E chegamos ao fim da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa! Já conhecemos os 16 melhores times da Europa, os oito que vão ter que se conformar com a chance de jogar a Europa League e também oito que vão para casa chupando o dedo.
Ao invés de fazermos um pós-jogo genérico, vamos falar sobre como foi a última rodada de cada grupo, um por um, e também falar com calma sobre a Europa League, que agora se torna uma competição realmente interessante de assistir, uma vez que os 24 classificados dos grupo se juntam a oito gigantes caídos da Champions.
Grupo A
Liderado pelo Bayern de Munique, o Grupo A foi daqueles que em nenhum momento tivemos surpresas. Os Bávaros passaram o carro em todo mundo, perdendo pontos apenas num empate com o Atlético de Madrid na penúltima rodada. Agora na rodada #6, os atuais campeões apenas confirmaram seu favoritismo vencendo o Lokomotiv Moscou por 2×0, que até sonhavam com Liga Europa, mas volta para a Rússia de mãos abanando.
A segunda vaga do grupo ficou mesmo com o Atléti, que venceu fora de casa seu concorrente direto à classificação, RB Salzburg, também por 2×0. Hermoso e Carrasco fizeram os gols que levaram o Atléti adiante. Ao Salzburg cabe a honrosa vaguinha na Europa League.
Grupo B
Não precisamos nem comentar: o grupo que reservou emoções até o fim mesmo foi o B (e talvez o H). Com todos os times podendo tanto se classificar quanto serem eliminados na última rodada, Real Madrid, Borussia Mönchengladbach, Shakhtar Donetsk e Inter de Milão entretiveram os torcedores como não se via há anos numa “simples” fase de grupos.
Ninguém saiu da bagunça mais feliz que o Real Madrid, que fez muito bem sua parte, venceu o Mönchengladbach por 2×0 na Espanha e ficou com o primeiro lugar. Com o resultado, todo o peso da decisão ficava para o jogo na Itália entre Shakhtar e Inter, no qual quem vencesse passava e, em caso de empate, classificava o Gladbach – justamente o que aconteceu.
Os jogadores do time alemão, aliás, sequer saíram de campo no Alfredo Di Stéfano, e ficaram acompanhando o jogo em Milão por streaming ao vivo. A celebração não foi pouca quando o juiz apitou o fim da partida num empate sem gols, muito comemorado pelos ucranianos, que sabiam da sua inferioridade técnica e estavam mais do que contentes em conquistar o acesso à Europa League. Já a Inter acabou eliminada dentro de casa, para profunda raiva e tristeza de jogadores e do treinador Antonio Conte.
Grupo C
Conhecido simplesmente como “grupo do Manchester City”, o grupo C já estava decidido havia um bom tempo, e os times entraram na última rodada literalmente para cumprir tabela – minto! Valia alguma coisa, sim: a vaga para a Europa League, que ficou com o Olympiacos.
O City fez quase que um jogo-treino para bater o Olympique de Marseille por 3×0 em Manchester, enquanto que o Porto, classificado em segundo no grupo, também não precisou de muito para ganhar do Olympiacos por 2×0. Os gregos ficaram com a Liga Europa por saldo de gols.
Grupo D
Encabeçado pelo Liverpool, o grupo D entrou na última rodada com uma vaga disponível e um jogo direto para decidi-la, a aguardada partida entre Ajax e Atalanta, em Amsterdam. Mesmo jogando fora de casa, o sorriso foi todo dos italianos, sensação da temporada passada, que bateram os holandeses por 1×0 após um jogo dramático, com direito a Gravenberch, do Ajax, expulso. Para o time da capital neerlandesa sobrou a Liga Europa.
O Liverpool, por sua vez, sequer se esforçou na viagem à Dinamarca para enfrentar o Midtjylland, colocando em campo um time recheado de reservas e atletas voltando de lesão, só o suficiente para ficar num 1×1 xoxo com os donos da casa, eliminados há muito tempo.
Grupo E
Claramente dividido em dois níveis, o Grupo E também já estava decidido havia um bom tempo, e os participantes só cumpriram tabela na última rodada. O Chelsea não se esforçou muito e só ficou num empate de 1×1 com o Krasnodar em Londres, resultado que garantiu os russos na Europa League, um belo prêmio de consolação para um time, convenhamos, fraquinho que só.
A segunda vaga do grupo já era do Sevilla, e os espanhóis aproveitaram o treino de luxo contra o lanterninha Rennes para passearam, aplicando um 3×1 sossegado na França.
Grupo F
Tirando o Borussia Dortmund, que havia garantido vaga na penúltima rodada, e do fraquíssimo Zenit, eliminado havia séculos, o grupo F era um dos poucos que reservava briga direta por vaga na próxima fase. O duelo entre Lazio e Club Brugge, inclusive, foi um dos melhores jogos da rodada.
A Lazio só precisava de um empate no Estádio Olímpico de Roma para se garantir no mata-mata, mas os Biancocelesti brincaram com fogo na capital italiana. Depois de abrirem 2×1 em cima dos belgas, o time romano viu o adversário ficar com um jogador a menos e teve todas as chances para matar o jogo. Immobile perdeu gols que não perderia e o ataque da Lazio deixou oportunidades de ouro passarem.
Como diz o velho ditado, quem não faz toma, e o bravo Brugge foi para cima, mesmo com 10 e jogando fora, e arrancou o empate dos italianos aos 76’, rendendo 15 minutos + acréscimos de puro caos em Roma, com direito a bola na trave e muita tensão. No fim das contas, o apitou final viu 2×2 no placar, a Lazio na próxima fase e o Brugge na Europa League.
Grupo G
Todos achavam que nada de interessante sairia na última rodada do grupo de Barcelona e Juventus, tirando o duelo direto entre os dois, que significava duelo entre Messi e Cristiano Ronaldo, algo que todos querem ver a qualquer hora. Para agradável surpresa de geral, o que se viu foi a Juventus engolindo o Barça em pleno Camp Nou, vencendo por 3×0 e, mais importante de tudo, roubando o primeiro lugar dos catalães.
Sem mexer no placar, O Barcelona de Messi só viu Cristiano Ronaldo matar as saudades de marcar no grande rival do Real Madrid, por quem jogou por tantos anos. O português balançou as redes duas vezes, aliás, e o terceiro tento ficou por conta de McKennie. Legal também, aliás, ver a lenda viva Buffon em campo num jogo desse nível. O goleiro de 42 anos jogou os 90 minutos e segurou o Clean Sheet na Espanha – quer mais o quê?
No outro jogo, para fechar o papo no grupo, viu o Dínamo tomando as rédeas da própria situação, vencendo o Ferencvárosi pelo placar mínimo e se classificando para a Liga Europa.
Grupo H
Ao lado do grupo B, o H era aquele que mais prometia emoções para a rodada final. Elas de fato vieram, mas pelo menos uma delas do jeito mais negativo possível. Estamos falando, é lógico, do repulsivo incidente racista no jogo PSG x Istambul Basaksehir, no qual o quarto árbitro usou termos racistas para insultar um membro da comissão técnica do time turco.
Em protesto contra a atitude criminosa, os jogadores de ambas as equipes saíram de campo e se recusaram a jogar – e, deixando a imparcialidade jornalística de lado aqui: atitude corretíssima. Como resultado, a partida foi adiada para o dia seguinte, quando começou no exato tempo em que havia sido paralisada anteriormente e, é claro, com uma equipe de arbitragem totalmente diferente – e que tomou parte ao lado dos atletas numa manifestação antirracista antes do apito inicial.
Dentro de campo, o PSG passou o carro no Basaksehir, vencendo por 5×1 com direito a hat-trick de Neymar, que fez um jogo impecável. Mbappé, também em noite inspiradíssima, marcou os outros dois, garantindo o PSG não apenas na próxima fase, mas também em primeiro.
Em primeiro, no caso, por conta do outro jogo do grupo: RB Leipzig x Manchester United. Empatados em pontos, porém com o United com vantagem no confronto direto, bastava aos Red Devils um empate para avançarem.
O que se viu na Alemanha, porém, foi o time inglês engessadíssimo, fazendo um início de jogo tenebroso e tomando 2×0 com 12 minutos de jogo, placar do intervalo – poderia ter sido 3×0, não fosse o VAR anulando um tento do Leipzig. Mesmo assim, com 15 minutos no segundo tempo, o 3×0 se concretizou pra valer.
O United chegou a diminuir para 3×2 em dois lances de polêmica da arbitragem – primeiro com um pênalti pra lá de duvidoso, depois em lance com possível falta em jogador adversário. O juiz, porém, confirmou as marcações a favor dos ingleses e pôs fogo no jogo. O RB Leipzig, porém, mostrou frieza o suficiente para segurar os Red Devils, que perderam a partida e a vaga na Champions, se transferindo para a Liga Europa.
UEFA Europa League: tudo definido também
Citamos a Liga Europa sem parar, mas agora é hora de efetivamente falar sobre a competição, que também viu sua fase de grupos ser encerrada. Aos 24 classificados dos grupos juntam-se os oito que citamos nos parágrafos acima.
No Grupo A, a Roma fez sua parte e, mesmo perdendo o último jogo para o CSKA Sófia, passou em primeiro, acompanhada pelo Young Boys, da Suíça. No Grupo C, passam Bayer Leverkusen (esse fez ótima campanha também) e Slavia Praga.
De todos os times envolvidos na UEL, nenhum fez campanha mais exemplar que o Arsenal, único com 100% de aproveitamento nas duas competições continentais. Embora o mérito exista, ele é relativo, já que o Grupo B, o dos Gunners, era uma baba: Dundalk-IRL (quem?), Rapid Wien-AUT e Molde-SUE – este último também passou de fase. Ainda assim, o Arsenal é dos favoritos na Betfair para finalmente sair da fila na Liga Europa.
Um dos mais equilibrados, o Grupo D enviou à próxima fase os tradicionalíssimos Rangers e Benfica. No Grupo E, PSV e Granada avançaram sem grandes dificuldades, enquanto que no Grupo F, dos mais difíceis, o Napoli quase se complicou diante da Real Sociedad na última rodada, mas empatou com os espanhóis em casa e classificou ambos, consigo em primeiro, eliminando o AZ Alkmaar com o resultado.
Empate em pontos na liderança do Grupo G classificou o Leicester e também o Braga, que se juntam aos poderosos classificados do Grupo H: Milan e Lille, que deixaram para trás Sparta Praga e o tradicional Celtic, último do grupo, uma decepção sem tamanho para o futebol escocês. Sem sofrer sustos, o Villarreal liderou e se classificou tranquilo no Grupo I, deixando a vice-liderança para o Maccabi Tel-Aviv.
O Grupo J também tinha um gigante: Tottenham, que venceu o concorrente direto Royal Antuérpia e passou em primeiro, deixando a segunda vaga justamente para os belgas, já classificados. No Grupo K, algumas surpresas: CSKA Moscou e Feyenoord, tradicionais gigantes de seus países, eliminados, enquanto que as vagas ficaram para Dínamo Zagreb e Wolfberg.
Para terminar, o segundo melhor time de toda a fase de grupos saiu do Grupo L: Hoffenheim, que terminou invicto e se classificou em primeiro, ao lado do sérvio Estrela Vermelha.