do Mundo do Catar, em 2022.

Claro que é apenas o primeiro jogo e, convenhamos, pouca gente no Brasil vai se dar ao trabalho de ver; ainda assim, é um ótimo aquecimento para o que virá e, vale lembrar, embora nunca tenham se sagrado campeões, os times das outras confederações (que não UEFA e CONMEBOL) já chegaram a algumas finais.

As odds na Betfair para o primeiro jogo do Mundial de Clubes 2020 mostram favoritismo enorme do Tigres, que é mais tradicional e, antigamente, jogava a Libertadores também (quando o México entrava nas competições latino-americanas). O clube mexicano, vale dizer, é o terceiro mais bem-cotado para ser campeão mundial, atrás obviamente de Palmeiras e Bayern.

Algumas horas depois, no novíssimo Estádio da Cidade da Educação, também na cidade de Al-Rayyan, se enfrentam o anfitrião Al-Duhail e o egípcio Al-Ahly. São considerados amplamente os mais fracos de toda a competição, tanto que na Betfair aparecem como os que pagam melhor em caso de vitória – mais de 80 para 1, para se ter noção.

Entram os gigantes

O Bayern de Munique pode não dar tanto valor ao mundial, que já faturou três vezes, mas ainda é um desafio monstruoso para qualquer adversário

Tradicionalmente, sul-americanos e europeus só precisam se preocupar com o Mundial de Clubes na semifinal, já que assim manda o regulamento – eles entram direto aí, faltando um jogo para a grande final.

Considerando que, em todos os anos da história, o campeão sempre foi o representante de um dos dois, dá pra dizer tranquilamente que cair na semifinal é um vexame infinitamente maior do que efetivamente perder na final – basta pensar: quem voltou para casa mais arrasado, o Inter, eliminado pelo Mazembe em 2010, ou o atual vice-campeão Flamengo, derrotado pelo gigante Liverpool por 1×0, já na prorrogação, na edição de 2019?

Independentemente de qualquer outra coisa, ambos Palmeiras e Bayern já estão chegando ao Catar para fazerem seus respectivos jogos, que estão previstos para os dias 7 e 8 de fevereiro, respectivamente.

O Bayern enfrenta o vencedor de Al-Duhail x Al-Ahly no estádio de Al-Rayyan, enquanto que o Palmeiras encara o ganhador de Tigres x Ulsan Hyundai no Estádio da Cidade da Educação. Os vencedores das semifinais, enfim, jogam a finalíssima no dia 11 de fevereiro, uma quinta-feira, também na Educação.

As odds para ambos Palmeiras e Bayern chegarem na final são microscópicas – são os favoritíssimos, não há discussão. Pensando já no campeão, porém, os alemães encontram claro favoritismo na Betfair, com odds mínimas, abaixo de 1.5 para 1 antes mesmo de entrarem em campo, enquanto que o Palmeiras aparece com cerca de 4 para 1.

Palmeiras vai quebrar o tabu?

O Palmeiras de 2020 pode no mínimo repetir o que o de 1999 fez – mas idealmente, irá além

A grande pergunta que o torcedor do Palmeiras se faz é se o estigma de não ter um título mundial reconhecido acima de quaisquer dúvidas e questionamentos vai finalmente ser quebrado – não, não vamos falar das polêmicas de 1951 aqui.

A última vez que um não-europeu se sagrou campeão do mundo foi em 2012, quando o Corinthians venceu o Chelsea por 1×0 e fez história no Japão. De lá para cá, muitos tentaram e nenhum conseguiu; o Atlético-MG deu vexame nas semis em 2013, o Grêmio perdeu para o Real Madrid na grande final de 2017 e o Flamengo também teve que se conformar com o vice em 2019.

Em todos os outros anos (2014, 2015, 2016 e 2018), naturalmente, o campeão da Libertadores não foi um brasileiro.

Mas voltando ao Palmeiras: a chance nas mãos do Verdão é de ouro. O clube está absolutamente focado no Mundial de Clubes 2020, ignorando o Brasileirão a ponto de ter empatado com o lanterna Botafogo (nenhum demérito nisso no momento, convenhamos), colocando um time praticamente inteiro de reservas em campo no Allianz Parque.

O time do Palmeiras é, sim, excepcional – não fosse, não teria conseguido superar tantos desafios como já o fez na sua temporada 2020, um ano atípico, “prolongado”, por assim dizer, e que já entrou para sempre na história alviverde.

O primeiro passo, naturalmente, é não vacilar contra seja lá quem for o adversário nas semis. O prato principal, claro, é pensar em vencer a finalíssima, tirando o triste estigma que paira para sempre de 1999 e colocando o Palmeiras de hoje, sem sombra de dúvida, como o maior de toda a sua história.

Comentários do Facebook