Depois das negociações no verão do Hemisfério Norte atingirem níveis estratosféricos de dinheiro com a transferência de Neymar para o Paris Saint-Germain, esperava-se que no inverno essa tônica se manteria. E se manteve, com a Inglaterra sendo o epicentro de tudo.
Depois de alguns meses de namoro, Philippe Coutinho finalmente foi para o Barcelona por valores que passam os 150 milhões de euros. O Liverpool tentou até o último momento manter sua estrela, mas acabou vendendo Coutinho com um lucro incrível, já que ele foi comprado da Inter de Milão por 8 milhões de Libras.
Com a compra do meio-campista, o Barcelona reforça ainda mais uma equipe que é a grande favorita para ganhar o Campeonato Espanhol e cujo jogo faz o time sonhar com a conquista da Europa pela sexta vez. O encaixe do brasileiro ainda é uma dúvida, já que ele não tem a mesma característica de seu compatriota Neymar e Iniesta é ainda uma grande peça na equipe de Ernesto Valverde. Mas com tantas estrelas, saber onde cada um joga é um problema que todo treinador gostaria de ter.
O valor de Coutinho já deu o tom de como o mercado está inflacionado e o próprio Liverpool teve que encarar o outro lado da moeda, trazendo o zagueiro holandês Virgil Van Dijk por 75 milhões de libras, maior valor de todos os tempos para um zagueiro. Ele jogava no Southampton.
É sempre interessante olhar os valores e como eles evoluíram na história. Por exemplo, em 2001, Zinedine Zidane era um dos maiores jogadores do mundo e terminou sua carreira como um dos maiores da história. O Real Madrid, ao tirá-lo da Juventus, foi acusado de inflacionar o mercado. O valor total da transferência foi de 77,5 milhões de euros, que sem analisar inflação, representa basicamente metade do valor de Coutinho.
Só que mesmo na era dos caminhões de dinheiro se deslocando pelo Velho Continente, ainda dá para achar algumas barganhas e se aproveitar de finais de contrato e jogadores descontentes. O Manchester United fez exatamente isso com Alexis Sanchez.
O chileno ficaria sem contrato no fim desta temporada e seis meses antes ele poderia assinar um pré-contrato com quem quisesse. Sem clima no Arsenal, ele quase fechou com o Manchester City na janela de verão, mas o acordo não deu certo. O United, esperto, cedeu Henrikh Mkhitaryan, que tem um contrato de dois anos ainda, e ganhou um novo camisa 7.
O Arsenal, que ficaria de mãos abanando em alguns meses, pelo menos ganhou em troca um bom jogador e já que teria que se reforçar de qualquer jeito, saiu com algo para se orgulhar. Mas isso não quer dizer os Gunners não tiraram o escorpião do bolso. A equipe londrina finalmente tentou fazer um impacto na janela de negociações e trouxe Pierre-Emerick Aubameyang, o atacante do Borussia Dortmund, que gosta bastante de falar mas também de fazer gols.
E os seus mais de 60 milhões de euros de custo começaram a valer a pena logo de cara, com ele fazendo um gol na goleada de seu novo time contra o Everton. Fora da Champions League, o Arsenal precisa voltar urgentemente para evitar ainda mais pressão da torcida e imprensa e Aubameyang, junto com Mesut Ozil, podem ser os líderes nessa conquista de uma vaga pela Premier League.
Ou seja, as principais movimentações tiveram os times ingleses envolvidos, já que o Paris Saint-Germain deu uma acalmada em seu ímpeto comprador, o Bayern de Munique não fez um grande splash e o Real Madrid deixou sua era galáctica um pouco para trás. O que não quer dizer que os boatos sobre Neymar interessar aos merengues não sejam verdade, muito pelo contrário.