É praticamente certeza agora: Messi vai continuar no Barcelona para a temporada 2020-21. O argentino se reapresentou ao Barça nesta segunda-feira (07) e, embora tenha dito que vá cumprir seu contrato até o fim (junho de 2021), os olhos estão todos no craque.
Ao mesmo tempo, isso significa que a Premier League, principal destino apontado para Messi, vai ficar sem o grande astro, ao menos por agora. Isso frustra especialmente o Manchester City, tido como principal destino possível para o camisa 10.
Mas com ou sem Messi, a Premier League de 2020-21 promete ser uma ao menos tão interessante quando foi a de 2020! Vamos entender o porquê disso.
O suprassumo do futebol mundial
Não é mais uma questão de complexo de vira-lata; qualquer um que assiste a um jogo de Série A do Campeonato Brasileiro em 2020 nota que o nível do futebol por aqui está baixo, e bem baixo. O jogo é feio, os placares são magros e a filosofia de jogo, com poucas exceções, é datada.
A Inglaterra, e isso já faz uns bons anos, roubou o protagonismo que foi da Itália quando o assunto é campeonato querido e gosto de assistir. Existem muitos estilos de jogo na Terra da Rainha, uns mais pegados, outros mais leves, mas todos deliciosos de assistir e torcer.
Na temporada 2018-19 ficou bem claro quanto os ingleses estavam à frente dos outros países: formaram as finais de ambas Liga dos Campeões e Liga Europa.
A coisa foi bem diferente em 2020, como ficou claro, mas a verdade é que o Bayern de Munique, por exemplo, é exceção na Alemanha, enquanto que times como Manchester City, Liverpool, Arsenal, Tottenham, Manchester United e Chelsea são regras na Inglaterra – aliás, que outro país tem “Big 6”?
Filosofia de jogo
Com todo respeito aos profissionais, mas em pleno 2020 ainda estamos vendo o futebol do Brasil preso no Muricybol, Cucabol ou outro que você preferir. Com uma ou outra exceção – notavelmente o que faz Jorge Sampaoli no Atlético-MG, mesmo com as peças limitadas com as quais conta – o Brasil ficou para trás no quesito inovação tática e mesmo jogo bonito.
A Inglaterra, por sua vez, já foi a terra do futebol feio; nada era mais tipicamente inglês do que jogos brutais terminando em 1×1, 0x0 ou vitórias magríssimas após partidas disputadas sob chuva e frio intensos – memes sobre o Stoke City que perduram até hoje são uma boa ilustração.
Mas esses dias, ao que parece, estão no passado. Times como Bolton e o próprio Stoke caíram de divisão para não voltar mais desde seus respectivos descensos, e o que se vê no país é times que 1: valorizam a posse de bola; 2: saem jogando sem estourar; 3: chamam o goleiro para trabalhar a jogada na defesa se possível; 4: treinam passe, domínio e visão de jogo à exaustão.
Nada indica melhor isso do que o fato de a Inglaterra ter se tornado o polo dos grandes treinadores mundiais. Os nomes que impõe respeito estão todos lá, e seus times já são chamados de “Liverpool do Klopp”, “City do Guardiola” e por aí vai – e isso não é coincidência.
O que esperar da Premier League 2019-20
Nosso objetivo aqui não é falar de especulações, comentar times um por um nem nada disso, mas sim dar uma ideia geral – e essa ideia geral já vai mostrar nitidamente o que a Premier League reserva.
Tirando a sequência de uniformes feios que foram lançados por muita gente – pesquise aí as camisas dois e três de Manchester United, Chelsea e Tottenham, para ficar nos grandes – o que podemos esperar são ainda mais astros nos campos ingleses.
Não vai ter Messi, é verdade, mas vai ter Havertz, Werner e Ziyech no Chelsea (um timaço que promete), van de Beek no United, Allan e James Rodríguez no surpreendente Everton de Carlo Ancelotti, um Arsenal cheio de brasileiros com a chegada de Willian e Gabriel Magalhães, e os todo-poderosos Liverpool e Manchester City, que mantiveram suas constelações de jogadores quase intactas.
O que esperamos, afinal? Ainda é difícil dizer, mas faltando apenas dias para o início de campeonato, a certeza é de que o Campeonato Inglês deverá ser, de novo, o centro gravitacional da Europa.