Com o mundo parado por conta do Coronavírus, uma federação esportiva vai na contramão do mundo e não apenas segue com o futebol normalmente, como ainda mantém os estádios abertos (e cheios). A seguir vamos falar sobre a verdadeira bizarrice que está acontecendo no Campeonato Bielorrusso.
Sozinhos na Europa
A única federação europeia de futebol que mantém suas atividades normalmente é a de Belarus (Bielorrússia).
Apenas outras sete associações de futebol no planeta inteiro continuam com bola rolando, sendo elas Singapura, Butão, Palestina, Bermuda, Nicarágua, Papua Nova Guiné e Angola, em todos os outros continentes.
O que começou na Itália, atual epicentro da doença, se espalhou pelo resto do continente como fogo, e não demorou para o que eram jogos já feitos a portões fechados (atitude criticada agora por ex-jogadores como o astro Paolo Maldini, infectado pelo COVID-19).
Na contramão de tudo isso, Belarus segue com portões abertos, jogos lotados e um campeonato em andamento completo e normal.
Nas palavras do presidente da federação de futebol do país: “Estudamos cuidadosamente todas as circunstâncias que cercam a situação e chegamos à conclusão: em Belarus não há pré-requisitos para o campeonato não começar”.
O que dizem as autoridades
Em tempos que se tornou comum vermos autoridades de todos os tipos se posicionando de maneira drástica em relação a tudo que acontece por conta do vírus, o presidente de Belarus não parece assim tão preocupado.
“Eu não bebo, mas brinquei que agora devemos não apenas lavar nossas mãos com vodka, mas provavelmente envenenar o vírus por dentro”. Se o representante máximo do país pensa assim, não é de impressionar que o órgão de futebol se sinta à vontade para colocar os times em campo.
Uma das justificativas dos cartolas de Belarus é de que o campeonato precisa acontecer no seu período previsto de sempre, entre março e dezembro, porque o restante do ano é de frio extremo e impossibilita os esportes ao ar-livre. Até aí tudo bem, mas a que preço?, a gente se pergunta.
Riscos e o futuro
O presidente Aleksander Lukashenko citou ainda que o povo de Belarus “já sobreviveu a epidemias piores” e completou ainda que “a mídia internacional está cobrindo a pandemia de forma equivocada”. Não queremos causar polêmica aqui, mas qualquer coincidência com outros líderes não é mera coincidência.
Justificando-se de que a UEFA permite às federações nacionais tomarem decisões soberanas, a Vysshaya Liga começou no último final de semana. Um número pequeno de torcedores foi ver a vitória do Energetik-BGU Minsk sobre o maior campeão nacional, BATE Borisov – pequeno, mas presente e aglomerado.
O órgão de futebol de Belarus ainda disse que jogar a portões fechados não diminuiria em nada o risco do contágio do COVID-19, lembrando os jogos de UEFA Champions League em que milhares de torcedores se reuniram do lado de fora dos estádios para apoiar o time, ainda que de mais longe do que o comum.
Mau exemplo
“A situação no país não é tão grave que precisamos parar tudo. Não há situação crítica e o calendário foi aprovado há muito tempo.” – eis a justificativa final das autoridades bielorrussas.
Deixando o jornalismo um pouco de lado, o que cabe aqui é uma mensagem clara: não deixe esse exemplo péssimo de alguém que não está levando a sério a gravidade da situação te enganar de que esteja tudo bem.
A crise é real, a doença é altamente contagiosa e medidas extremas de higiene e isolamento são as únicas esperanças de diminuir ou, no mínimo, desacelerar o ritmo do contágio.
Assim sendo, o que este que vos fala e toda a equipe Notícias Futebol recomenda é o que você já sabe: fique em casa, só saia para o que for terminantemente essencial e lave as mãos sempre, protegendo a si mesmo, a quem você ama e a toda a humanidade nesta hora sombria e sem precedentes.