O Chelsea sagrou-se bicampeão da Europa League com muitos méritos, vencendo seu rival de cidade, o Arsenal, por sonoros 4 a 1. Normalmente eu escreveria um texto falando como foi, o que rolou em campo e no caso como Maurizio Sarri venceu Unai Emery. Mas eu prefiro falar de como foi esquisita essa final de Liga Europa.
Vou então por tópicos, rapidinho.
1 – Unai Emery é o rei Liga Europa, vencendo três vezes seguidas com o Sevilla. Ele levar 4 a 1 em uma final de Liga Europa é como o Pelé perder uma final de Copa do Mundo por 3 a 0.
2 – Eden Hazard fez dois gols, deu passe para o outro. E no fim do jogo basicamente se despediu dos torcedores do Chelsea. Ele deve ir para o Real Madrid. Já Sarri, em sua primeira temporada na Inglaterra, conseguiu uma bela conquista inédita e… também deve sair. A Juventus está interessada.
3 – Mas nenhuma despedida foi tão estranha como a de Petr Cech. O excelente goleiro checo do Arsenal se aposentará após ter ido buscar a bola no fundo do gol por quatro vezes. E deve ir trabalhar… no Chelsea.
4 – A final foi em Baku, no Azerbaijão, um país que não faz parte da União Europeia. E além do problema com o preço estratosférico de ingresso e hospedagem, ainda teve a vergonhosa não ida do armênio Mkhitaryan para a final porque seu país tem péssima relação com o Azerbaijão.
5 – O ex-Arsenal Olivier Giroud abriu o placar da partida justamente em um ano que o Chelsea sofreu com a falta de um goleador. Aubameyang, que é 15x melhor, passou em branco.
6 – Ozil mal tocou na bola, foi substituid… pera, isso foi plenamente normal em um jogo decisivo.
O Arsenal não precisa explodir tudo. Foi a primeira temporada no pós-Arsene Wenger e a equipe teve desempenho aceitável na Premier League. A quinta posição poderia ter sido a terceira não fosse o término ruim de temporada. Essa foi a diferença dos 72 pontos do Chelsea e os 70 dos gunners.
Mas fica claro que nem Emery e nem Jesus na terra vão conseguir dar jeito nesse elenco sem grandes investimentos.
Já o Chelsea é um case para levar ao psiquiatra. O time empilha bons resultados nos últimos 15 anos, na era Abramovich. Títulos ingleses, uma Champions League, duas ligas europas. Mas ao mesmo tempo são inúmeras trocas de treinador e estrelas “não-inglesas” que sempre parecem criar atritos ou serem jogados na fogueira.
Hazard passou o ano inteiro respondendo perguntas sobre sua saída. E até cobranças públicas de Sarri, que indicou que faltava fome ao belga. Com a saída dos dois é difícil não pensar em reformulação completa e uma próxima temporada que começa quase do zero, sem poder criar muitas expectativas.
E isso que é estranho: o time que ganhou seja talvez o mais sem razões para empolgar. Não que o torcedor do Arsenal esteja dando pulos de ânimo também, até porque put&$% que virou saco de pancada.