O sábado da Copa do Mundo reserva dois jogos com menos expectativas técnicas que a sexta, que teve dois duelos sensacionais entre quatro das seleções mais fortes do mundo.
Mas nem por isso quem assistiu os jogos ficou decepcionado. A segunda partida, entre Croácia e Rússia, teve dois gols na prorrogação e pênaltis. No jogo mais cedo, a Inglaterra finalmente deu uma mostra de força depois de seguidas Copas do Mundo e Eurocopas sendo uma decepção constante.
Vamos aos jogos.
Inglaterra e o jogo aéreo finalizam seca de 28 anos
A última vez que a Inglaterra chegou em uma semifinal de Copa foi em 1990, quando perdeu nos pênaltis para a campeã Alemanha Ocidental.
Contra a Suécia, o dedo do treinador Gareth Southgate mais uma vez foi claro. Foi revelado que ele e sua comissão técnica se inspiraram em jogadas do basquete da NBA (liga norte-americana) para criar espaço nas bolas paradas. E mais uma vez o English Team saiu lucrando. Em escanteio, o zagueiro Harry Maguire subiu imponente e abriu o placar. Dele Alli fez o 2 a 0 que confirmou a ida para as semifinais.
O time inglês está longe de ser brilhante, mas os jovens jogadores souberam brilhar quando necessário. Harry Kane passou em branco, mas sua presença apenas puxa marcações e abre espaços. O goleiro Jordan Pickford tinha certa desconfiança sobre ele, mas contra a Suécia ele foi eleito o melhor em campo e com méritos.
O chaveamento é mais fácil, com certeza. Mas o time precisa aproveitar as oportunidades. E contra a Croácia, uma clara vantagem antes mesmo de entrar em campo está estabelecida.
Croácia precisa de novo dos pênaltis; dessa vez bateu a Rússia
A Croácia precisou de prorrogação e pênaltis para vencer a Dinamarca. Depois de ver a Rússia abrir o placar com um golaço de Cheryshev, empatou ainda no primeiro tempo e empurrou com barriga em um segundo tempo modorrento.
Nova prorrogação para o time que foi semifinalista em 1998. Vida fez o gol que deveria ser da vitória, mas uma falta idiota ao lado da área possibilitou o levantamento e o gol de Mario Fernandes, brasileiro de São Caetano do Sul e naturalizado russo.
Subasic novamente foi herói; Luka Modric quase errou mais um pênalti e Ivan Rakitic fez o pênalti da classificação. O time de 2018 repetiu o feito de 1998, mas chega nas semifinais com 240 minutos de futebol jogado, duas decisões por pênaltis e toda a montanha-russa emocional que isso representa em apenas uma semana.
Luka Modric deu claros sinais de cansaço, assim como Mario Mandzukic, que na prorrogação deu um pique, não recebeu a bola e simplesmente desabou em campo. O time pode ser considerado o mais forte da chave, mas mostra rachaduras na armadura. Além do fator cansaço, Rakitic não está brilhando e a defesa não é sólida.
Aliás, o zagueiro Vida fez uma clara manifestação política, apoiando a causa ucraniana (com a saudação “Glória à Ucrânia”), em referência ao embate geopolítico que o país tem com a Rússia nos últimos anos. Ele pode ser suspenso por isso.
Gostinho do duelo das semis
Vamos fazer um post mais aprofundado sobre o duelo entre Inglaterra e Croácia. O que dá para dizer é que essa vantagem física pode ser determinante para duas equipes que não são brilhantes tecnicamente.
Suas referências nesse quesito, Luka Modric e Harry Kane, devem ter atenção redobrada, sobrando espaços para outros atletas. Entretanto, é normal esperar que o jogo seja decidido com poucos gols e um lance planejado, como uma bola parada. Pelo visto Southgate tem um arsenal de jogadas para explorar isso.