Pela primeira vez desde maio de 2003, o Manchester City venceu o Liverpool dentro do Anfield em jogo válido pelo Campeonato Inglês. Mais importante do que a quebra do tabu histórico, porém, é o que isso representa para o campeonato: os Citizens são o mais forte candidato a título e o Liverpool, atual campeão, vai ter que suar muito para defender seu troféu.
Vamos ver o que rolou no jogo na casa dos Reds e pincelar os resultados mais importante da rodada na Europa.
Liverpool confirma a má fase em casa
Para nós, brasileiros, ver o duelo entre Liverpool e Manchester City é ver também os dois principais goleiros do país (e da Seleção, claro) um contra o outro. Desta vez, a alegria foi toda para o lado de Éderson, o lado azul da peleja. Tristeza não faltou, porém, para Alisson e os vermelhos.
A fase do Liverpool em casa, convenhamos, já vinha se deteriorando jogo a jogo. Foram duas derrotas seguidas para times fracos (Burnley e Brighton) e, embora soubesse se segurar fora de casa (venceu o Tottenham e depois empatou com o Manchester United), era nítido que as coisas não vinham bem.
O jogo contra o Manchester City tinha aquele jeitão de vida ou morte desde muito antes do apito inicial, até por conta disso, e também porque os Citizens, líderes e com jogo a menos, poderiam muito bem disparar de vez e sumir – e considerando que só faltam 15 rodadas para a Premier League terminar, a hora é crítica.
Show de erros de Alisson custa caro ao Liverpool
Quando um time toma uma goleada em casa geralmente se procuram os possíveis responsáveis – foi assim no 7×1 do Brasil e assim será sempre. No caso do 1×4 sofrido pelos Reds, o responsável principal é alguém que dificilmente falha, mas que desta vez teve que prestar contas pelos erros: o goleiro brasileiro Alisson.
Dos 4 gols do City, duas tranquilamente foram culpa direta do goleiro brasileiro. O pior é que não foram frangos, como se poderia esperar; foram falhas na saída de jogo, tipo de coisa que faz Jürgen Klopp perder a cabeça como poucas outras.
O City já havia perdido um pênalti com Gündogan (que bateu na lua, ao melhor estilo Baggio), mas o próprio alemão se redimiu e fez o primeiro do jogo. Não muito depois, Salah empatou para os Reds, de pênalti, mas a reação do time da casa acabou por aí.
O segundo e terceiros gols do City, esses, sim, nasceram diretamente de falhas do goleiro brasileiro ao tentar jogar com os pés. No primeiro, na falta de um erro, Alisson cometeu dois, sendo que o segundo foi o que custou a bola na rede vermelha.
Já o terceiro gol do City nasceu de maneira quase igual, com o goleirão tocando errado, nos pés do adversário, e pouco podendo fazer para impedir o gol de Sterling após cruzamento de Bernardo Silva.
O último prego no caixão foi pregado por Phil Foden, que fez um golaço para sacramentar a goleada, os 10 pontos de distância entre os dois times e a certeza de que, se o Liverpool tem muito o que mudar, o Manchester City só precisa continuar jogando assim para ser campeão de novo.
Manchester United 3×3 Everton – um jogaço de bola
Difícil resumir toda uma rodada de Premier League e um pós-jogo simples como este, mas não dá pra passar a rodada sem falar o que foi o jogo do ainda vice, Manchester United, com o valente 7º colocado, Everton.
Jogando no Old Trafford, os donos da casa abriram 2×0 com conforto com gols de Cavani e Bruno Fernandes (este último, uma pintura), ainda no primeiro tempo, e tudo parecia se encaminhar para mais uma vitória sossegada dos Red Devils – mas só parecia
Com menos de cinco minutos da etapa final, Doucoré descontou para o Everton e, apenas dois minutinhos depois, James Rodríguez deixou tudo igual. Com 25’ jogados, o United voltou a ficar na frente com McTominay, mas como Premier League é Premier League, ainda não estava tudo resolvido.
Aos 90+4’, literalmente no último lance do jogo, o Everton cobrou falta na área do United (com direito ao goleiro Olsen no ataque) e a bola sobrou para o artilheiro Toffee Calvert-Lewin, que teve a frieza de tocar na saíde de De Gea e deixar tudo igual. Um espetáculo de jogo.