O sonho do bicampeonato europeu do Liverpool chegou ao fim em Anfield diante do Atlético de Madrid, naquele que foi o grande duelo das oitavas de final, ao menos até agora. Vamos falar sobre isso e sobre o avanço de PSG, Atalanta e RB Leipzig – e consequente eliminação de Tottenham, Valencia e Borussia Dortmund.
Simeone amassa os planos dourados de Klopp
Naquele que pode ter sido o último jogo em Anfield com torcida da temporada, por conta do Corona Vírus (falaremos sobre isso num post especial logo mais), o Liverpool entrou em campo como campeão da Liga dos Campeões, mas saiu eliminado.
O futebol heavy metal de Jürgen Klopp até estava lá, mas parou no esquema defensivo de Simeone, que segurou uma derrota de 1×0 até a prorrogação, onde o Atlético de Madrid mostrou todas as suas armas e venceu na bola rolando, sem choro.
O primeiro tempo foi um massacre do Liverpool em chances criadas, mas apenas um gol, marcado por Wijnaldum. O goleiro Oblak operou alguns milagres, só que o esloveno é tão bom que faz parecer fácil. Para colocar em números: 34 chutes do Liverpool, sendo 11 na direção do gol.
Os espanhóis se seguraram com sucesso até os primeiros instantes da prorrogação, quando Firmino fez o segundo dos Reds. Porém, a noite de alegria do torcedor da casa no Anfield acabaria aí.
Três minutos depois, Llorente descontou para o Atléti, e já era o suficiente para passarem de fase. O mesmo Llorente empatou o jogo e, já no finzinho da prorrogação Morata virou o jogo e matou o duelo.
Num jogo em que Alisson não entrou em campo, machucado, avançou quem tinha o melhor goleiro, levando em conta a atuação magistral de Oblak contra as falhas de Adrian, substituto do brasileiro no Liverpool, e que agora tem que se “contentar” em ganhar a Premier League.
PSG avança e Neymar aparece quando chamado
O 2×1 a favor do Borussia Dortmund no jogo da ida não era o placar dos sonhos do PSG, mas o time foi lá e, com Neymar chamando a responsabilidade para si na hora H, venceu os alemães na França e está nas quartas pela primeira vez desde 2016.
Com o Parque dos Príncipes de portões fechados, o PSG construiu sua classificação no primeiro tempo. Neymar fez o primeiro e, no finzinho da primeira etapa, Bernat fez o segundo, que já classificava o time francês.
Forçado a sair pro jogo, o Borussia acabou com mais posse de bola no geral e mais chutes também, mas não criou grandes chances. O jogo correto de todo o PSG acabou em vaga merecida, e Neymar pôde sair de campo em paz com a torcida depois do gol (e, de quebra, se envolver diretamente na expulsão de Emre Can).
Os estreantes nas quartas
Além dos gigantes Atlético de Madrid e PSG, dos quais já falamos, dois dos novatos da Champions também se garantiram nas quartas, ambos em situação inédita. Só isso já deu uma bela modificada nas odds de campeão em Betfair, por exemplo.
O RB Leipzig, que já havia vencido o Tottenham em Londres, carimbou sua passagem à fase seguinte em uma atuação muito segura na Red Bull Arena. Um Sabitzer inspirado abriu a vantagem dos alemães em 2×0 com apenas 20 minutos de jogo, e o Tottenham em nenhum momento assustou os anfitriões.
Sem criatividade e sentindo falta demais dos seus principais jogadores, Harry Kane e Heung-min Son, os Spurs foram amassados pelo adversário, que ainda fez o terceiro, com Forsberg, já no finzinho, e deram adeus a mais uma Champions. Com a queda do Liverpool, os dois finalistas de 2019 já deram adeus.
Na outra partida, a máquina de fazer gols que atende por Atalanta fez mais uma vítima: o Valencia, eliminado dentro de um Mestalla vazio, também por conta do Covid-19.
Para se ter noção da letalidade do time italiano, o único goleiro que escapou de levar gol do time na Champions até agora foi Kyle Walker – pra quem não lembra, lateral do Manchester City, que teve que jogar no gol no fim do jogo contra a Atalanta na fase de grupos.
A partida na casa do Valencia foi movimentadíssima, com viradas e desviradas e um show particular de Iličić, que fez simplesmente os quatro gols da Atalanta. Final 4×3 e o time do Bérgamo faz história, nunca tendo ido tão longe numa competição europeia de elite.
