
A ida para a Argentina dos brasileiros acabou com ambos não sendo vazados e o Palmeiras basicamente voltando com a vaga na bagagem. Ou seja, anos atrás trataríamos isso como um triunfo inquestionável. Hoje, talvez um pouco medrosos com o status que o futebol brasileiro atualmente têm, estamos mais reticentes.
É bom ser comedido porque o apito final dos 180 minutos não veio. Mas a final brasileira da Copa Libertadores no Maracanã é muito mais possível agora que na segunda-feira.
Palmeiras tem seu melhor jogo desde…
Devo admitir que nunca vi ao vivo Palmeiras fazer um jogo tão bom. O time titular pode até ser menos estrelado que em outros anos, mas jogar um futebol moderno no Brasil garante vitórias, com o Flamengo de Jorge Jesus sendo o exemplo máximo disso – só ver o que acontece agora.
Chutar o River Plate quando ele está caído é fácil. Antes de terça estávamos colocando Marcelo Gallardo no status de gênio e falando que a equipe de Buenos Aires era favorita clara. O 3 a 0 no estádio do Independiente não é só mérito do Verdão: eu nunca vi uma equipe argentina em Libertadores ser tão apática.
Os atuais vice-campeões começaram melhor, tomaram 1 a 0 em uma bola infeliz e todo o trabalho pensando no vestiário foi pro saco no gol de pelada de Luiz Adriano, que tirou o zagueiro no corpo como se ele fosse um adulto jogando com o sobrinho no churrasco.
Mas o Palmeiras de três meses atrás provavelmente iria todo para trás e jogaria por uma bola. Rony foi ressuscitado, o meio-campo é produtivo e o time é intenso. Com Luxemburgo nada disso aconteceria.
Dizer que o River é um bom time e Gallardo é um bom treinador é óbvio mesmo depois desse vexame. Agora pintar um cenário que o River pode fazer três aqui e o Palmeiras nada é quase uma heresia. Se você acredita nessa possibilidade, a odd na Betfair para o River Plate vencer por 3 a 0 no tempo regulamentar é de 34 para 1.
Santos sente gostinho

Até o jogo de volta contra o Grêmio, boa parte das boas partidas do Santos na era Cuca tinham sido fora de casa. Inclusive contra o Tricolor o Santos merecia ter vencido. Ontem o time não conseguiu ser incisivo no ataque, criando poucas chances. Marinho, apesar de ter dado dois chutes no gol, não foi bem.
Mas o time basicamente não sofreu. Lucas Veríssimo fez ótima partida – tirando um erro em saída de bola – e o sistema de marcação fez Tevez, por exemplo, ser um espectador. Ele teve uma chance e só.
Dizer que o Santos merecia ter vencido é exagero se você não achar que foi pênalti em Marinho cometido por Izquierdoz. Sim, Marinho se joga muito. Verdade, o jogo na Libertadores corre mais e jogo de corpo é dentro da regra. Mas o zagueiro argentino empurra com o braço e trança com a perna e o VAR recomendou que o juiz só seguisse o jogo. O vídeo do VAR liberado nesta quinta é hilário, só faltou um “segue o jogo que a bola é nossa”.
O Boca é o time mais beneficiado pelas arbitragens na Libertadores e três times paulistas têm memórias brutais nesse sentido. Nem com VAR essa nuvem some.
A série está completamente aberta e Cuca fez bem em apontar que o 0 a 0 em casa para o Boca não é ruim porque todos os empates tirando o próprio 0 a 0 beneficiam o time argentino. Para a Betfair o Santos é favorito na Vila, pagando 2,4 para 1 contra 3,2 para 1 da vitória argentina e 3,1 para o empate.
Mas como o Diário Olé da Argentina destaca, “sem riscos não há Rio de Janeiro”. O Boca apresentou muito pouco. O Santos teve o comando em uma Bombonera vazia. Na Vila tem tudo para repetir isso e chegar à sua quinta final na história.