O Gre-Nal é o clássico com maior rivalidade do país. Se Corinthians e Palmeiras e Flamengo contra Fluminense têm também um peso enorme para as equipes envolvidas, os dois ainda têm mais rivais em seus estados e essa rivalidade pode variar com momentos históricos díspares.
Grêmio e Internacional estão ali, colados, na mesma cidade e como os únicos inegavelmente grandes do Rio Grande do Sul. E até nos títulos eles se parecem, seja em Brasileiros – três do Inter e dois do Grêmio -, Libertadores com três do Grêmio e duas do Inter e mundiais, um para cada lado.
Mas dessa vez, os momentos são muito diferentes, talvez um dos maiores distanciamentos da história da rivalidade.
O Grêmio está em lua de mel
Desde que Renato Portaluppi voltou ao Grêmio, ele basicamente transformou o sonho mais impossível em realidade para o torcedor do tricolor. Maior ídolo da história do clube, ele quis empilhar ainda mais idolatria conquistando a Copa do Brasil, Libertadores, Recopa Sul-Americana e neste ano o Campeonato Gaúcho em menos de dois anos no cargo.
E no último domingo, o time pegou o Santos, equipe que está na Libertadores, e meteu um 5 a 1 que não teve discussões: o Grêmio passeou no campo e fez o que quis.
Com sete pontos, o time está a três do Flamengo, atual líder do Brasileirão. Esse é um título que falta para Renato como treinador e para o Grêmio desde 1996, sua última conquista de Campeonato Brasileiro.
O Inter… nem tanto
O ano de 2017 para o Internacional foi infernal. Além de ter que jogar a segunda divisão pela primeira vez na história, a equipe não foi bem na competição, mas pelo menos conseguiu o acesso. Mas isso comparado com o título continental da América do grande rival não serve nem de perto como consolação.
E neste 2018 as coisas melhoraram mas não muito. A equipe foi eliminada pelo Tricolor no Campeonato Gaúcho, já está fora da Copa do Brasil e começou o Brasileiro mal: perdeu para Flamengo e Palmeiras – sendo prejudicado pela arbitragem, é verdade -, empatou com o Cruzeiro reserva e ganhou apenas do Bahia, em casa.
O treinador Odair Hellman está pressionado e ele vai precisar mostrar alguma evolução de seu time neste Gre-Nal de número 416. Este será o 30º jogo do treinador no comando do Inter.
Como o jogo se desenha
O Grêmio não abre mão de jogar com a bola e atuando em casa, com todo seu momento a favor e contra um Inter pressionado, que não vence há quatro jogos, é normal esperar que ele tenha a posse e mais chances de gol.
Isso deve se manter mesmo com Ramiro suspenso, com Alisson entrando em seu lugar. Já o atacante Jael, lesionado, verá André atuando no comando do ataque, assim como já ocorreu contra o Santos.
Já o Internacional terá, pelo menos, a estreia do lateral Zeca, que pode até jogar no meio de campo. Depois de um rolo que chegou à justiça com o Santos, o jogador está há muito tempo sem jogar, mas sua parte física parece 100%.
O maior problema é mesmo o setor ofensivo. William Pottker está suspenso e Lucca, ex-Corinthians e Ponte Preta deve assumir sua posição. O time não marca há quatro jogos e terá um desafio extremamente complicado para acabar com essa seca.
O Internacional se concentrou em Viamão, para sair um pouco da pressão na capital e vai precisar encontrar alternativas para salvar a pele de seu treinador e o elenco não ficar ainda mais em baixa com a torcida. Para sermos justos, a tabela difícil complica a retomada do Inter na elite do Campeonato Brasileiro. Uma boa atuação contra o Grêmio pode ser o necessário para acalmar os ânimos.