Daqui a poucos minutos, o líder da Premier League entra em campo no Estádio Olímpico de Londres para enfrentar o West Ham. A segunda-feira fria da capital da Inglaterra verá o Liverpool em campo para tentar se distanciar ainda mais do resto dos times na ponta da tabela do Campeonato Inglês.
Faltando 13 rodadas – pouco mais de 3 meses – para a competição chegar ao seu final, essa é a primeira vez em muitos, muitos anos que o Liverpool é não apenas o líder, como também o mais forte candidato ao título, e com a reta final surgindo logo a frente.
Jürgen Klopp tem feito um trabalho louvável de longo-prazo para trazer os Reds até onde eles estão, e é sobre isso e outras coisas relacionadas ao time da terra dos Beatles que vamos falar brevemente aqui, além de dar boas dicas para apostar no jogo de logo mais!
A fila que parece não andar
Falar nos times grandes da Inglaterra hoje significa falar, via de regra, dos invariáveis seis melhores colocados do campeonato desde 2016 – e se não fosse o azarão mais querido do povo, o Leicester City, esse prazo seria muito maior. Esses times são Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham Hotspur, que ocupam todas as vagas nas competições europeias nas tabelas da Premier League e têm faturado também todas as taças nacionais (Copa da Inglaterra e Copa da Liga) desde 2014.
O Liverpool, embora esteja nesse pelotão, tem uma carência de títulos nacionais recentes que é tão crítica que virou motivo de chacota para todos – mesmo para torcedores acostumados a serem igualmente execrados por falta de troféus recentes, como os de Arsenal e Tottenham, por exemplo. Basta dizer que existe um site no ar, bem infame, que marca o tempo desde que o Liverpool ganhou seu último Campeonato Inglês (no momento em que escrevo aqui, o relógio marca 28 anos, 275 dias e 2 horas.
Enfim, basta dizer que o time de Klopp nunca ganhou uma Premier League em seu formato moderno (estabelecido em 1992), enquanto que gente como o já citado Leicester (2015-16) e Blackburn Rovers (1994-95). O único título dos Reds nesta década, aliás, foi uma humilde Copa da Liga Inglesa, em 2012. Isso é mais do que suficiente para um time tão gigante e vitorioso quando o Liverpool querer que a fila finalmente ande – 29 anos de espera é simplesmente incompatível com o tamanho do clube.
O maestro Klopp cumprindo o que prometeu
A verdade é que Jürgen Klopp manteve sua palavra desde que foi designado técnico do clube, lá em 2015. O que o técnico alemão disse em entrevistas na época era que precisaria de pelo menos três temporadas inteiras para moldar o time ao seu estilo de jogo e que, só depois disso, o Liverpool começaria a ganhar troféus.
Diga-se de passagem, em total louvor ao treinador germânico, que o time simplesmente chegou a uma final de Liga dos Campeões nesse meio tempo, como não quer nada, e enfrentou o Real Madrid de igual para igual na busca pela taça orelhuda.
A primeira temporada de Jürgen Klopp no comando técnico viu o clube terminar na cruel oitava posição, longe até da Liga Europa. No ano seguinte, já subiram o quarto lugar e foram à Champions League, e um ano depois, embora a mesma posição, ambos ataque e defesa foram mais eficientes.
Chegada a temporada atual, o Liverpool começou a disputa cabeça com cabeça com o todo-poderoso, milionário e atual campeão Manchester City, que acabou ficando para trás conforme as rodadas foram se passando, enquanto que o time vermelho seguiu em frente. Tudo indicava que a insistência de Klopp no seu estilo de jogo, contratações cirúrgicas e, o que os ingleses adoram falar, a mentalidade forte e vencedora finalmente veriam seu triunfo final.
Não bastasse, o que para outros seria um desastre – perder um craque como Philippe Coutinho, por exemplo – para o Liverpool mal foi sentido. O trio de ataque Mané, Firmino e Salah assusta até o melhor e mais experiente zagueiro, enquanto que os muros Alisson no gol e Van Dijk na zaga não deixam passar nada. No meio, xerifes das antigas como Henderson e Milner botam ordem na casa e produzem tanto os passes que alimentam o segundo melhor ataque do campeonato como os cortes que protegem a melhor defesa.
O que fazer para chegar lá, afinal?
O Manchester City fez a lição de casa no domingo (3) e venceu o Arsenal sem problemas por 3×1 no Etihad Stadium. Aliás, tirando os Gunners, que perderam o jogo grande da rodada, todo mundo do Top-6 já jogou e já venceu. É aí que entra justamente a força mental que citamos.
O dever do Liverpool é o dever de todo líder: administrar sua vantagem com sabedoria. Num campeonato de futebol de pontos corridos, isso significa entrar em todo jogo para vencer, não importa o adversário ou o local do jogo, e isso os Reds fazem como ninguém – se não fosse assim, não seriam dez vitórias no Anfield e outras nove fora de casa.
Para a partida de logo mais em Londres, o Liverpool terá três desfalques: Oxlade-Chamberlain (esse fora faz muito tempo), Joe Gomez e o próprio Van Dijk (suspenso). Embora atletas importantes (principalmente o último), não é suficiente para o Liverpool deixar pontos pelo caminho. Em Betfair, as odds são de 9 para 1 se o Liverpool vencer tanto por 3×0 quanto por 3×1.