Maior contratação da história do Barcelona e segundo jogador mais caro do planeta, o brasileiro Philippe Coutinho fez no domingo, 5 de fevereiro, sua primeira partida completa vestindo a camisa do clube da Catalunha. Participou do começo até o final do derby local contra o Espanhol, que terminou empatado por 1 a 1.
O confronto marcou a quebra de um recorde histórico. Com 22 jogos sem perder na temporada 2017/2018 de LaLiga, o Barcelona sob direção de Ernesto Valverde Tejedor superou a marca de 21 partidas seguidas sem sofrer uma derrota sequer estabelecida pelo Barça da temporada 2009/2010, que tinha Pepe Guardiola no comando.
Porém, para o titular da seleção brasileira o início ainda não pode ser rotulado como animador. Especialmente para um atleta que fez o clube investir 140 milhões de Euros (cerca de R$ 550 milhões) somente para quebrar seu contrato com o Liverpool, da Inglaterra.
Estreia também foi contra ‘primo pobre’ da Catalunha
O atleta participou de quatro partidas desde que foi liberado pelo departamento médico do Barcelona, uma vez que chegou ao clube machucado. Três delas foram de forma parcial. Suas atuações podem ser rotuladas como discretas.
A estreia também foi contra o Espanyol, mas em jogo pela Copa do Rei da Espanha. Em 25 de janeiro, Coutinho atuou nos 23 minutos finais da vitória por 2 a 0. Quanto entrou o placar já estava estabelecido e o Barça apenas administrava a vantagem que garantia a classificação para as semifinais da competição. O brasileiro não conseguiu mudar esse ritmo e passou despercebido.
Três dias depois, fez seu primeiro jogo como titular. Em Camp Nou, o Barcelona venceu o Alavés por 2 a 1. Coutinho atuou até os 20 minutos do segundo tempo. Quando deixou o campo o Barça perdia por 1 a 0. Foi mais atuante que no primeiro jogo. Tentou chutes a gol, cobrou escanteios e procurou jogadas individuais, ainda que sem grande sucesso.
Talvez por isso tenha perdido o lugar entre os titulares. Voltou para o banco de reservas na partida contra o Valencia, em 1º de fevereiro, na abertura da rodada de ida das semifinais da Copa do Rei, também em Camp Nou. Foi acionado aos 13 minutos da etapa final, quando o duelo estava empatado sem gols. Não participou decisivamente da jogada, mas estava em campo quando Messi serviu para Suárez marcar e garantir a vitória por 1 a 0.
Sua participação tentando finalizações e nas cobranças de bola parada fizeram com que Valverde voltasse a escalá-lo como titular contra o Espanyol na vigésima segunda rodada da LaLiga. Embora não tenha feito gol ou dado assistência, mostrou-se mais adaptado e chegou a colocar uma bola na trave.
Dificuldade de adaptação é marca na carreira de Coutinho
As dificuldades para adaptação não são uma novidade para Philippe Coutinho. Pelo contrário, são frequentes em sua carreira desde que chegou à Internazionale, de Milão. Ficou dois anos no clube sem conseguir se firmar. Foi até mesmo emprestado durante seis meses para o Espanyol antes de ser negociado.
No primeiro ano da Inter, participou de 20 partidas, fez apenas um gol e deu duas assistências. No segundo, em que se dividiu entre o time italiano e o Espanhol, foi melhor. Atuou 24 vezes fazendo seis gols e dando passe para dois tentos.
O mesmo aconteceu no Liverpool. Apesar de chegar com status de titular, começou timidamente e mostrou melhora ano após ano tendo tido seu melhor desempenho na temporada passada (2016/2017), quando disputou 36 jogos assinalando 14 gols e prestando nove assistências. Em metade da temporada atual, também no clube inglês, atuou menos, mas sinalizou que conseguiria um desempenho individual ainda melhor. Em 20 jogos, fez 12 gols e deu nove assistências.
Craque fica de fora das partidas mais importantes
No Barcelona, Coutinho dá indicações de que sua reta de crescimento também tende a ser lenta e gradual. Até porque não poderá participar dos jogos que são considerados mais marcantes. Por já ter disputado a versão 2017/2018 pelo Liverpool, não poderá ser inscrito no torneio pelo Barça. Assim, sua participação vai se restringir ao Campeonato Espanhol e Copa do Rei.
Uma grande aliada para que o meia brasileiro consiga superar essa “timidez” inicial é a boa campanha que o Barcelona faz em ambos os torneios. É líder disparado e invicto de LaLiga e está próximo de alcançar o direito de disputar mais uma vez a decisão da Copa do Rei. Isso diminuiu a cobrança em cima do homem de 140 milhões de euros, que certamente seria muito maior caso o clube não estivesse em boa fase.