Os brasileiros que não deram certo no Campeonato Alemão

Até agora fomos muito bonzinhos nas nossas retrospectivas, então hoje vamos pegar um outro caminho. Ao invés de lembrar grandes jogadores de determinados campeonatos ou times memoráveis de certas épocas e competições, vamos falar do que deu errado.

Para começar esse especial ranheta, vamos falar sobre alguns brasileiros que seguiram o caminho oposto ao de gente como Zé Roberto, Amoroso, Rafinha, entre outros: vamos falar de cinco brasileiros que deram errado no Campeonato Alemão.

5. Fernando Baiano

O último time profissional de Fernando Baiano acabou sendo o Mogi Mirim, dirigido por Rivaldo, já em 2014

O nome que abre a nossa lista talvez desperte lembranças positivas nos torcedores do Corinthians: Fernando Baiano, atacante que foi campeão mundial com o Timão em 2000 e também acabou artilheiro da Libertadores 1999 e campeão paulista no mesmo ano.

Antes de se arriscar na Europa, o jogador ainda passou com relativo sucesso por Inter e Flamengo, mas depois foi tentar alçar voos mais altos. O destino foi o Wolfsburg, que recebeu o jogador na temporada 2003-04.

Jogando ao lado de ninguém menos que D’Alessandro, Fernando Baiano chegou com hype, mas não conseguiu nada nos Lobos além de um tímido 10º lugar na Bundesliga. Foram 12 gols, é verdade, e por isso ele pega a última posição da nossa lista, mas a decepção é inegável.

4. Wesley

Aos 32 anos, Wesley está no Avaí depois de uma passagem totalmente sem brilho pelo Werder Bremen

Se o primeiro que falamos desperta lembranças no torcedor do Corinthians, este fará o mesmo com os do Santos. Quarto lugar para Wesley – sim, aquele mesmo Wesley lateral-direito, que também fazia tão bem a volância no meio de campo que tinha Arouca e Paulo Henrique Ganso em 2010.

Campeão paulista e da Copa do Brasil com o Peixe, o jogador fez as malas e foi tentar a sorte na Europa. Contratado pelo Werder Bremen, a única oportunidade de Wesley no Velho Continente passou bem mais em baixa do que ele gostaria.

Mesmo tendo ficado quase dois anos inteiro no time do norte alemão, o atleta só jogou 31 partidas pelo Werder Bremen, tendo sido assombrado por lesões e sem conseguir se fixar direito no elenco. De volta ao Brasil, passou por Palmeiras, São Paulo e outros, até chegar no Avaí, onde está hoje.

3. Marquinhos

Talvez Marquinhos possa se considerar com sorte: ele foi deixado de lado na Alemanha, mas se tornou o maior ídolo da história do Avaí

Já que o assunto é Avaí, nada mais propício do que apresentar nosso terceiro lugar, Marquinhos (não confundir com o zagueiro do PSG e da Seleção Brasileira!). O jogador é provavelmente o maior ídolo da história do Leão da Ilha, mas sua passagem pela Bundesliga não teve nada de alegria e idolatria.

Aposentado desde o ano passado, o meia catarinense não deu sorte na Alemanha. Depois de um excelente começo no Avaí, entre 1999 e 2000, Marquinhos foi contratado pelo Bayer Leverkusen, na época um dos mais poderosos entre os germânicos, mas não fez um jogo sequer pelo time titular, sendo relegado ao Bayer II (time B).

Como é de se esperar, o jogador voltou para o Brasil, onde passeou por tudo que é time até se estabelecer de vez na sua (acredite se quiser) quinta passagem pelo Avaí, por onde fez mais de 200 jogos entre 2013 e 2019 e virou ídolo. O Campeonato Alemão, porém, é um pesadelo do qual Marquinhos não faz questão nenhuma de se lembrar.

2. Carlos Alberto

O Bad Boy tem Campeonato Brasileiro e até UEFA Champions League no currículo, mas na Alemanha foi uma negação sem fim

Chegando ao topo da nossa lista, a lamentável medalha de prata fica com Carlos Alberto, o famoso Bad Boy do futebol brasileiro. Revelado pelo Fluminense, o meia passou por vários times no Brasil e na Europa, fazendo especial sucesso tanto no Flu, com o qual ganhou um Carioca e uma Copa do Brasil, quanto no Corinthians, com o qual foi campeão brasileiro.

O primeiro voo do jogador na Europa foi com o Porto, e não poderia ter sido melhor, culminando em título da Liga dos Campeões com o lendário time montado por José Mourinho em 2004. Depois de um retorno ao Brasil, Carlos Alberto partiu para sua segunda passagem pela Europa quando foi contratado pelo Werder Bremen, mas foi aí que a coisa degringolou.

Foram quase três anos de puro caos para Carlos Alberto, que era a contratação recorde do clube alemão na época, mas pelo qual fez um total de inacreditáveis três jogos. Brigas no elenco e afastamento do jogador pela direção fizeram com que o período de 2007 a 2010 fossem daqueles para serem esquecidos pelo Bad Boy, que passou quase todo esse tempo emprestado em clubes brasileiros.

O meia até se reencontrou na sua carreira, principalmente jogando pelo Vasco, clube com o qual é muito identificado até hoje, mas o jogador deixou aquela impressão de nunca ter atingido o máximo do seu potencial, e a passagem catastrófica pela Bundesliga tem muita culpa no cartório sobre isso.

1. Breno

O que começou como carreira europeia promissora terminou literalmente na cadeia para Breno. Difícil superar isso

Para nosso primeiríssimo lugar, ficarmos com o indiscutível maior flop entre brasileiros que se arriscaram no futebol alemão: Breno.

Revelado na base do São Paulo, o zagueiro teve um início de carreira espetacular, não apenas se mostrando seguro na defesa, como também fazendo seus golaços – isso começando com apenas 17 anos, aliás. Campeão brasileiro com o Tricolor, não foi surpresa para ninguém ver um time europeu interessado no jogador. No caso, o time era o Bayern de Munique.

Uma vez na Baviera, porém, as coisas começaram a desandar rápido para Breno. A primeira temporada, 2007-08, foi razoável, e o jogador pode se considerar até campeão da Bundesliga, mas dali em diante a experiência alemã foi um show de horrores.

Na temporada 2008-09, Breno era titular daquele time que tomou uma surra do Barcelona que viria a ser campeão da Champions League, e, um tanto queimado, acabou emprestado ao Nuremberg ao final da temporada. De certa forma foi o início do fim, já que foi lá que Breno sentiu sua primeira lesão grave, justamente quando parecia estar reencontrando seu bom futebol.

Devolvido ao Bayern para se recuperar, ele superou a lesão e de novo voltou a jogar bem, só para ser atingido de novo por outra lesão grave, estopim gerar o grande e mais famoso incidente da sua carreira: em 2011, sua casa foi atingida por um incêndio suspeito, pelo qual o jogador foi condenado como culpado na justiça alemã.

Preso na Alemanha de 2012 até o fim de 2014, o atleta ainda joga, sendo atleta do Vasco hoje, mas ficou para sempre marcado como “Breno, o do incêndio”. Não exatamente a passagem dos sonhos por um país para jogar bola.

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