
Futebol agressivo, com troca de passes e busca constante do gol. Cuidados nem tão forte com a marcação e o sistema defensivo. Esse foi o estereótipo criado para as seleções sul-americanas.
Defensa em primeiro lugar, meio-campo povoado por jogadores de marcação e contra-ataques em velocidade. Essa era a versão europeia para a generalização.
Nesta sexta-feira, a partir da 15h (horário de Brasília), quem parar para assistir o duelo entre Brasil e Bélgica, pelas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, vai perceber claramente que os papéis estão trocados.
Belgas possuem meio-campo talentoso e marcação frouxa
A seleção Bélgica é a maior representante no Mundial do futebol baseado na criatividade dos meio-campistas e atacantes fixos. Conta para isso com Carrasco, De Bruyne e Hazard, no meio, e Mertens e Lukaku, na frente. Este último um homem de área capaz de deixar os torcedores brasileiros com inveja.

Um jogador com suas características tem sido algo raro de encontrar no futebol nacional. Forte fisicamente, bom cabeceador e finalizador, já assinalou quatro gols no Mundial. Foi peça importante para transformar a Bélgica no time com melhor ataque na competição. Em quatro partidas, balançou as redes dos rivais em 12 oportunidades.
Com esse estilo os belgas apresentam aproveitamento de 100% no Mundial e ampliaram sua série de partidas invictas para 23. Foram 18 vitórias e cinco empates. A mais recente derrota registrada aconteceu em 1 de agosto de 2016 quando, na estreia do técnico Roberto Martinez, o time levou 2 a 0 da Espanha.
Brasileiros tem paredão defensivo
A principal arma brasileira no Mundial tem sido o sólido sistema defensivo. Nas quatro primeiras partidas da Copa do Mundo da Rússia, somente quatro bolas foram na direção do arco defendido por Alisson. Fruto de um trabalho iniciado desde que Tite assumiu o comando do time. Nesse período, em 25 jogos realizados, o Brasil não teve sua defesa vazada em 19 oportunidades

Embora não tenha conseguido o aproveitamento perfeito no Mundial (três vitórias e um empate), também apresenta uma longa série sem derrotas. São 15 partidas (11 vitórias e quatro empates). A queda mais recente aconteceu há quase um ano. Em 9 de junho, com time recheado de reservas, o Brasil foi derrotado em amistoso pela Argentina, por 1 a 0, na Austrália.
Ausência de Casemiro preocupa estabilidade na defesa
A solidez desse paredão é colocada em dúvida pela ausência do volante Casemiro na partida desta sexta-feira. Ele está impedido de jogar por que cumprir suspensão automática devido ao acúmulo de cartões amarelos. Fernandinho foi o escolhido para sua vaga.

Com a posse de bola, a perda de qualidade não é tão grande. Porém, na hora do jogo aéreo a diferença é mais sensível. Casemiro, mais alto, tem sido um destaque na hora dos cruzamentos cortados e nas bolas bloqueadas. Nas quatro primeiras partidas, a defesa brasileira cortou 12 finalizações dos rivais dando tranquilidade ao goleiro Alisson.
Entrada de Fellaini objetivo melhorar marcação belga
A Bélgica também deve promover ao menos uma mudança no time para a partida desta sexta-feira. Depois de sofrer dois gols na vitória, de virada, por 3 a 2, para o Japão nas oitavas de final, Martinez deve efetivar o volante Marouane Fellaini entre os titulares.
Foi decisivo na partida contra o Japão. Quando entrou em campo, já no segundo tempo, não apenas melhorou a marcação como foi essencial no jogo aéreo tendo marcado o segundo gol dos belgas na partida.
Quem vencer o duelo terá pela frente o ganhador de Uruguai x França, confronto que está agendado para 11h. A grande dúvida para a partida é a presença do atacante uruguaio Edionson Cavani. Ele sofreu uma lesão na panturrilha e terá que passar por exame antes do confronto para saber se poderá atuar.