Brasil e Alemanha são duas seleções intimamente ligadas desde 2014. Depois da semifinal com placar que não pode ser citado, ambos chegaram na Rússia com o status de favoritas para as casas de apostas e opinião pública. As duas estrearam no mesmo dia, domingo, 17 de junho.
E as duas decepcionaram em suas estreias. Vamos começar com a nossa a seleção.
Decepção, mas calma
Quando Philippe Coutinho dominou e meteu uma bomba no ângulo do goleiro suíço, parecia que o Brasil venceria fácil a seleção europeia. O time estava pressionando e com um quarteto poderoso à frente – além do autor do gol, Neymar, Willian e Gabriel Jesus – a vitória era questão de tempo.
Pois bem, esses quatro morreram, especialmente no segundo tempo. Neymar foi bastante criticado por segurar a bola nas mesas redondas pós-jogo. As 10 faltas sofridas são melhor explicadas por essa fome que por ele ter sido incisivo ou efetivo.
Tite e seus comandados preferiram não prolongar muito a reclamação que foi falta no gol de empate dos suíços ou então um pênalti em Gabriel Jesus. Melhor assim, já que não dá para desviar o foco do fato que a seleção jogou mal e Tite, especialmente com a troca de Paulinho por Renato Augusto, também não foi bem.
Mas também não é hora para vender os fogos, desmarcar os churrascos e esperar outro 7 a 1. Tudo bem, o Brasil ficou sem vitória em estreia de Copa, algo que não acontecia desde 1978, mas o grupo continua não colocando medo. Há espaço para melhora e o empate pode ter sido o choque de realidade necessário enquanto ainda há como se recuperar.
Um empate mesmo jogando mal, com um gol do adversário polêmico e perdendo várias chances, até dentro da área, era tudo que os atuais campeões gostariam.
A nuvem negra dos campeões
A Itália, campeã em 2006, não passou da primeira fase em 2010. A Espanha, vencedora em 2010, levou 5 da Holanda na estreia de 2014 e também caiu na fase inicial. E a Alemanha, campeã em 2014, perdeu para o México em 2018.
O México, cujo lema sempre será “jogamos como nunca, perdemos como sempre”. Dessa vez não só não perdeu como merecia ganhar de mais. O primeiro tempo da seleção foi primoroso, explorando com facilidade verdadeiros buracos no sistema defensivo alemão, uma frase que é estranha até de escrever.
O gol saiu em um contra-ataque que Lozano driblou Mesut Ozil na área e soltou a bomba que nem Manuel Neuer conseguiu defender, ainda no primeiro tempo. No segundo o time perdeu aproximadamente 500 contra-ataques, mas conseguiu se segurar bem mesmo com os atuais campeões colocando um atacante atrás do outro.
Agora qualquer derrota em uma estreia do favorito gerará uma relação com a Espanha de 2010, que perdeu para a Suíça no jogo inaugural e depois daquilo só venceu até conquistar seu primeiro troféu. Obviamente essa ligação serve como motivação para dar a volta por cima.
Mas o desempenho precisa ser analisado: a seleção alemã jogou muito mal. E mais preocupante que isso: não foram apenas más atuações de seus principais jogadores, mas sim uma falta de organização que não é nada comum. O grupo, com Coréia do Sul e Suécia complementando, não é de assustar. Mas essa derrota complica bastante a conquista da primeira posição. E o segundo deste grupo deve pegar o Brasil.
Bélgica busca consolidação
A piada sobre a excelente geração belga e o fato deles nunca terem mostrado tanto assim em campo é um pouco injusta, já que em 2014 a equipe perdeu para a finalista Argentina nas quartas, um resultado longe de ruim.
Mas agora em 2018 os belgas precisam mostrar mais e a chance é ótima. A equipe continua talentosa – Thibaut Courtois, Kevin De Bruyne, Eden Hazard e Romelu Lukaku de destaques – e está em um grupo fácil. A estreia é contra o Panamá e depois o time ainda encara a verde Inglaterra e a Tunísia.
Para se livrar do status de eterna promessa, só ganhando.