Um dia depois da celebração da Queda da Bastilha, que aconteceu em 14 de julho 1789 e foi considerado o evento mais importante da Revolução Francesa, a população da França voltou a tomar as ruas das principais cidades do país. Dessa vez, para comemorar o bicampeonato mundial conquistado em 15 de julho de 2018.
Na decisão da Copa do Mundo da Rússia, a seleção tricolor confirmou seu favoritismo diante de Croácia. Mostrou controle da partida desde o início e marcou 4 a 2 levando o troféu pela segunda vez. A primeira havia sido em 1998, quando os franceses sediaram a competição e também fizeram uma final memorável goleando a seleção brasileira por 3 a 0.
Time levou pragmatismo ao extremo
O futebol apresentado pela seleção comandada por Didier Deschamps, no entanto, nada teve de revolucionário. Muito pelo contrário. Apesar de os azuis contarem com atletas de primeira linha do futebol mundial, como o zagueiro Varane, os meias Kanté e Pogba, e os atacantes Griezmann e Mbappé, a estratégia escolhida foi uma tática geralmente reservada para times de melhor qualidade técnica.
Os franceses simplesmente não fizeram qualquer questão em manter a posse de bola. Dos campeões mundiais, apenas a Inglaterra, em 1966, teve menos o controle da pelota. Na final, a França ficou com a redonda em 41% do tempo de jogo enquanto os croatas, que têm como principal destaque o meio campo comandado por Modric, tiveram controle da gorduchinha por 59% da partida.
Vice dá uma mãozinha e árbitro de vídeo também ajuda franceses
O caminho da vitória foi aberto com uma mãozinha dos vice-campeões. Depois de lançamento de Griezmann, em cobrança de falta, para área croata, o atacante Mario Mandzukic, marcou contra abrindo o marcador aos 18 minutos do primeiro tempo. Dez minutos depois, os croatas igualaram o marcador com tento assinalado por Perisic.
A igualdade durou dez minutos. Através de cobrança de pênalti, Griezmann voltou a colocar a seleção da França em vantagem. Para determinar a infração, o juiz argentino Nestor Pitana precisou recorrer ao árbitro de vídeo, que conferiu mais credibilidade do Mundial.
No segundo tempo, os franceses deslancharam. Chegaram ao terceiro tento aos 14 minutos com Pogba e aos 20 minutos fizeram o quarto gol com Mbappé, que terminou ao lado de Griezmann como artilheiro da equipe no Mundial. Cada um deles balançou a rede dos rivais em quatro oportunidades. Quatro minutos depois, o goleiro Lloris cometeu um erro primário e permitiu a Mandzukic fazer o segundo tento croata. Com boa vantagem a França simplesmente administrou a frente no marcador.
Deschamps ganha fora e dentro das quatro linhas
Com o título, Didier Deschamps passou a integrar o seletíssimo clube de jogadores que também se tornaram campeões mundiais como treinadores. O primeiro deles foi o brasileiro Zagallo, que participou das conquistas da seleção brasileira em 1958 (Suécia) e 1962 (Chile) como jogador e faturou o tri em 1970 (México) já como técnico.
O segundo foi o alemão Franz Beckenbauer, campeão como atleta em 1974 e como treinador em 1990. Do trio, apenas Deschamps era capitão de sua equipe e pode ter a honra de levantar primeiro o troféu depois da conquista.
Modric ganha, mas não leva
Como tem se tornado uma tradição o jogador eleito como melhor do mundo não terminou a disputa como campeão. O prêmio foi dado, com justiça, para o Modric. Desde 1994, quando Romário levou a bola de ouro, na Copa dos Estados Unidos um atleta da seleção que conquistou o título não é considerado o melhor da competição.
A disputa pela chuteira de ouro terminou com vitória do inglês Harry Kane. Com seis gols marcados, o atacante do Tottenham foi o artilheiro do torneio. Sua seleção, no sábado, 14 de julho, perdeu para a Bélgica, por 2 a 0, a decisão do terceiro lugar.