A partida da quinta-feira, 10 de maio, em que o Corinthians derrotou o Vitória, por 3 a 1, em São Paulo, assegurando sua passagem para as quartas de final da Copa do Brasil mostrou que o alvinegro tomou um novo caminho na temporada 2018.
No ano passado, os corintianos priorizaram a disputa do Brasileirão. Tiveram extremo sucesso. Depois de estabelecer a melhor campanha da história do torneio desde que o sistema de pontos corridos foi implantado, administraram a ‘gordura’ até o final e colocaram a taça em sua sala de troféus. Para 2018, o plano é outro: O Timão quer ser copeiro.
Dinheiro, perdas e calendário provocam mudança de rumos
Um trio de motivos foi responsável por essa alteração nos planos que pode ser vista claramente nesta semana. No domingo, 6 de maio, jogando em casa, o Corinthians colocou um time misto para enfrentar o Ceará pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Ficou no empate por 1 a 1, resultado desastroso para quem busca o título.
Reservou o que tinha de melhor para encarar o rubro-negro baiano na partida de volta das oitavas de final. Depois do empate sem gols em Salvador, confirmou seu favoritismo marcando 3 a 1. Agora, espera a definição dos outros classificados e o sorteio que indicará os cruzamentos da próxima fase.
Cofres vazios ajudam a definir estratégia
O primeiro ponto responsável por essa mudança de rumo foi certamente a questão financeira. Sem dinheiro em caixa para fazer contratações, o Corinthians precisa buscar aumentar seus recursos. No Brasileirão, a diferença das premiações oferecidas de acordo com a colocação é muito menor que na Copa do Brasil.
Se o Corinthians tivesse sido eliminado pelo Vitória, por exemplo, receberia prêmio pouco superior a R$ 3 milhões por sua participação na Copa do Brasil. Caso avance até a decisão e fique com o título, receberá R$ 50 milhões. Uma diferença significativa para um clube que tem dívidas imensas e enfrenta problemas para manter seus compromissos em dia.
Elenco enfraquecido justifica opção
Um segundo motivador para a estratégia também tem a ver com o dinheiro. Em comparação à temporada 2017, o elenco corintiano foi enfraquecido. A equipe perdeu jogadores importantes como o centroavante Jô, o lateral-esquerdo Guilherme Arana e zagueiro Pablo. Não teve condições de fazer reposições à altura.
Esse cenário ficou ainda pior com um problema que não aconteceu no ano passado, o grande número de contusões. Só nas primeiras rodadas do Brasileirão, o Timão perdeu o lateral-direito Fágner, o volante Ralf, o atacante Clayson e o meia Renê Júnior, contundidos.
Agenda mais apertada fecha justificativas para mudança
Com elenco inferior tanto em número como qualidade, o calendário mais apertado acabou formando a “tríplice coroa” que justificou a mudança nos planos. Neste ano, a equipe disputa também a Copa do Brasil, que tem jogos nos meios de semana. Assim, os finais de semana do Brasileirão deverão ser usados para dar folga aos atletas mais cansados. Assim, eles serão preservados para os duelos de meio de semana, que incluem a milionária
Copa do Brasil e o cobiçado torneio continental.
Luverdense paga pela má fase do Santos
O Santos é outro que indica que pode seguir essa estratégia. Com elenco limitado também pelas condições financeiras precárias do clube, o Peixe resolveu dar na Copa do Brasil uma resposta pela má campanha no Brasileirão, onde foi goleado pelo Grêmio, por 5 a 1, no domingo, em Porto Alegre.
Na noite de quinta-feira, devolveu o marcador. Quem pagou o pato foi a Luverdense, da Terceira Divisão, que foi surrada na Vila Belmiro. O resultado praticamente garante a participação do Santos nas quartas de final, uma vez que poderá avançar mesmo que perca por três gols de diferença o jogo de volta.