Premier League: como fica o Campeonato Inglês após a maratona de jogos

Quase tão tradicional quanto as festas de Natal e Ano Novo é a maratona de jogos que vemos no Campeonato Inglês, o único torneio que, ao invés de tirar o pé do acelerador durante os feriados, aumenta o ritmo de modo alucinante, para terror de jogadores e técnicos, mas alegria dos torcedores.

Tivemos uma penca de rodadas entre os dias 26 de dezembro e 4 de janeiro, e agora é hora de resumir o que rolou. Para não falar de cada jogo individualmente, o que deixaria o texto enorme, vamos analisar os principais times ingleses.

Liverpool

O atual campeão Liverpool é líder da Premier League, mas não graças às últimas três rodadas. Os jogos dos Reds foram verdadeiros pesadelos para seus torcedores e para o técnico Jürgen Klopp, que viu o clube bater um recorde negativo que não acontecia desde maio de 2018: ficar três jogos seguidos sem vencer.

A sina do Liverpool começou diante do horroroso West Bromwich Albion, penúltimo colocado e que, heroicamente, segurou os campeões num 1×1 dramático no Anfield. Na rodada seguinte, outro empate: 0x0 com o Newcastle, fora de casa.

O tropeço mais concreto, porém, aconteceu nesta segunda (4), quando o Liverpool visitou o Southampton e perdeu de 1×0, com direito a Lei do Ex (Danny Ings fez o gol dos Saints) e quebra de tabu: Klopp nunca havia perdido para o conterrâneo Ralph Hasenhüttl, técnico do adversário.

Manchester United

bruno fernandes manchester united
Com Bruno Fernandes e Rashford carregando o time nas costas, o United está indo surpreendentemente bem nos últimos jogos

Um dos times que ficou mais feliz com o tropeço do Liverpool foi seu arquirrival Manchester United, vice-líder empatado em número de pontos com os Reds e com um jogo a menos. O United fez muito bem o dever de casa nesses três jogos, somando 7 de 9 pontos.

O primeiro jogo da sequência era disparado o mais difícil: Leicester fora de casa. Os Red Devils acabaram empatando com os Foxes por 2×2, com a vitória do time de Solskjaer escapando no fim, mas considerando a situação da tabela, ficou de bom tamanho (o Leicester é terceiro).

Os outros dois jogos foram de vitória, começando pelo Wolverhampton, que vendeu o 1×0 caríssimo – o gol da vitória do United no Molineux saiu apenas aos 90+3, graças a Marcus Rashford. Na rodada seguinte, outra vitória importantíssima, dessa vez sobre o Aston Villa, que faz excelente campanha, mas acabou caindo por 2×1 diante do United.

Tottenham

A virada de ano do Tottenham foi de recuperação, acima de qualquer coisa. Após vencerem o arquirrival Arsenal no começo de dezembro, os Spurs entraram numa maré de azar que só terminou em janeiro, perdendo para Liverpool e Leicester e empatando com Crystal Palace e Wolverhampton – quase todos jogos complicados, é verdade, mas conseguir 2 de 12 pontos disputados é bem pouco para um time que sonha em ser campeão.

A retomada da boa forma culminou na vitória sobre o Leeds United, time azedo de encarar e totalmente imprevisível. O 3×0, porém, deixou claro que o Tottenham de José Mourinho tem, sim, potencialmente para brigar lá em cima – só não pode tropeçar em jogo bobo.

Manchester City

De Bruyne é um dos que se reencontrou com o bom futebol e está levando o City para a parte alta da tabela a cada rodada

O Manchester City é o time com menos jogos no campeonato – 15, enquanto a maioria já tem 17 ou, no mínimo, 16. Atual 5º colocado e apenas 4 pontos atrás dos co-líderes Liverpool e Manchester United, a situação dos Citizens é ótima – e justificada pelos últimos jogos.

Por conta do calendário extensivo e de estar vivo em todas as competições, o time de Guardiola tem que se desdobrar para jogar tudo, mas isso não foi problema nos últimos dias de 2020 e primeiros de 2021. Depois de eliminar o Arsenal da Copa da Liga, o City bateu o Newcastle por 2×0 e, mais importante ainda, o Chelsea por 3×1 fora de casa – num jogo que poderia ter sido uma goleada violenta.

Tal desempenho põe o time azul de Manchester em clara briga pelo título depois de meses de futebol morno e pouco convincente. Com os tropeços do Liverpool e considerando que é dono do melhor aproveitamento proporcional até agora, o City vem com tudo para cima de mais um troféu.

Chelsea

Ninguém teve uma virada de ano pior que o Chelsea, sem sombra de dúvidas. O time de Frank Lampard entrou numa espiral descendente desde sua última vitória, há um mês, contra o Leeds (3×1), e de lá para cá entrou numa sequência medonha de uma vitória em seis jogos – sendo as outras quatro derrotas e um empate.

É verdade que os Blues ganharam bem do West Ham por 3×0, mas os outros jogos foram para esquecer. Derrotas fora de casa para Everton (1×0), Wolverhampton (2×1) e Arsenal (3×1), além de um empate ruim para ambas as partes com o Aston Villa, colocam o Chelsea em situação bem complicada.

Atualmente em 9º e no meio de um bolo de times que inclui os recém-enfrentados Aston Villa e West Ham, todos com 26 pontos, os Blues enxergam pela primeira vez alguma pressão sobre os ombros de Lampard, que ainda tem crédito para gastar, claro, mas precisa abrir os olhos.

Arsenal

Com a volta de Gabriel Martinelli e a aposta em jovens como Saka e Smith-Rowe, o Arsenal reencontrou o caminho da vitória

Se por um lado as festas do Chelsea mais pareceram velórios, as do Arsenal foram dignas de fogos de artifício. Os Gunners saíram do buraco no qual estavam afundados e emendaram três vitórias consecutivas, começando pelo 3×1 nos Blues.

Após ganhar também dos fracos Brighton (1×0) e West Bromwich (4×0), o torcedor volta a sorrir e permite a Arteta respirar mais aliviado. Quem não deve ter ficado feliz, porém, são jogadores já questionados e que, dizem as más-línguas, estão em pé de guerra com o treinador, aí inclusos David Luiz e Mesut Özil.

Coincidência ou não, desde que o zagueiro brasileiro e nomes como Willian, Ceballos e Pépé foram cortados do time, os Gunners reencontraram o caminho da vitória…

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