Real Madrid ou Liverpool? Os espanhois, que venceram as últimas seis finais que disputaram ou o maior campeão inglês em uma decisão 11 anos depois e justamente o último a bater o Real, em 1981? Cristiano Ronaldo, com 15 gols na competição e 44 na temporada, ou Mohamed Salah de 10 gols no torneio e também 44 no que levamos desde agosto? É difícil apostar em quem vai levar a orelhuda para casa, mas o jogo promete ter muitos gols.
As características ofensivas das equipes e suas falhas defensivas nos levam a acreditar que o jogo será eletrizante e com um placar recheado. De um lado, o time treinado pelo alemão Jurgen Klopp marcou 40 vezes nos 12 jogos que fez no torneio. O trio de ataque formado por Firmino, Salah e Sadio Mané tem 29 e jogam com velocidade, troca de posições e todos têm capacidades de vencer duelos individuais, quebrando o equilíbrio da defesa rival. Em todo o torneio, os Reds só passaram em branco contra o Porto, em um empate por 0 a 0. Marcaram sete gols duas vezes e cinco em outras duas oportunidades.
Do outro lado estará o Real Madrid de Cristiano Ronaldo. O português é responsável por 15 dos 30 gols de sua equipe no torneio e depois de não marcar contra o Bayern nos dois jogos da semifinal, chega a Kiev com fome de manter o trono do futebol mundial e de selar a ótima temporada com mais gols. No entanto, não só de Cristiano vive o maior vencedor da Champions.
Zidane terá os 24 jogadores do elenco principal à disposição e opções de artilharia não faltam. Gareth Bale marcou cinco vezes nos últimos cinco jogos e é o vice-artilheiro da equipe na temporada com 17 gols no total. Marcelo marcou contra o PSG, Juventus e Bayern, demonstrando ótimos números para um defensor. E se falamos de defensores marcando em momentos decisivos não podemos nos esquecer de Sérgio Ramos autor de gols nas finais de 2014 e 2016, ambas contra o Atlético de Madrid. Além disso, Benzema foi o herói contra o Bayern de Munique no Santiago Bernabéu e Marco Asensio já mostrou ter a estrela dos grandes jogadores, brilhando em Munique e contra o Paris Saint-Germain.
Como o jogo não é feito apenas de ataque, as defesas também são convidativas. O Real Madrid sofreu 15 gols em 12 jogos. Foi vazado três vezes pelo Tottenham na Inglaterra, tomou três da Juventus em casa e dois do Bayern de Munique. Em 2018 sofreu gols em 80% dos jogos. Do lado inglês, 13 gols sofridos em um time que oscila entre a segurança e o caos. O Liverpool chegou a abrir 3 a 0 no Sevilla na primeira fase e permitiu o empate em 45 minutos.
Comportou-se muito bem contra Porto e Manchester City sofrendo apenas um gol em quatro confrontos, mas contra a Roma voltou a ter calafrios. Em Anfield tinha a eliminatória controlada com uma parcial de 5 a 0 e permitiu dois gols em 5 minutos que deram vida aos italianos para a volta. No Olímpico foram quatro gols romanistas, sendo um bizarro. Milner recebeu uma bolada na cara, no que deveria ser um chute para afastar uma jogada de perigo e a bola terminou no fundo das redes de Karius.
Por onde olhamos, de qualquer ótica ou perspectivas percebemos a tendência que as duas equipes marquem e que o confronto seja emocionante. Ainda que digam que “as finais são para ganhar, não para jogar”, Liverpool e Real Madrid não sabem ganhar de outra forma que não seja atacando com tudo que têm e apostando em marcar quantos mais gols puderem.