
Chegamos oficialmente ao fim da temporada europeia de futebol mais esquisita que vivemos em nossas vidas, mas uma tradição mantém-se: ver quem a FIFA vai eleger Melhor do Mundo (prêmio The Best).
O glamoroso Bola de Ouro (Ballon d’Or) da revista francesa France Football foi oficialmente cancelado nesse ano tão estranho de 2020, mas todos os olhos estão voltados para o The Best, que já tem alguns favoritos e um candidato acima de todos os outros para levar.
Robert Lewandowski
Até quem nunca assistiu uma partida de futebol na vida ouviu falar em Robert Lewandowski esse ano.
O jogador polonês fez uma temporada verdadeiramente especular com o Bayern de Munique, que culminou não apenas em título de Champions League, que todo mundo viu, mas na cobiçadíssima tríplice coroa: Champions, Bundesliga e Copa da Alemanha.
Os números do atacante são de meter medo: pela primeira vez na sua já longa carreira, iniciada na quarta divisão da Polônia, lá em 2004, o jogador fez acachapantes 55 gols em 47 partidas – isso mesmo, média de mais de um gol por jogo.
Finalizador de talento raro e um faro de gol digno de Romário nos anos 90, Lewandowski não apenas ganhou todos as competições que citamos, mas foi artilheiro de todas elas, sem exceção, com 6 gols na Deutscher Pokal (em 5 jogos), 15 gols na Liga dos Campões (em 10 jogos) e 34 gols na Bundesliga (em 31 jogos). Em todos, note, média de mais de um gol por jogo.
Se o Bayern de Munique virou a máquina de vencer, golear e faturar títulos em 2019-20, pode ter certeza de que Lewa é um dos grandes responsáveis. É nosso favorito para levar o prêmio, sem dúvidas.
Neymar Jr.

Quando parecia que o futebol brasileiro e seus representantes deixariam o torcedor chateado ou, pelo menos, apático, surge Neymar Jr., maior jogador do país da atualidade e faz a temporada da sua vida.
Vamos combinar que o brasileiro anda meio carente de ter o melhor jogador do mundo desde que Kaká levou o Ballon d’Or, no já longínquo 2007, mas nenhum outro fez por merecer desde então. Ver um reconhecimento desse porte para o país, admitamos isso ou não, seria uma massagem de ego muito bem-vinda.
A verdade é que, mesmo jogando bonito, metendo gols, dando assistências e, talvez pela primeira vez em muito tempo, conquistando mais simpatia do que antipatia do torcedor médio (que se divide em sentimentos pelo craque até hoje), Neymar ficou no quase.
As lágrimas do jogador após a derrota para o Bayern causaram comoção até nos corações mais endurecidos, mesmo que estes não admitam, mas esse pode ser também aquele sinal tão necessário de que é hora de sacodir a poeira e começar de novo.
O prêmio ainda pode vir, o brasileiro é provavelmente o segundo mais bem-cotado, mas certamente que ele trocaria a honra por uma Champions – e quem não?
Lionel Messi

Multicampeão de prêmios de Melhor do Mundo, Lionel Messi chega ao fim da temporada 2019-20 com a cabeça provavelmente bem longe do prêmio da FIFA.
Depois de anunciar que não quer permanecer no Barcelona depois de os catalães terem sido amassados pelo Bayern de Munique por inacreditáveis 8×2, o que pareciam rachaduras numa estrutura sólida se mostraram uma verdadeira avalanche no Camp Nou, e o astro argentino de tantos e tantos anos, finalmente, vai deixar o clube para trás de vez.
Embora seja um gênio inegável do esporte e tenha jogado, mais uma vez, o fino da bola (embora bem menos que em anos anteriores), Messi ficou sem um mísero troféu com o Barça esse ano e, vamos combinar, aparece no páreo pelo seu simples talento individual único, mas que acabou ofuscado e sem o brilho de quaisquer taças.
Kevin De Bruyne

Assim como o Barcelona, o Manchester City foi outro que nadou e morreu na praia. Como consolação, o time de Guardiola levou para casa a Copa da Liga Inglesa, mas algo que serve quase como prêmio de consolação para quem almejava Premier League e, principalmente, Liga dos Campeões.
Kevin De Bruyne é, sem dúvidas, o melhor jogador à disposição de Guardiola, e o clube faturou vários títulos em anos recentes com o jogo inteligente e habilidosíssimo do belga, que talvez tenha demonstrado seu auge justamente na última temporada – ao menos até a pausa para a pandemia.
Assim como Messi, De Bruyne é um brilho fortíssimo num ambiente que ficou um pouco apagado na temporada, e por isso é difícil ver o meia como sério concorrente. Ainda assim, chegou (ou ainda estará chegando?) no seu auge.