De um lado uma seleção exausta, mas dando mostras de ser ‘imortal’. De outro, uma equipe superior tecnicamente e que precisou de um jogo a menos para chegar à decisão da Copa da Rússia. Esse é o cenário para o banquete final que será promovido por França e Croácia no domingo, 15 de julho, valendo o troféu de campeão do mundo. O pontapé inicial está marcado para 12h (horário de Brasília).
Croatas alcançaram duas façanhas inéditas
A seleção da Croácia estabeleceu dois feitos inéditos na quarta-feira, 11 de julho, na semifinal da Copa da Rússia de 2018. Derrotou a Inglaterra, por 2 a 1, na prorrogação, e pela primeira vez em sua história vai decidir um título mundial.
A segunda façanha dos croatas foi sobreviver a três jogos seguidos disputados na prorrogação. Nunca antes uma equipe havia conseguido tal desempenho. A Inglaterra, sua adversária nas semifinais, foi quem chegou mais perto. Na Copa do Mundo da Itália, em 1990, superou Bélgica (oitavas de final), Camarões (quartas) e parou na Alemanha, nas semifinais, ao ser batida na decisão por pênaltis.
Croatas disputaram, na prática, um jogo a mais que os franceses
Enquanto a França precisou de seis partidas para chegar à decisão, os croatas tiveram, na prática, que disputar sete. Depois de passarem pela fase de grupos com aproveitamento de 100% derrotando Nigéria (2 a 0), Argentina (3 a 0) e Islândia (2 a 1), não conseguiram vencer um jogo sequer a partir das oitavas de final. Tiveram que passar por três prorrogações, ou seja, jogaram 90 minutos a mais que os franceses, que completaram todas as suas partidas no tempo regulamentar.
A conquista da Croácia teve um fator extra que não pode ser desprezado. Nos três jogos eliminatórios o time esteve em desvantagem no marcador. Os dinamarqueses marcaram 1 a 0 nas oitavas de final, mas cederam o empate. Na prorrogação, ninguém marcou, com Modric, o maior craque croata desperdiçando uma cobrança de pênalti no segundo tempo. Porém, na decisão através de penalidades máximas ele converteu seu lance e Subasic brilhou levando o time adiante.
França teve até ‘amistoso’ em seu caminho
Em nenhum momento da Copa do Mundo da Rússia de 2018 a seleção da França sofreu uma ameaça real de eliminação. Na primeira fase, superou Austrália (2 a 1) e Peru (1 a 0) sem realizar grandes atuações obtendo, assim, a classificação com uma rodada de antecipação. Isso acabou transformando a partida da terceira e última rodada contra a Dinamarca em um ‘amistoso de luxo’.
As equipes se arrastaram preguiçosamente registrando o primeiro empate sem gols do torneio. O resultado serviu para ambos. Garantiu a França na liderança do grupo e levou os dinamarqueses para as oitavas de final. Nesse estágio, os franceses fizeram 4 a 3 na Argentina, mas mostraram superioridade muito maior que a apresentada pelo marcador. Nas quartas, bateram os uruguaios por 2 a 0. Por fim, passaram pela Bélgica, por 1 a 0, nas semifinais.
Croácia eliminou os donos da casa e virou inimiga número 1 do país
Nas quartas de final, a Croácia liquidou a equipe da casa, que fez 1 a 0 no tempo normal e também não conseguiu suportar a pressão dos rivais e cedeu o empate. Na prorrogação, a situação se inverteu, com os croatas saindo em vantagem e permitindo a igualdade ao rival. Nos pênaltis não houve qualquer mudança. Subasic voltou a garantir a vitória.
O resultado garantiu antipatia local para a seleção, que foi aumentada por uma manifestação de apoio feita aos ucranianos, inimigos dos russos em briga por território, pelo zagueiro Vida, que jogou no país. Assim, a França certamente contará com maior apoio dos torcedores na decisão de domingo.
Nem cansaço impediu reação contra os ingleses
Porém, mesmo com a torcida contra e o cansaço acumulado os croatas conseguiram outra reação diante da seleção da Inglaterra. Os ingleses fizerem um gol com Trippier logo aos 5 minutos do primeiro tempo. Os croatas chegaram à igualdade aos 23 minutos da etapa final com Perisic.
A vitória chegou com tento assinalado por Mandzukic aos quatro minutos da etapa final do tempo extra. Com a derrota, os ingleses vão decidir o terceiro lugar com a Bélgica no sábado, 14 de julho, a partir das 11h (horário de Brasília). Repetem assim o desempenho de 1990, última vez que haviam conseguido alcançar as semifinais.
Franceses vão disputar sua terceira final
A Croata já garantiu sua maior participação na história, mesmo que não consiga derrotar a França no jogo agendado para 12h de domingo. O melhor desempenho anterior tinha sido justamente em solo francês e em sua primeira participação em mundiais. Ficou com o terceiro lugar na Copa do Mundo de 1998.
Para levar o troféu pela primeira vez novamente terá que provar sua condição de ‘imortal’. Além de ter disputado 90 minutos de futebol a mais que a França, terá um dia a menos para que os jogadores se recuperem fisicamente, uma vez que os rivais jogaram sua semifinal na véspera.
Os franceses, que fazem sua décima quinta participação em mundiais, disputam sua terceira final. A primeira foi em 1998 quando, em casa, golearam o Brasil por 3 a 0 e conquistaram a taça. A segunda aconteceu em 2006. Dessa vez o final não foi feliz. Perderam para a Itália em jogo que ficou marcado pela expulsão de Zidane, seu maior craque, ao dar uma cabeçada no defensor italiano Materazzi.