
Quando eu disse que imaginava que o Flamengo fosse mais parecido com o Santos de 2011 no Mundial de Clubes, não imaginava que seria o mesmo 3 a 1 que o time paulista teve contra o Kashiwa Reysol. Mas o 3 a 1 do Flamengo foi sofrido. Não foi bonito. E por isso temos “pontos negativos” no título. Agora dá para também tirar alguns pontos positivos, claro.
Vamos a eles e depois ainda falaremos um pouco do Liverpool contra o Monterrey.
Pontos negativos do Flamengo na estreia
Filipe Luis está mal. Há alguns jogos o lateral-esquerdo não joga bem e o espaço entre ele e Pablo Marí está sendo um problema que os rivais estão explorando e triangulando nele. Como Marí é lento, é comum ter alguma investida rápida que faz a defesa correr atrás e não encarar “de frente”. E Luís, com erros de passes, está causando essa exposição.
Saída de bola não funcionou. Assim como no jogo do River, Gerson e Willian Arão não tiveram tranquilidade para começar o jogo e o time teve que depender bastante de passes longos diretos para Bruno Henrique e Gabriel, posicionados longe da área. Com certeza com a pressão do Liverpool esse cenário irá se repetir.
Prolongado período de futebol apagado: o Flamengo que atropelou todo mundo sempre foi de explosões dentro do campo, inclusive conseguindo gols seguidos. Mas preocupa que no jogo contra o Liverpool e River Plate, além de outros jogos de menor importância no Brasileirão, o time teve prolongados períodos apagados. Isso não pode acontecer no sábado.
Pontos positivos do Flamengo na estreia
O talento segue decidindo: um dos benefícios de você ter jogadores talentosos é poder jogar mal e mesmo assim vencer partidas porque em uma ou duas bolas seu craque decidiu. Ontem foi Bruno Henrique, que era o único ligado em um primeiro tempo ruim e no segundo tempo foi o responsável principal pela virada. Em um jogo como contra o Liverpool, um lance iluminado dele pode fazer o sonho se tornar realidade.
O time tem capacidade de reação. O psicológico pareceu pesar mais uma vez, com nervosismo após o gol do Al-Hilal. Mas de novo o intervalo mudou o jogo, com a equipe focada e uma mudança no ritmo quase imediata, algo que demorou mais na final da Libertadores. Nesta nova edição do Mundial nenhum time brasileiro tinha conseguido uma virada.
Diego Alves: a fórmula para bater os europeus começa pelo goleiro. Rogerio Ceni e Cassio tiveram as partidas de suas vidas contra Liverpool e Corinthians. Com a produção incessante do Liverpool não vai dar para impedir as finalizações de Salah e companhia. Por isso Diego Alves precisa estar no modo paredão. Ontem ele foi muito bem.
Falaremos mais sobre o duelo da final no post de sexta-feira. Agora vamos ao jogo que vai decidir o rival do Flamengo no sábado, às 14h30.
Liverpool x Monterrey

Nem precisa dizer quem é o favorito. Ok, vou dizer: se a vitória do Flamengo ontem pagava 1,34 para 1, hoje a do Liverpool paga 1,26 para 1 na Betfair, apesar do Monterrey ser talvez um adversário de melhor qualidade técnica.
Klopp já falou que o Liverpool “não viajou 3 mil milhas para não fazer nada”. E ele deve ir de força máxima nos dois jogos. Ou seja, vamos ver toda a trupe no Mundial, inclusive Alisson, Van Dijk, Henderson, Salah e Mané.
No jogo de estreia, entretanto, muitos deles serão poupados: Mane, Firmino, Van Dijk e Alexander-Arnold ficarão no banco.
Algo que está pegando bastante na cobertura do Mundial dos ingleses – além da falta de interesse mais uma vez – é destacar que o Liverpool sempre fracassou na competição, perdendo ela três vezes. Uma para o próprio Flamengo e a mais recente para o São Paulo.
Portanto não há razão para acreditar que os reds vão tirar o pé. Pobre Monterrey.