França, Holanda, Alemanha e agora a Bélgica. Os europeus podem dizer que dominam o Brasil e portanto o futebol mundial, já que agora só restam equipes do Velho Continente na Copa do Mundo da Rússia. E esse domínio mais uma vez se mostrou de forma clara: os belgas jogaram melhor. Inegavelmente.
No intervalo a partida estava 2 a 0 e mesmo com um segundo tempo onde pressionou muito e teve chances para empatar depois do primeiro gol, não tem como fugir da palavra decepção para definir a campanha da Seleção Brasileira.
Estrelas da Bélgica apareceram
Todos sabiam que a ausência de Casemiro, suspenso, seria sentida. Fernandinho fez um péssimo segundo tempo e muitos já o elegeram como o vilão da vez. Mas não ajudou o fato que Paulinho não conseguiu compor o meio-campo defensivamente e as laterais foram muito exploradas pelos belgas. Marcelo sofreu e Fagner claramente não estava à altura desse momento.
Resumindo, Kevin De Bruyne, Eden Hazard e Romelu Lukaku dominaram os espaços. De Bruyne foi adiantado em relação ao jogo contra o Japão, quando foi basicamente um volante. Contra o Brasil, ele foi um falso 9 em diversos momentos, com Lukaku sendo deslocado para a ponta.
Os dois foram os protagonistas do contra-ataque mortal, finalizado pelo jogador do Manchester City com um tiro no canto de Alisson.
Já Hazard simplesmente não foi encontrado por Fagner a partida inteira. Além de habilidoso, o jogador do Chelsea sabe ser eficiente e sempre fazer a jogada certa, seja segurar a bola, driblar ou tocar. E liderar.
Neymar não estava nesse nível
Neymar não sabe fazer essas escolhas. É inegável que ele é craque e mesmo em um jogo muito ruim, ele colocou Philippe Coutinho em perfeita chance para empatar a partida e teve um chute brilhantemente defendido por Thibaut Courtois, ambos nos momentos finais do segundo tempo.
Porém, ele constantemente teve mano a mano contra Meunier e outros adversários, coisas que jogadores como Messi e Cristiano Ronaldo raramente tiveram na Copa. A Bélgica deu muitos espaços e seu sistema defensivo continuou abaixo da crítica. O camisa 10 da Seleção Brasileira não conseguiu aproveitar e ainda continuou se jogando, tentando cavar um pênalti em pelo menos duas oportunidades.
A Copa de Neymar não foi boa e ainda foi recheada de polêmicas. As críticas são merecidas e parecem não ser ouvidas, sempre sendo descartadas como se fossem perseguição ou inveja. A Copa da Rússia foi até pior que a Copa no Brasil para o camisa 10, que não atuou no 7 a 1.
A ótima geração belga pode ganhar?
O treinador Roberto Martinez soube como usar suas peças, depois de não ter trabalhado bem no planejamento contra o Japão. O problema: o sistema defensivo continua muito mal.
O Brasil teve chances a todo momento, tendo duas oportunidades claras no começo do jogo (Thiago Silva e Paulinho) e um realizando um bombardeio no segundo tempo, mesmo que de forma desorganizada.
Neymar teve espaços, a bola parada foi um sufoco e Renato Augusto entrou duas vezes sozinho no meio da área belga. Na primeira, fez de cabeça, dando novo ânimo aos pentacampeões. Na segunda, chutou para fora, perdendo a maior chance do Brasil.
Contra a França, esses erros podem ser fatais, já que o time tem o elenco mais talentoso da Copa e um ataque com Kylian Mbappé e Antoine Griezmann pronto para matar jogos nas oportunidades que tiverem.
A Bélgica fez por merecer chegar nas semifinais e seu trio ofensivo é comparável com o da França na excelente qualidade técnica. Mas N’Golo Kanté, Raphael Varane e Samuel Umtiti formam um núcleo mais forte que o belga e o sistema defensivo de Didier Deschamps é melhor formado.