A França historicamente teve grandes jogadores, como Just Fontaine, Raymond Kopa e Michel Platini. Mas foi apenas em 1998, com Zinedine Zidane, que les bleus venceram sua Copa do Mundo. Justamente contra o Brasil, em um vareio que terminou em 3 a 0.
Desde lá, a seleção francesa está correndo atrás do prejuízo na lista de vencedores mundiais e agora com Kylian Mbappé, Antoine Griezmann, Paul Pogba e companhia, vai ser o favorito de uma final de Copa do Mundo, a terceira disputa decisiva nos últimos 20 anos (perdeu em 2006).
A vitória por 1 a 0 sobre a Bélgica pode até ganhar status de final antecipada em alguns anos, claro, se os gauleses vencerem a final. Mas calma, já estou me adiantando. Vamos aos tópicos.
A França foi melhor
Quando dois grandes times, com vários bons jogadores, se enfrentam, a análise sempre vai ser um pouco injusta, porque só vai ter uma bola e o craque sempre tem a responsabilidade de pegar ela, colocar embaixo do braço e decidir.
E nesses jogos o natural é poder dividir em momentos, que favorecem um ataque ou então dão destaque para a defesa. A França era um time mais completo e deixou isso claro no gramado em São Petersburgo.
O primeiro tempo teve chances para os dois lados, com uma defesa maravilhosa de Hugo Lloris em chute de Toby Alderweireld e uma defesa com o pé de Thibaut Courtois em chute de Pavard que seria gol.
Pavard aliás ficou na cara do gol porque Mbappé achou ele em passe maravilhoso. Ele daria mais um no segundo tempo, uma mistura de roulette eternizada por Zinedine Zidane com a visão na nuca do Doutor Socrátes. Olivier Giroud, que teve todas as chances para desencantar na Copa, não aproveitou.
Então já dá para ver que Mbappé foi um dos craques que apareceu. Já digo qual foi o outro.
A defesa francesa se destacou
A defesa francesa até o momento levou apenas quatro gols, sendo três deles em um jogo louco com a Argentina. Ou seja, estamos falando de um sistema defensivo sólido, como não poderia deixar de ser em uma equipe de Didier Deschamps, marcador incansável quando jogador. E titular na Copa levantada em 1998.
Raphael Varane foi um monstro no miolo de zaga, contendo o ímpeto de Romelu Lukaku, um dos craques que não conseguiram jogar. N’Golo Kanté também fez bela partida. E Samuel Umtiti, seguro lá atrás, saiu como uma flecha para se antecipar a Fellaini e fazer o único gol da partida. Ou seja, impacto nos dois lados do campo.
Hazard bem que tentou
O treinador Roberto Martinez fez alterações na sua equipe, mas quem mudou nos momentos finais foi realmente Eden Hazard. Ele começou a pegar a bola mais atrás e com sua habilidade conseguiu abrir espaços. Em uma dessas jogadas, ele sofreu clara falta perto da área que o árbitro não deu.
Mas realmente não foi suficiente para empatar a partida, com o time belga tendo muita dificuldade para furar o bloqueio de seus vizinhos franceses. Kevin De Bruyne também chegou a aparecer no fim, mas os espaços que ele achou contra o Brasil não estavam lá nas semifinais.
No fim da partida, a França ainda segurou a bola de forma quase sul-americana e teve duas chances claras para ampliar. Griezmann, um dos craques que não apareceu tanto, chutou fraco. Tolisso finalizou bem, mas Courtois, que briga forte para ser considerado o melhor goleiro da Copa, defendeu bem. O sonho belga acabou nas semis.
A França já é favorita
Independente de quem passar entre Inglaterra e Croácia, a França é favorita pelo que apresentou em campo e também por seu talento. A final da Eurocopa perdida em casa para Portugal, gigantesco azarão naquele jogo – especialmente após a saída de Cristiano Ronaldo lesionado – serve como lição. E esse jogo de 2016 foi lembrado por Deschamps após a partida. Duvido que a história se repita.