A Copa do Mundo da Rússia de 2018 acabou se transformando em uma versão da Eurocopa nas semifinais. Com a eliminação de Brasil e Uruguai nas quartas de finais, só equipes do velho continente seguem na luta pela conquista. Isso tem sido o padrão em copas que são sediadas no continente. A única exceção foi em 1958, quando a seleção brasileira chegou ao seu primeiro título mundial derrotando os suecos, organizadores da competição, na decisão.
As semifinais serão abertas na terça-feira, 10 de julho, às 15h (horário de Brasília), com o encontro entre a França, campeã do mundo em 1998, e a Bélgica, que ainda tenta entrar no clube dos vencedores de copa. O segundo finalista será definido na quarta-feira, 11 de julho, no mesmo horário entre a Inglaterra, que levou o título quando foi sede do Mundial, em 1966, e a Croácia, que tem como melhor resultado de sua história o terceiro lugar obtido há 20 anos no Mundial francês.
Franceses têm atacantes velozes, mas encontram dificuldades para impor jogo
A seleção da França chega às semifinais com quatro vitórias e um empate. Mostrou futebol mais encantador nas oitavas e quartas, nos jogos eliminatórios, onde enfrentou rivais de melhor porte como Argentina e Uruguai. Fruto de seus velozes e eficientes atacantes Antoine Griezmann e Kylian Mbappé, que conseguem o melhor desempenho quando são acionados no contra-ataque.
No entanto, quando cabe aos franceses tomar a iniciativa do jogo e pressionar, as coisas ficam mais difíceis. O time teve problemas em jogo como esses nas eliminatórias europeias. O maior retrato foi o empate sem gols com Luxemburgo. Mesmo na primeira fase da Copa do Mundo da Rússia de 2018, os franceses tiveram mais problemas do que se poderia esperar para impor sua maior qualidade técnica diante de Austrália (2 a 1) e Peru (1 a 0).
Belgas são quase perfeitos do meio-campo para frente, mas defesa não mantém padrão
Ataque não é problema para a Bélgica. A equipe quebrou na Copa do Mundo da Rússia o número de gols marcados pela seleção em uma só edição do Mundial. Em cinco partidas, balançou a rede dos rivais em 14 oportunidades. Ainda tem mais dois jogos por realizar e deve melhorar ainda mais a marca, que anteriormente era de 13. Fruto de meio-campistas excepcionais como Kevin de Bruyne e Eden Hazard e atacantes de finalizações precisas como Romelu Lukaku e Dries Mertens.
O setor defensivo, no entanto, não consegue apresentar padrão similar. Há falhas individuais, devido a limitações técnicas, e também coletivas. Os belgas foram vazados em quatro dos cinco jogos que disputaram e mesmo contra o Brasil, a quem bateram por 2 a 1 nas quartas de final, cederam três ou quatro chances claras de gol, que só não complicaram sua situação pela falta de pontaria brasileira.
Croatas chegam exaustos para a semifinal
Qualidade técnica e toque de bola preciso no meio-campo é o ponto mais alto da Croácia. Foi dessa maneira que a equipe conseguiu aproveitamento de 100% na primeira fase tendo como grande resultado a goleada de 3 a 0 da Argentina.
Porém, uma limitação física coloca o time sob suspeita para a decisão. Após duas prorrogações e decisões por pênaltis, seus principais jogadores deram sinais claros de estarem muito desgastados. A conta pode chegar no jogo contra a Inglaterra.
Ingleses mostram que há vida sem Kane
O ponto mais alto da Inglaterra, naturalmente, é a eficiência de Harry Kane. Afinal, o jogador do Tottenham é o artilheiro da Copa do Mundo da Rússia com seis gols marcados e um dos principais candidatos a levar o prêmio de melhor jogador da competição. Nas quartas de final, contra a Suécia, o artilheiro passou em branco, mas os ingleses conseguiram mostrar que há vida em seu ataque mesmo sem ele
O jogo aéreo defensivo tem causado algumas das maiores preocupações inglesas no torneio, especialmente pela baixa estatura do goleiro Jordan Pickford. O arqueiro de 24 anos, do Everton, tem somente 1,85, bem abaixo dos principais nomes da posição.