
Quando a bola rolar às 15h (horário de Brasília) desta terça-feira, 10 de julho, a definição do primeiro finalista da Copa do Mundo da Rússia, entre França e Bélgica, será um confronto entre pressa e perfeição.
As características, que são inimigas no ditado popular, foram igualmente eficientes para levar as duas seleções até as semifinais do Mundial 2018. Agora, uma terá que prevalecer na luta para definir quem irá enfrentar o ganhador do duelo Croácia x Inglaterra, marcado para quarta-feira, 11 de julho.
Lançamento é principal arma francesa
A ligação rápida entre a defesa e o ataque tem sido a mais eficiente arma utilizada pela França ao longo da Copa do Mundo da Rússia de 2018. Segundo o site especializado em estatísticas Footstats, os franceses tentaram 145 lançamentos nos cinco jogos que disputaram. Acertaram 70 deles obtendo um índice de sucesso de 48,3%.
É a única estatística em que aparecem com superioridade significativa na comparação com os belgas, que acertaram 43,2% de suas tentativas de ligação direta.

A motivação por esse tipo de jogo é clara. Afinal, os atacantes Antoine Griezmann e Kylian Mbappé têm como maiores qualidades seus arranques em velocidade, nos quais deixam os defensores para trás, e finalizações bem feitas. Cada um deles assinalou três tentos ao longo do torneio.
Belgas mostram maior preocupação com qualidade
Única seleção entre as semifinalistas com aproveitamento de 100%, a Bélgica prevalece em quase todos os quesitos quando é comparada com os franceses. Porém, a qualidade do passe é onde consegue a maior diferença.
Isso não pode ser visto em uma leitura rápida dos números. Afinal, o índice de acerto de passes dos belgas (91,7%) e bastante próximo do aproveitamento da França (91,3%) nesse quesito. Porém, quando a análise é um pouco mais aprofundada não é difícil perceber a qualidade muito maior do toque de bola da Bélgica.

Dos 2.014 passes acertados pela França, três viraram assistências para gols e 34 serviram como base para finalização. No lado belga, o número de passes certos foi de 2.159. Desses, dez serviram como assistência para gols e 63 foram dados antes da finalização. Fruto, naturalmente, da qualidade de atletas como Eden Hazard e Kevin de Bruyne, atletas que obrigatoriamente devem figurar entre os maiores passadores do mundo.
No jogo aéreo, vantagem belga é ainda mais ampla
Ainda que o passe de qualidade seja responsável por definir o futebol belga, a seleção mostra sua maior superioridade na comparação com os franceses no quesito aproveitamento do jogo aéreo.

Sem poder contar com atacantes muito altos, a França conseguiu sucesso em apenas 16,7% dos 84 cruzamentos que tentou ao longo do Mundial. Os belgas, mesmo tendo como homem de referência o forte Romelu Lukaku, realizaram número de menor de cruzamentos, mas apresentam mais que o dobro da eficiência da França. Das 81 tentativas de lançar a bola na área, 37% foram bem-sucedidas.
Times chegam com algumas dúvidas para a decisão
Considerado o mais importante jogador francês na Copa do Mundo da Rússia, o atacante Kylian Mbappé não participou do último treinamento antes da partida semifinal desta terça-feira. No entanto, foi uma medida de prevenção visando dar mais tempo de descanso ao atleta, que está confirmado na escalação.

A única dúvida no time é em relação ao meia Matuidi, que ficou de fora da última partida por cumprir suspensão automática devido ao acúmulo de cartões amarelos. Está liberado para jogar, mas Tolisso, que ocupou sua vaga e foi bem, pode ser mantido no time pelo técnico Didier Dechamps. O provável time francês para o confronto é Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Hernandez; Kanté, Pogba e Matuidi (Tolisso); Mbappé, Griezmann e Giroud.
O técnico da Bélgica, o espanhol Roberto Martinez, contou com todos os atletas no treinamento final antes de encarar a França. Porém, Thomas Meunier, suspenso, não pode jogar. O treinador não revelou a escalação e ainda há a dúvida de quem substitui o jogador do PSG. Caso ele opte por Carrasco, pode até acontecer uma mudança de esquema para o 4-4-2.