O líder do Campeonato Brasileiro, o Flamengo, é treinado por um europeu, assim como o vice-líder Santos é treinado por um estrangeiro (argentino, mas não menos estrangeiro). Seguindo o embalo de Jorge Jesus e Jorge Sampaoli, resolvemos especular quais cinco nomes entre os europeus se encaixariam bem na Série A do Brasileirão.
5. André Villas-Boas
O atual comandante do Olympique de Marseille já viveu momentos de glória maior na sua carreira, mas ainda assim seria uma adição interessante à maior parte dos elencos brasileiros. Ainda excepcionalmente jovem para um técnico (41) anos, o português André Villas-Boas já tem experiência de sobra à beira do gramado.
Mal chegado na casa dos 20, Villas-Boas já era assistente de José Mourinho, e permaneceu à sombra do Special One por uns bons anos, passando por Porto e Internazionale, até ganhar sua chance de se provar sozinho em Portugal, começando pela Académica de Coimbra, seguindo para o Porto de novo, onde vieram troféus a rodo.
Famoso por sua passagem na Premier League, onde treinou Chelsea e Tottenham, foi a partir daí que começou um aparente declínio do português, que esteve no Zenit e no chinês Shanghai SIPG antes de voltar para a Europa, onde está até agora no Olympique.
O legal sobre o técnico é que, antes mesmo de assumir o time francês, ele já havia comentado que adoraria trabalhar no Brasil – especificamente no São Paulo. Com um estilo bem parecido ao de Mourinho, Villas-Boas seria uma belíssima adição ao time do Morumbi, com todo respeito ao trabalho de Cuca.
4. Carlos Queiroz
Outro nome realista de se ver trabalhando no Brasil em algum momento é o do também português Carlos Queiroz – levando em conta que ele já é treinador da Seleção da Colômbia. O Brasil é do ladinho, vamos combinar.
Com uma carreira bem mais longeva do que Villas-Boas, Queiroz tem no currículo muitas seleções, incluindo Portugal, Irã e África do Sul, sem contar as passagens breves por Real Madrid e Manchester United (como assistente técnico de Sir Alex Ferguson).
Um dos grandes méritos de Carlos Queiroz é pegar times em teoria azarões e fazer grandes trabalhos – vide levar a Seleção do Irã para jogar duas Copas do Mundo consecutivas, o único treinador da história do país a conseguir tal feito. Certamente seria bem-vindo em muitos times que sofrem com as peças que já têm ou precisam readaptar seu estilo de jogo dentro de certas limitações. É só usar a imaginação.
3. Clarence Seedorf
Eis aqui um nome que, de fato, já esteve no Brasil, para delírio geral. O lendário Seedorf, ídolo do Milan e do Real Madrid, depois de uma carreira pra ninguém botar defeito no Velho Continente, veio para as terras Tupiniquins pendurar as chuteiras jogando no Botafogo – e o holandês não fez feio no fogão, marcando 24 gols nos seus 81 jogos com a camisa do time carioca.
No mesmo ano em que se aposentou, o lendário holandês foi treinar a equipe onde mais brilhou, o Milan, mas a experiência inicialmente não foi mais das bem-sucedidas. De lá para cá, Seedorf passou por Shenzhen-CHI, Deportivo La Coruña e Seleção de Camarões, sem realmente se firmar em nenhum.
A carreira como técnico ainda não deslanchou exatamente, e dar uma chance ao Brasil poderia ser perfeitamente a estratégia ideal para chegar lá – afinal, estamos falando de um campeonato difícil, equilibrado e com desafios complexo que vão desde pressão de torcida, clima e nível técnico exigido em cada clube.
2. Claudio Ranieri
O nome mais velho da nossa lista ficou famoso por ter sido campeão da Premier League com o até então semi-conhecido Leicester City. A carreira do italiano Claudio Ranieri, porém, vai muito além do título inglês com os Foxes.
Aos 67 anos de idade, Ranieri pode falar pra todo mundo que treinou Napoli, Fiorentina, Atlético de Madrid, Chelsea, Valencia, Juventus e mais uma penca de outros times na Europa. As últimas experiências do italiano foram no Fulham e na Roma, onde o técnico não encontrou vida fácil.
Tido como ultrapassado por alguns críticos, Claudio Ranieri provou faz pouco tempo que é possível chegar muito longe com uma mentalidade de união, estabilidade e entrosamento – afinal, o Leicester campeão de 2015-16 até tinha Mahrez, Kanté e afins para se gabar, mas quem faturou o título foi o jogo coletivo e a escalação quase nunca mudada. Perfeito para times brasileiros com bons nomes, mas pouco jogo coletivo – e eles existem.
1. Rui Vitória
Provavelmente nosso nome menos conhecido da lista, Rui Vitória tem a seu favor principalmente passagens bem-sucedidas por Portugal, sua terra natal, o que por si só faz dele um candidato forte a seguir os passos de Jorge Jesus, por exemplo, seu rival do Sporting Lisboa na época em que treinava o Benfica.
Nos 180 jogos que treinou as Águias, Vitória faturou dois títulos de Primeira Liga e, assim que chegou ao Al Nassr da Arábia Saudita, só precisou de 24 jogos até agora para ajudar o time a ser campeão. Aliás, o treinador continua invicto por lá.
Embora esteja empregado e bem, obrigado, Rui Vitória pode muito bem seguir os passos do velho rival Jesus e se aventurar em algum outro gigante endinheirado do Brasil para tentar ganhar um campeonato disputado e com visibilidade – eu nem citei “Palmeiras”, é você quem está pensando nisso sozinho hein.