O título pode parecer um contrassenso, mas realmente o São Paulo não decepcionou. Até o torcedor mais iludido do tricolor não tinha muita confiança na partida na Argentina contra o Talleres. Então o 2 a 0 não foi uma decepção. Foi mais do que o esperado pelos últimos anos do clube.
E a equipe realmente entregou tudo que não sabe na sua primeira partida na Copa Libertadores. Não sabe sair com a bola de forma inteligente, não consegue proteger a zaga, não tem competência nas finalizações e as substituições sempre são uma perda de tempo.
Uma semana que deve ser inútil
O placar de 2 a 0 é trágico em um mata-mata com gol fora de casa. Um gol dos argentinos força quatro do São Paulo.
É difícil imaginar que a equipe não leve um gol, já que o goleiro Tiago Volpi não está passando confiança e a equipe sofre demais à frente da zaga. Jucilei é um dos mais criticados e ele não pode sair dos titulares, já que Hudson foi expulso e Liziero ainda se recupera de lesão.
Raí foi falar em público depois da feia derrota e mostrou apoio a André Jardine. Mas mesmo que o jovem treinador não mereça ter um alvo na testa, é difícil brigar com alguns fatos: a equipe não parece melhorar, só piora.
É normal esperar queda física, mas o São Paulo não produz em campo e não dá para culpar reforços, já que a grande maioria dos jogadores de linha estava jogando junto em 2018. Nenê, outro dos criticados, também não tem um substituto pronto.
O que fazer então?
O tricolor não está pensando na Ponte em Campinas neste fim de semana, pode ter certeza. Mas é difícil acreditar que os seis dias que restam até o jogo de volta fará essa equipe jogar a bola que não joga desde o meio de 2018.
Uma improvável classificação viria na conversa, motivação, abafa e provavelmente pênaltis. O time do Talleres não é bom, deixando o São Paulo criar chances e até colocar bola na trave mesmo em uma noite péssima dos brasileiros. Ser eliminado por eles antes da fase de grupos da Copa Libertadores é realmente um vexame.
Na base da conversa dá para vencer um jogo. Talvez colocar algum jovem que seja uma faísca nesse meio-campo morto. E esperar que Hernanes ganhe um pouco mais de ritmo e coloque a bola embaixo do braço para decidir. Dá para ter esperança. Mas o São Paulo não está dando forças para isso ultimamente.
Atlético-MG poderia mais
O meu lema neste site é “pode mais”. Pareço até um político de oposição. O Danubio estava fazendo sua primeira partida do ano. Se Peñarol e Nacional, times ultra-tradicionais do Uruguai, têm orçamentos modestos e equipes limitadas, imagina o Danubio.
O treinador disse, bastante modesto, que sua equipe não pensava em título, mas que jogaria bola. E deixou espaços. Ricardo Oliveira fez o primeiro para o Atlético-MG, mas os uruguaios empataram. Oliveira marcou de novo, mas os uruguaios voltaram a empatar.
Como disse na terça, o Galo podia ter a commodity mais valiosa na Libertadores em um mata-mata, que é o gol fora de casa. Com dois, a classificação não está ameaçada. E o time do Danubio é fraco, para ser simpático.
Mas o Atlético-MG tem sérios problemas nas laterais e Levir Culpi não inspira confiança na torcida, mesmo que tenha tido uma passagem positiva antes de sair em 2015. O time pode jogar mais, de forma mais inteligente e segura. Não tem um grande elenco? É verdade. Mas tem um bom time.