O Palmeiras vai encarar pela segunda vez o estádio Alberto José Armando, mais conhecido pelo mundo inteiro como La Bombonera. A vitória por 2 a 0 na primeira partida, com certeza o melhor jogo que o time fez no primeiro semestre, está bem longe no retrovisor. Basicamente tudo mudou.
Neste texto vamos falar um pouco sobre o que esperar do jogo entre as duas equipes pela semifinal da Libertadores. E, claro, do Grêmio sendo dono de Buenos Aires na noite de terça-feira com uma vitória realmente incrível.
Como o Palmeiras chega para o jogo
A confiança não poderia estar maior. O time teve a melhor campanha da Libertadores na primeira fase com Roger Machado, demitiu o treinador e com Felipão subiu três níveis: virou líder do Campeonato Brasileiro, basicamente não leva gols e no mata-mata da Libertadores venceu as duas fora de casa.
As viagens para o alviverde só foram positivas, com vitórias na Argentina (Boca), Peru (Alianza Lima), Colômbia (Junior Barranquilla), Paraguai (Cerro Porteño) e Chile (Colo-Colo).
É claro que isso importa bastante, mas aqui estamos falando do desafio mais difícil e por muito. O Boca em mata-mata sempre se supera e melhorou bastante em relação aos duelos da fase de grupos.
Mas o Palmeiras também, conseguindo ser mais sólido defensivamente com Felipão. Desde que ele chegou (22 partidas), foram apenas sete gols sofridos. E com isso, os resultados vieram: apenas duas derrotas, uma delas contra o Cerro em casa que não mudou a classificação para as quartas.
A grande fase de alguns jogadores, como o já citado Dudu e especialmente Bruno Henrique, autor de dois gols no fim de semana, também deixa o torcedor bastante empolgado para chegar à final da Libertadores depois de 17 anos.
Mas nem tudo são flores, já que a parte emocional continua pesando. Deyverson foi expulso no fim de semana e somou mais um cartão vermelho para a turma ensandecida liderada por ele e Felipe Melo. Dudu e Antônio Carlos também se juntam a ela, especialmente nas reclamações até para lateral. Pelo menos eles se conseguem segurar mais nas patadas.
Aliás, falando em Antônio Carlos, ele e Edu Dracena são os titulares com maior perigo de perder a posição, com Luan e Gustavo Gómez sendo cotados. Independente da escolha, espere um sistema defensivo forte e o Palmeiras explorando os contra-ataques na Bombonera.
A escalação provável do Palmeiras é: Weverton; Mayke, Edu Dracena, Antônio Carlos e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique, Moisés; Willian, Dudu e Borja.
Como o Boca chega para a partida
O Boca só passou para a segunda fase porque o Palmeiras não quis sacanear o time argentino, perdendo de propósito para o Junior Barranquilla. Não espere que o time argentino vá levar em consideração na pressão que eles devem exercer logo de cara em seu gramado.
Contra o Cruzeiro, a equipe até sofreu nos primeiros minutos, mas tomou conta do jogo, abriu o placar e ainda contou com a expulsão ridícula de Dedé para ampliar logo depois.
O Palmeiras precisa se preocupar com Pablo Perez, motor do Boca na eliminatória passada, com o habilidoso Pavón aberto e Zarate perto do gol. Se Schelotto optar por Abila no ataque também, o torcedor do Palmeiras pode ter uma mistura de sentimentos. Alegria porque ele é um caneleiro de primeira, medo porque ele pode canelar para o gol em algum momento e raiva se ele comemorar um tento nesta quarta-feira.
Carlitos Tévez, eternamente odiado pelos palmeirenses por seus tempos de Corinthians, começa no banco como já é habitual. Em São Paulo, na fase de grupos, ele saiu do banco para fazer um gol no empate.
O Boca é favorito na casa Betfair, pagando 2,2 para 1 na sua vitória. O empate paga 2,87 e uma vitória do Palmeiras, 3,8.
A escalação provável do Boca é: Rossi; Jara, Izquierdoz, Magallán, Olaza; Barrios, Nández, Pablo Perez; Pavón, Zarate e Abila
Extra: Grêmio imortal
Quando Luan foi tirado do jogo, o River pagava 1,85 para 1 para vencer a partida, número baixo considerando que do outro lado está o atual campeão da América. E o Grêmio provou porque é tri, tendo uma performance que seu torcedor vai lembrar para sempre.
Sem o camisa 7 e Everton, melhor jogador do time na temporada, o Grêmio teve que recuar, só que defendeu de forma inteligente e nunca deixou a pressão se tornar sufoco. Nem mesmo depois de abrir o placar em uma bola parada, aos 16min do segundo tempo.
Partida defensiva magistral do Grêmio, que agora tem uma vantagem enorme para o jogo de volta, próxima terça-feira na Arena.