Começamos uma série de posts especiais não para louvar os grandes nomes do futebol, mas, ao contrário, para relembrar alguns momentos que os jogadores prefeririam esquecer.
Já falamos sobre os brasileiros que falharam na hora de se arriscar no Campeonato Alemão, e agora é a vez de fazer o mesmo com os que deram com a cara no muro na Premier League inglesa!
5. Jô (Manchester City/Everton)
Abrindo nossa lista está um jogador que fez muito sucesso no Brasil e se tornou especialmente identificado com o Corinthians. Estamos falando de Jô, que foi campeão brasileiro com o Timão em 2005 e 2017 e da Libertadores com o Atlético-MG em 2013.
Entre essas duas passagens, porém, o jogador se arriscou na Europa, e o resultado não foi dos melhores. Depois de boa passagem pelo CSKA Moscou, da Rússia, Jô foi se arriscar no então novo-rico Manchester City, que estava engatinhando nas suas tentativas de montar supertimes.
A experiência do brasileiro no estádio City of Manchester acabou sendo bem abaixo do esperado. O atacante entrou em campo 42 vezes pelos Citizens, que pagaram valor recorde no brasileiro na época, mas só marcou 6 gols – um sério problema para um homem de área como ele.
Não surpreendeu ninguém que, pouco mais de seis meses, ele fosse emprestado ao Everton, onde foi um nadinha melhor (7 gols em 36 jogos) e acabasse deixando de vez os gramados ingleses para nunca mais voltar.
4. Kléberson (Manchester United)
Um adendo pessoal: é um prazer poder usar como foto de capa da matéria a clássica imagem de Sir Alex Ferguson com um campeão mundial e…Cristiano Ronaldo. Brincadeiras à parte, é a imagem que define a expectativa que se tinha em torno de Kléberson, que chegou ao Manchester United em 2003.
Tendo sido pentacampeão com a Seleção Brasileira na Copa de 2002, a ideia era que Kléberson chegasse a Old Trafford para manter o altíssimo nível do time que tinha acabado de vencer mais uma Premier League, mas que tinha perdido, entre outros, o astro David Beckham e Juan Sebastián Verón.
O que se viu do meia na Inglaterra, porém, foram performances irregulares e temporadas atrapalhadas por lesões, sendo que a primeira veio na segunda partida do brasileiro com os Red Devils. No final das contas, ele fez apenas 20 jogos (e 2 gols) pelo time de Manchester e acabou liberado em 2005.
3. André Santos (Arsenal)
Como torcedor do Arsenal, eu não tenho dificuldade nenhuma em apontar momentos especialmente difíceis que o time tem passado – são muitos de 2006 pra cá, convenhamos. Poucos deles, porém, superam a caca que era o time no começo da temporada 2011-12, quando os Gunners foram surrados pelo Manchester United por 8×2.
Foi justamente por causa daquela goleada que, dias antes do fechamento da janela de transferências da temporada, Arsène Wenger ativou o famoso modo “panic buy” e fechou três negociações no mesmo dia. Duas viriam a render muito bem (Arteta e Mertesacker), mas uma seria considerada para sempre uma das piores contratações do Arsenal na história: o lateral brasileiro André Santos.
Numa época em que os Gunners eram também especialmente assolados por lesões sem fim, o brasileiro ganhou espaço no time principal rápido e até marcou gols importantes em Champions League e no derby contra o Chelsea, por exemplo, mas nunca convenceu pra valer em campo – sua qualidade de defensor era medonha, e a expressão “avenida André Santos” era comum entre os fãs quando um adversário partia para o lado dele no campo
Após uma série de performances ruins, em fins de 2012 a paciência do torcedor e do time se esgotou de vez quando o brasileiro pediu para trocar camisas com Robin Van Persie no clássico contra o Manchester United – o holandês, capitão e astro do Arsenal até o começo da temporada, era e continua persona non grata em Londres. Foi o estopim e André Santos foi embora da Terra da Rainha para deixar zero saudades.
2. Roque Júnior (Leeds United)
Hora de falarmos de mais um campeão do mundo com o Brasil que não vingou na Inglaterra. Com nossa medalha de prata, Roque Júnior, o terror das lembranças do torcedor do Leeds United!
A verdade é que o desempenho do zagueiro brasileiro na Premier League acabou sendo excepcionalmente ruim, e não que ele fosse um cara que deu sorte em um ou outro clube – ser campeão de Libertadores com o Palmeiras e titular do Penta deixam isso claro, não é?
A experiência de Roque Júnior na Inglaterra aconteceu, na verdade, quando ele era jogador do Milan, onde havia faturado Champions. O Leeds, desesperado na luta contra o rebaixamento na época, estava doidinho por um zagueiro de primeiro nível para se reforçar, e conseguiu o brasileiro por empréstimo. Foi o fim da alegria dos torcedores, porém.
Em apenas 24 jogos com a camisa do time, Roque Júnior fez parte de um elenco que não apenas acabou rebaixado, como acabou tomando absurdos 77 gols na Premier League – a pior defesa de todos. Para se ter noção, o jogador foi expulso na sua primeiríssima partida com o Leeds, que sofreu 25 gols nos sete primeiros jogos com o brasileiro. Pra esquecer mesmo.
1. Afonso Alves (Middlesbrough)
Nosso primeiro lugar é um pouco desconhecido em comparação com os outros, mas foi unanimidade entre os blogueiros ingleses: Afonso Alves, o pior pesadelo dos torcedores do Middlesbrough deste século!
O atacante era da base do Atlético-MG, mas foi fez seis jogos pelo time profissional do Galo, sem marcar nenhum gol, e já foi tentar a sorte no futebol europeu, mesmo que começando por baixo.
O país que o recebeu inicialmente foi a Suécia, mas o sucesso veio mesmo na Holanda, quando, jogando no Heerenveen, Afonso fez absurdos 45 gols em 38 jogos. Os olhos do Boro cresceram e ele compraram o brasileiro sem medo de serem felizes.
Numa transferência caríssima de 12,5 milhões de libras, a primeira temporada até que foi razoável, com o jogador marcando seus dois primeiros gols num empate dramático com o Manchester United. Foi o máximo de positividade que veio da passagem, pois no ano seguinte as coisas rolaram morro abaixo em proporções titânicas.
Para 2008-09, a produtividade acabou de vez, com o jogador fazendo apenas sete gols em 33 aparições bem tímidas pelo clube. Sem espaço por lá e na Seleção Brasileira, para a qual era convocado de vez em quando em 2007, Afonso Alves foi embora e desapareceu no futebol árabe, enquanto que o Middlesbrough, pobre e decepcionado, acabou rebaixado. Final mais melancólico para um casamento milionário não tem.