Top 10 dos vexames dos clubes brasileiros em 2020

O vexame do Grêmio só não está mais em cima porque é o primeiro turno. Mas o time de Renato Gaúcho fez feio na final para o Caxias, perdendo por 1 a 0 e com Vanderlei evitando algo pior.

O Tricolor começou o Gaúcho tropeçando, mas se recuperou e bateu o Inter no Beira-Rio com gol de Diego Souza nas semifinais. Achar que a final seria apenas um detalhe não é um erro: o Caxias disputará a Série D em 2020 e o Grêmio é dominante no estado. Resultado: Caxias venceu e o Grêmio tem que jogar o segundo turno com tudo. Não teremos Gre-Nal na decisão do Gauchão 2020.

Pode parecer estranho a inclusão, mas aqui na verdade não falamos só de Cristóvão e sim apontamos o vexame que os dirigentes brasileiros protagonizam. Eles contratam mal os treinadores e depois demitem na mínima pressão. Quem paga a rescisão não são eles, então a caneta é nervosa mesmo, sem peso na consciência.

Cristóvão Borges está nesta lista porque sua demissão foi absurda. Ele treinou o time por sete jogos, perdeu uma partida apenas (com time misto), teve aproveitamento de 66% e venceu o clássico contra o Goiás por 3 a 0. Mas o Presidente disse que ele era “light” nos treinos e não gostava de sua metodologia. Só pode ser sacanagem.

Para deixar claro: tem treinador que não tira o melhor do time e demitir muitas vezes é a única solução. Mas em 99% dos casos o erro é do dirigente que não fez pesquisa, não pensou em perfil e não contratou da forma correta. Cristóvão não se tornou light por causa do sol de Goiânia nos últimos dois meses, ele já era assim. Para que contratou então?

Ser eliminado na primeira fase da Copa Sul-Americana não é um vexame por si só. Por exemplo, nesta quinta o Fortaleza dominou o tradicional Independiente da Argentina, vencia por 2 a 0, mas tomou um gol nos acréscimos e pelo gol fora de casa foi eliminado. Saiu aplaudido do Castelão.

Agora o Goiás perdeu os dois jogos para o paraguaio Sol de América, quinto colocado do Clausura 2019 e nono no Apertura de 2020. Ai sim temos um vexame.

Este vexame é compartilhado e também envolve dois times que estão subindo para a Série A. O Sport está em uma crise financeira enorme e cada dinheiro que entrar será uma alívio. Pois bem, a Copa do Brasil e seus prêmios milionários por passar de fase já eram porque o time foi eliminado pelo Brusque na primeira fase. Aliás, o time está na zona de rebaixamento no Pernambucano e também já demitiu treinador.

O Coritiba voltou para a Série A depois de anos na segunda divisão e tendo que ver o Athletico conquistando títulos, como a Copa do Brasil. O planejamento no orçamento era chegar pelo menos à terceira fase do mata-mata nacional, mas eis que surgiu o Manaus, fundado em 2013. Pênalti perdido por Sassá, eliminação na primeira fase e um rombo no orçamento logo de cara.

O Flu tem que encarar o Flamengo ganhar tudo e olhou para a Sul-Americana com carinho: era a possibilidade de um título de maior expressão. Primeira fase, Unión La Calera do Chile, 1 a 1 no Maracanã, 0 a 0 no Chile, eliminação. Em 66 anos de história o clube chileno tem como conquistas duas séries C e três séries B.

Poderia ser pior: o time estava perdendo por 2 a 0 do Moto Club na Copa do Brasil, mas conseguiu virar. Só que a Copa do Brasil terá todos os grandes logo. A Copa Sul-Americana estava aberta e o próprio Flu chegou longe em 2019…

O Bahia tem planos grandes no cenário nacional e começou a arregaçar as mangas nos últimos anos com a permanência na Série A. O time chegou a flertar com vaga na Libertadores em 2019, mas terminou a temporada com tropeços. Mesmo assim começou 2020 com sonhos grandes. A Copa do Brasil é perfeita para um clube como o Tricolor da Boa Terra porque além de ter prêmios ótimos em cada fase, é um mata-mata, não um torneio de pontos corridos que exige capacidade financeira e de elenco.

Apaga os sonhos: a equipe foi eliminada pelo River do Piaui, que aliás já caiu na segunda fase. Um time da Série D eliminou uma equipe da Série A. Vexame.

Teremos mais Galo nesta lista. A primeira eliminação de 2020 veio quase no jogo de ida. A equipe encarou o Unión Santa Fé, atual 18° colocado do Campeonato Argentino. Mas parecia que eles eram o Boca Juniors de 2000. O primeiro gol foi sofrido aos três minutos. Veio o segundo, o terceiro e o Galo ainda errou um pênalti.

Na volta a equipe mineira fez 2 a 0 rápido, mostrando até como o rival estava longe de ser qualificado. Mas não conseguiu o terceiro. Ali foi o primeiro golpe no queixo em Dudamel e a torcida. O segundo seria na cara.

Boavista e Volta Redonda têm seus méritos. Mas é uma vergonha que Vasco e Botafogo não consigam ficar à frente desses dois modestos times. Não importa se jogaram com time reserva (não adiantou nada aliás os treinos e descanso extra), não é admissível ficar fora das semis da Taça Guanabara ou Taça Rio.

O Botafogo teve 9 pontos em seis jogos e se despediu da Taça Guanabara levando uma surra de 3 a 0 do Fluminense. Também já teve que demitir treinador. O Vasco foi ainda pior: 7 pontos em seis jogos. Pelo menos avançou de fase na Sul-Americana, fazendo 1 a 0 em 180 minutos contra o Oriente Petrolero.

É começo de trabalho, mudanças de ideias, reforços chegando, o maldito gol fora de casa. Tudo justo. Mas ser eliminado na Pré-Libertadores é um vexame. E ter o Guarani do Paraguai como algoz é pior ainda.

Não estamos falando nem de uma potência do país vizinho. Não é o Olimpia. Mesmo assim o Timão foi eliminado em 2015 e agora de novo em 2020, com Cassio levando um gol de falta no canto que ele cobria. Tiago Nunes já está pressionado e o time não jogará a fase de grupos da Libertadores – onde faria dois clássicos contra o Palmeiras – e nem a Sul-Americana. Prejuízo enorme.

Muitos fatores podem ser analisados na hora de falar se um clube grande passou vexame ou não. Neste texto a maioria dos vexames foram eliminações para times consideravelmente menores e de orçamentos limitados em fases iniciais de competições.

Agora, o Atlético-MG combinou os fatores mais incríveis para um combo vexatório de primeira. Vamos destrinchar isso:

• Era a segunda fase da Copa do Brasil
• O time rival era modesto, com uma folha salarial de 100 mil reais, que não paga nem dois dias da folha salarial do Galo.
• Ainda tem um nome engraçado: Afogados. Da cidade de Afogados da Ingazeira.
• O estádio ajudou? Sem dúvidas. O Vianão, com 1500 pessoas, tem aquele ar de várzea e microfones captando a torcida xingando até a mãe do Prefeito com qualidade cristalina.
• Teve falha de jogador de nome? Teve. Guilherme Arana tomou um olé da bola e do atacante do Afogados, que fez um belo gol.
• Teve um personagem? Óbvio. Wallef, o goleiro de boné porque o sol das 21h estava demais.
• O time grande sucumbiu como um castelo de cartas molhado depois de um vento de 120 km/h? Sim. O Galo abriu 2 a 0 nas cobranças de pênalti, depois que os dois primeiros batedores do Afogados colocaram a bola no Oceano Atlântico de tão longe que chutaram. Mesmo assim perderam.

Foi o vexame perfeito, só faltou puxar uma briga no fim e perder ela também. Parece que um torcedor do Cruzeiro criou esse roteiro em um devaneio para tentar esquecer os últimos meses e viu tudo se materializar.

O Galo tanto passou vexame que demitiu treinador, auxiliares, gerente e diretor de futebol. E assim como no caso Cristóvão que falamos acima, todos sabem que o culpado é o Presidente. Mas ele não sai. E quem tem que aguentar a zoação e o problema com o rombo nos cofres é a torcida.