Semifinais da Copa do Mundo Feminina: O que vimos em Lyon

Assim como a Copa América, a Copa do Mundo de Futebol Feminino viu esta semana seus jogos de semifinal e chegará ao fim no domingo, na sua grande final.

As favoritíssimas dos EUA deixaram a Inglaterra para trás por 2×1, enquanto que a Holanda venceu a Suécia pelo placar mínimo e enfrenta as americanas na busca de seu primeiro título mundial. A seguir vamos falar sobre o que rolou nos dois jogos na cidade de Lyon, que também receberá, aliás, a finalíssima no domingo.

EUA x Inglaterra: a Festa do Chá de Lyon

Alyssa Naeher fez alguns milagres e ainda pegou um pênalti no duelo contra a Inglaterra. Numa partida com ambas Alex Morgan e Ellen White em campo, ela roubou a cena

Às vésperas de comemorar seu feriado mais importante (que é hoje, aliás), as americanas deram muita alegria ao seu povo que acompanha futebol feminino eliminando ninguém menos que a Inglaterra, num momento de simbolismo e ironia inesquecíveis, ainda mais depois do gesto de Alex Morgan.

A Inglaterra entrou em campo sabendo que não era favorita (vide as odds em Betfair), mesmo tendo feito uma bela campanha, mas se viu em desvantagem logo aos 9 minutos de jogo, graças a um gol de cabeça da atacante Christen Press, que aproveitou o cruzamento de O’Hara pelo lado esquerdo e não desperdiçou.

Mesmo saindo atrás logo cedo, as inglesas não acusaram o golpe e foram pra cima, o que deu resultado menos de dez minutos depois, graças à melhor jogadora do time e artilheira da competição, Ellen White. Numa jogada pelo lado esquerdo do ataque, Beth Mead cruzou a média altura para White dar um biquinho na bola e igualar a peleja.

Naquele momento, a atacante inglesa se isolava na artilharia da Copa do Mundo, mas a alegria da seleção europeia durou pouco, já que, depois de outro cruzamento, a monstruosa Alex Morgan venceu sua marcadora na corrida e cabeceou de novo para colocar os Estados Unidos na frente, antes do fim do primeiro tempo – com direito a comemoração irônica imitando o ato de tomar um xícara de chá, com mindinho esticado e tudo.

As inglesas quase empataram no instante seguinte, mas a goleira americana Naeher fez seu primeiro milagre da noite e levou os EUA para o vestiário com vantagem. A volta do intervalo viu um jogo mais tenso, mas parecia que teria ainda mais emoção quando Ellen White, sempre ela, empurrou a bola para as redes. Graças ao VAR, porém, a árbitra brasileira Edina Alves Batista anulou o tento por conta de impedimento de poucos centímetros, para desespero da Inglaterra.

Chegando na reta final do jogo, o VAR foi protagonista mais uma vez, auxiliando a juíza a assinalar pênalti para a Inglaterra em lance complicado. A experiente zagueira e capitã inglesa Steph Houghton pegou a bola, colocou na marca penal, bateu e… perdeu. Num chute fraco quase no centro do gol, a goleira e heroína americana da noite Naeher pegou sem dar rebote sequer.

Dali em diante o que se viu foi puro desespero das inglesas, que ainda tiveram Millie Bright expulsa por falta em cima de Morgan. As americanas controlaram o jogo dali em diante, prenderam bola, sofreram faltas a torto e a direito, mas não correram nenhum risco. Mesmo não sendo são sossegado quanto elas esperavam, os EUA chegam à sua terceira final consecutiva.

Holanda x Suécia: a Laranja Mecânica vai à sua primeira final

As holandesas surpreenderam todo mundo e conseguiram chegar à final, onde enfrentam os EUA na busca pelo que seria um título miraculoso e inesquecível

A Seleção da Holanda é uma força ascendente, visto que elas ficaram de for a das primeiras seis Copas do Mundo, se classificaram só para 2015 e, neste ano, já conseguiram chegar à final. As suecas, por sua vez, são bem mais tradicionais no futebol, duas vezes terceiras colocadas e uma vez vice-campeãs.

Se esperava equilíbrio e tensão ao longo de todo o jogo, e foi exatamente isso que nós vimos. Embora a discrepância no número de faltas (13 da Suécia contra só uma da Holanda) e uma ou outra boa defesa das goleiras, ninguém conseguiu assustar muito ninguém, e o jogo se arrastou em 0x0 até o apito do intervalo.

No segundo tempo parecia que a Suécia ia apertar com mais força, com Fisher metendo bola na trave das holandesas, mas a Holanda respondeu na mesma moeda logo depois. No final do jogo, a Holanda era um pouco melhor, mas não o suficiente para mexer no placar. Hora da prorrogação.

Logo de cara, as holandesas usaram todo o fôlego extra para pressionar a Seleção Sueca. Foi justamente num momento de pressão que a meio-campo Groenen acertou um chute de fora da área e colocou a Holanda na frente. O time laranja quase ampliou logo depois, mas não fez falta. Graças ao único gol, a Seleção Holandesa chegou à sua primeira final de Copa do Mundo. Os EUA aguardam em Lyon, onde acontece a grande final no próximo domingo (7).

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